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Como São Paulo moveu montanhas para pavimentar suas ruas

História da pavimentação no centro de São Paulo revela como pedras de Santos ajudaram a moldar a cidade no século XIX, sob a visão transformadora de João Theodoro

Lincoln Paiva

10/01/2025 às 12:40  atualizado em 10/01/2025 às 13:59

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Asfaltamento de rua em São Paulo

Asfaltamento de rua em São Paulo | Arquivo Alesp

A cidade de São Paulo pavimentou quilômetros de ruas no século XIX com paralelepípedos que foram retirados da antiga pedreira de São Bento, em Santos. De 1820 a 1870, a cidade ficou praticamente estagnada.

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Em 1822, ela tinha cerca de 20 mil habitantes e, em 1872, 50 anos depois, havia crescido pouco, cerca de 5%.

A cidade era acanhada, com ruas de terra batida e iluminação à base de óleo de baleia, que deixava um cheiro insuportável de peixe podre.

O papel de João Theodoro na transformação urbana

A cidade de São Paulo teria demorado demais para se desenvolver se não fosse a visão de um governador considerado exótico para a época.

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Dr. João Theodoro vinha de uma família sem posses, contrastando com o sistema político da época, movido ao poder econômico dos Barões do Café.

Formado na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, foi promotor e vestia-se como um dândi. Às vésperas da proclamação da República, ele tinha grandes ambições para a cidade pós-governo imperial.

A pavimentação do centro histórico

Logo que assumiu a presidência da província, João Theodoro priorizou a pavimentação do centro histórico da cidade de São Paulo. Até aquela ocasião, o perímetro era pavimentado com terra batida.

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Foi assim que as ruas Direita, São Bento, 15 de Novembro, Quitanda e Rua do Comércio, além dos largos do Rosário e da Sé, ganharam uma pavimentação de pedras.

Isso possibilitou a implantação da primeira linha de transportes públicos operados por bondes puxados por burros.

Movendo montanhas: as pedras de Santos

Conforme registrado na ata da Câmara Municipal de São Paulo de 1873, o governador João Theodoro Xavier fechou um acordo com a pedreira São Bento, de Santos.

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Assim, uma das montanhas mais tradicionais de Santos foi parar no centro histórico da cidade de São Paulo.

Segundo o dicionário etimológico, "paralelepípedo" é uma palavra de origem grega: parallelepipedon, que pode ser traduzida como "corpo geométrico com superfícies paralelas".

Os paralelepípedos foram utilizados na Grécia Antiga para pavimentar as ruas das cidades gregas.

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A técnica foi levada para Roma Antiga, onde foi aprimorada e difundida pela Europa, chegando ao Brasil em 1870. A pavimentação asfáltica só chegou à capital paulista em 1910.

O legado das ruas de paralelepípedos

A avenida Paulista foi uma das primeiras vias da cidade a receber pavimentação asfáltica. Não se sabe exatamente quantas "montanhas foram movidas" para o centro de São Paulo.

O que se sabe é que a cidade ainda possui cerca de 4 mil ruas pavimentadas com paralelepípedos. Contudo, hoje, não existe mais ninguém capaz de fazer a manutenção adequada dessas ruas históricas.

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