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Chuva na cidade de São Paulo | Ranimiro/Depositphotos
Em abril de 2024, Dubai, cidade dos Emirados Árabes, foi surpreendida por uma tempestade histórica, que resultou em ruas alagadas, voos interrompidos e árvores caídas.
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Com um acumulado de 142 milímetros de chuva em apenas 48 horas, a cidade registrou o maior volume de precipitação em um dia desde que começaram os registros meteorológicos, em 1949.
A ocorrência desse fenômeno extremo em uma região desértica levantou questões sobre o uso da técnica de "semeadura de nuvens", uma prática que busca aumentar a precipitação em áreas de escassez hídrica.
Veja abaixo o que é a “semeadura de nuvens” e se é possível que ela seja aplicada na Capital.
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A chuva artificial envolve o bombardeio de nuvens com substâncias químicas, como iodeto de prata e gelo seco, para estimular a formação de gotas de chuva.
Com isso, existem duas técnicas bem distintas para fazer a chuva artificial: em nuvens com temperatura quente e naquelas onde há certeza da formação de granizo.
Essa técnica é muito utilizada em regiões secas, mas, é preciso ter as nuvens como elemento principal nesses locais.
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Mesmo sem ser conhecida por muitas pessoas, a “semeadura de nuvens” já existia desde 1950 nos países como Israel, África do Sul, Estados Unidos, China e alguns países do Oriente Médio.
No Brasil, esse processo iniciou-se em 1970 e foi utilizado por décadas na região Nordeste, porém, sem resultados positivos. Por serem nuvens quentes, não conseguiram formar chuva de forma adequada e necessária para aquela região.
Sobre o caso de alagamento em Dubai, os especialistas alertam que a responsabilidade pela intensidade da chuva pode estar mais ligada às mudanças climáticas do que à semeadura.
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Meteorologistas destacam que o sistema de baixa pressão que se formou sobre a região, aliado ao aumento da umidade decorrente de oceanos aquecidos, pode ter contribuído significativamente para o volume de chuva.
Segundo o meteorologista Giovani Dolif, da Cemaden, a chuva intensa foi resultado de um fenômeno meteorológico comum, exacerbado pelas condições climáticas atuais.
A cidade de São Paulo já tentou duas vezes aplicar a técnica da “semeadora de nuvens”, porém, não deu certo. Em matéria feita pelo DW, o meteorologista Augusto Pereira Filho, do IAG-USP, comentou que:
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"Essa ação não impede que as tempestades diminuam. Infelizmente continuam com essa história. Na época da crise hídrica [entre 2014 e 2016], essa empresa de semeadura de nuvens atuou e, de fato, não fez chover".
Outra história parecida ocorreu em 2020, a Ambev e a Skol, empresa de bebidas e patrocinadoras do carnaval paulistano na época, fizeram uma ação que prometiam usar a mesma técnica de chover em outras regiões para não chover na cidade de São Paulo. Para que a folia não fosse interrompida.
Infelizmente, deu errado. No dia, conforme o Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (IAG-USP), foram registrados 40 milímetros de chuva na região central de São Paulo.
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Por fim, o meteorologista entrevistado pelo DW contou que, no Brasil, essa ideia começou ainda no fim dos ano 1980, mas a eficácia nunca foi comprovada.
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