A+

A-

Alternar Contraste

Quinta, 28 Novembro 2024

Buscar no Site

x

Entre em nosso grupo

2

WhatsApp
Home Seta Gazeta Mais Seta

Curiosidades

Conheça a história do primeiro panetone de São Paulo

Registro inicial de venda do produto na cidade teria sido feito pela Confeitaria Castelões

Lincoln Paiva

28/11/2024 às 18:13  atualizado em 28/11/2024 às 19:11

Continua depois da publicidade

Compartilhe:

Facebook Twitter WhatsApp Telegram
Diferente do que muitos pensam, a Bauducco não foi a primeira produtora de panetones em São Paulo

Diferente do que muitos pensam, a Bauducco não foi a primeira produtora de panetones em São Paulo | Freepik

Muitos acreditam que o primeiro panetone de São Paulo tenha sido produzido pela Bauducco. Mas registros históricos contam uma versão diferente.

Continua depois da publicidade

O primeiro panetone de que se tem registro na cidade foi aquele produzido e vendido pela Confeitaria Castelões, um dos mais antigos e tradicionais estabelecimentos paulistanos.

O estabelecimento publicou um anúncio sobre o produto no jornal Correio Paulistano de 1893. No texto, o item era descrito como “Pão especial de Natal, sistema Milanez”.

Mais tarde, 1903, a confeitaria publicou outro anúncio no jornal, cujo título era “Bolo de Natal, Panetone”. Este teria sido o primeiro anúncio de venda de um Panetone na Capital.

Continua depois da publicidade

O panetone é uma invenção italiana, uma receita milanesa do século XV. Os portugueses ainda nem haviam chegado ao Brasil em 1500 e os italianos já comiam panetone no Natal.

Anúncios de panetone da Confeitaria CastelõesAnúncios de panetone no Jornal Correio Paulistano em 1803 e 1903.Imagem: Reprodução/Arquivo Histórico Paulistano

As primeiras receitas de panetone

É impossível saber quem trouxe a receita do primeiro panetone a São Paulo. Isso porque a tradição de comer o pão chegou junto com a imigração italiana no final do século XIX.

Após o primeiro anúncio de panetone em um jornal, outras confeitarias começaram a produzir o item. Mesmo assim, a massa não era como a que conhecemos hoje.

Continua depois da publicidade

Foi só em 1919, na Itália, que o confeiteiro milanês Angelo Motta, cuja confeitaria existe até hoje, em Milão, alterou a receita.

Ele mudou a processo de fermentação e aumentou o volume e a altura. além de manteiga, ovos, açúcar, frutas cristalizadas, ele ainda incluiu o molde de papel para criar o formato atual do panetone.

Os primeiros empreendedores paulistas e seus panetones

A seguir, estão as histórias das primeiras histórias de panetone paulistas.

Continua depois da publicidade

Bauducco

O italiano Carlo Bauducco chegou a São Paulo em 1948, aos 42 anos, para cobrar uma dívida relacionada a uma máquina de modelagem de pão. 

Ele não conseguiu recuperar todo o dinheiro mas percebeu que São Paulo tinha tantos italianos quanto em Torino. Assim decidiu vender tudo o que tinha produzir panettones para os italianos que viviam aqui. 

Bauducco já conhecia o panetone e as maquinas industriais de produção de pão, então precisava apenas de um confeiteiro que acetasse a empreitada de vir para o Brasil. 

Continua depois da publicidade

Ele convidou Armando Poppa que era um confeiteiro de 29 anos e que era especialista em panetone. Ele acertou a receita original e os panetones da Bauducco viraram sucesso instantâneo. 

A primeira loja da Bauducco foi na rua Afonso Pena no bairro do Bom Retiro. Em 1952, Carlo Bauducco inaugurou a Doceria Bauducco, pequena confeitaria no Brás. Assim, a empresa acabou tornando o panetone uma tradição de Natal brasileira.

Cristallo

O panetone do funcionário da Bauducco, Armando Poppa, fez tanto sucesso que em 1953 ele resolveu empreender com uma marca própria.

Continua depois da publicidade

Assim ele abriu a primeira unidade da Cristallo, na rua Marconi 33. Não demorou para ele abrir a segunda, na rua Dom José de Barros, na Galeria do Cine Olido.

Já em 1979, na rua Oscar Freire, veio a terceira loja, que existe até hoje no mesmo lugar.

Confeitaria Dulca

Em 1949, chegaram de Torino o casal Enrico Garrone e Gemma. Após dois anos morando por aqui, abriram a primeira confeitaria na rua Dom José de Barros. 

Continua depois da publicidade

A fórmula para o panetone de sucesso do casal veio de um livro de receitas trazido da Itália. 

O nome Dulca foi encolhido por Enrico e veio do latim “dulcis”, que significava “doce”. 

O panetone da Dulca é vendido até hoje na fábrica no bairro da Barra Funda.

Continua depois da publicidade

Di Cunto

Em 1878, com 17 anos, chegou no Brasil o imigrante italiano Donato Di Cunto. Ele havia saído de Nápoles para encontrar sua mãe no Uruguay. 

Sem saber que o navio estava no Brasil, desembarcou em Santos achando ser Montevideo.

Sem dinheiro no bolso a alternativa era trabalhar. Foi ficando em São Paulo até que, em 1896, abriu uma padaria na Mooca e, em 1939, a fábrica de doces e panetones.

Continua depois da publicidade

A princípio, Di Cunto usou uma receita pouco parecida com a do panetone atual. Mais tarde, aprimorou o formato e se consolidou com um dos panetones mais vendidos do Estado.

O legado dos primeiros panetones paulistas

Os negócios prosperaram e estão nas mãos das respectivas famílias até hoje. A Bauducco é atualmente a maior produtora de panetones do mundo e vende seu tradicional produto em mais de 50 países. 

A Di Cunto continua na Mooca. A Dulca tem lojas espalhadas pela cidade e a Cristallo está em dois endereços. 

Continua depois da publicidade

Independentemente de quem trouxe a receita primeiro, a tradição do panetone de Natal chegou da Itália por imigrantes italianos. 

Pelo que se sabe, foram esses imigrantes que ajudaram a construir a tradição de comer panetone no Natal brasileiro. Hoje, o Brasil é o maior produtor de panetones do mundo e o terceiro maior consumidor per-capta. 

TAGS :

Continua depois da publicidade

Continua depois da publicidade

Continua depois da publicidade

Conteúdos Recomendados