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O chá possui a mesma matéria-prima da cocaína, mas seus efeitos são bem diferentes | Imagem: Sten Porse/Wikimedia commons
Sigmund Freud, intelectual conhecido por inventar a psicanálise, era usuário assíduo de cocaína, e sonhava com possíveis usos terapêuticos da droga. O que ele talvez não soubesse é que a folha de coca, usada para extrair a pasta base, já possui usos medicinais seguros.
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Estamos falando do mate de coca, ou kuka mat'i como chamam os andinos. O chá típico do Peru é utilizado para tratar mal da montanha, doença causada pelas grandes altitudes do país. Entenda melhor sobre essa especiaria, que pode causar inclusive problemas com a polícia!
O Peru é um país localizado na cordilheira dos Andes, com uma elevação média de 1.555 metros (para se ter ideia, a do Brasil é de apenas 322 metros acima do nível do mar). Nessas altitudes, o ar se torna rarefeito, com menor concentração de oxigênio.
A menor pressão e quantidade de oxigênio leva a quadros da doença que os andinos chamam de mal das montanhas, caracterizada por dor de cabeça, náuseas, tonturas, perda de apetite, mal-estar e distúrbios do sono.
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É aí que entra o chá: a coca tem propriedades energéticas e vasodilatadoras, o que aumenta o oxigênio em circulação no sangue. Com a oxigenação, as tonturas, sonolência e dores de cabeça dimiunuem.
Durante as trilhas andinas, como a que vai para Machu Picchu, é comum que os guias ofereçam com frequência o chá da folha de coca ou a própria folha para mastigação. Não tenha medo! A folha de coca não causa vício, e nem saborosa é, mas ajuda muito os turistas.
O kuka mat'i, embora seja seguro, pode causar complicações para atletas de alto rendimento. Por servir de base para a extração da cocaína pura, as folhas de coca deixam no sangue vestígios semelhantes a droga ilegal.
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A cocaína é uma substância proibida pelo Código Mundial Antidopagem, por amplificar o desempenho esportivo e a confiança dos atletas, e a Agência Mundial Antidoping (WADA) prevê um banimento de 4 anos para o atleta pego com traços de cocaína no sangue
Paolo Guerrero, jogador peruano que teve passagens memoráveis pelo Corinthians e pelo Flamengo, testou positivo para substâncias metabólicas da coca e ficou de fora da Copa do Mundo de 2018.
Em sua defesa, Guerrero alegou que a intoxicação foi feita acidentalmente pela ingestão de chá de coca em um hotel. O mate não traz nenhum benefício esportivo. Outros atletas que alegaram o mesmo uso foram o brasileiro Zetti e o boliviano Rimba, em 1993.
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Outra preocupação do turista é lembrar de não transportar as folhas de coca, usadas para o chá. De cada grama de folhas é possível extrair cerca de quatro miligramas de cocaína, e por isso transportar folhas de coca é considerado tráfico internacional.
Cheque bem seus bolsos antes de chegar no aeroporto para voltar para o Brasil para evitar problemas na alfândega!
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