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Vilarejo hoje já não conta com habitantes | Imagem: Youtube/Instituto Marlin Azul
Ruas desertas tomadas por mato, construções com rachaduras e paredes descascando, placas enferrujadas. Essa é a paisagem do vilarejo de Japurá, no noroeste do estado de São Paulo, a cerca de 10 horas de carro da Capital.
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Mas além da paisagem incomum e até assustadora, o local preserva também muita da história do Estado. O vídeo abaixo, que conta com mais de cinco mil visualizações, mostra um pouco sobre os cenários liminares da “cidade fantasma” de Japurá.
Como indica a arquitetura das casas que o compõem, a história do vilarejo começa na primeira metade do século 20, quando a expansão da Estrada de Ferro Araraquarense inaugurou uma estação no local, em 1911.
A estação atraiu cidadãos de outras partes do País, que vieram em busca de trabalho, e permitiu escoar a produção agrícola do local. Com o aumento da produção, o vilarejo foi se expandindo.
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No seu ápice, o vilarejo chegou a contar 3 mil habitantes. Possuía farmácia, escola, açougue, igreja e até mesmo uma penitenciária foi construída no local. Mas o ano de 1930 marca o início do declínio de Japurá paulista.
O crash da bolsa de Nova York em 1929 causou uma queda brusca no preço do café, principal produto agrícola do vilarejo, o que diminuiu o fluxo do comércio e a atração de migrantes. Além disso, uma pandemia de malária e febre-amarela devastou a população local.
No pior momento, o vilarejo chegou a registrar 15 mortes por dia. Além disso, o pânico que as doenças causaram também fez com que pessoas fugissem da região, e antigos moradores tivessem medo de voltar.
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Outro fato que levou ao declínio rápido da população de Japurá foi o fechamento da estação ferrodoviária em 1951. Os trilhos da linha férrea foram desviados para uma distância de 1,5 km de Japurá.
Nas décadas seguintes a população declinou cada vez mais. A última habitante nativa foi Ana Idalina Braz, conhecida como "dona Petita”. Ela permaneceu na cidade até durante os piores momentos, mas veio a óbito em 2021.
Hoje o vilarejo é frequentado por pesquisadores de história e turistas curiosos.
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Como o local preserva a história da expansão ferroviária de São Paulo e do ciclo do café, há projetos para transformar o local em um núcleo de passeio histórico, inclusive com um museu na casa de dona Pepita.
O local hoje atrai visitantes interessados na paisagem fantasmagórica e faz parte de alguns roteiros de ciclismo na região de Maringá.
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