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Carne bovina ganha fama na internet por ser um alimento | Imagem: PxHere
O consumo de carne vermelha é comumente associado com a testosterona, hormônio sexual predominante em homens, que auxilia no ganho de massa muscular. Alguns atletas chegam ao ponto de adotarem dietas carnívoras, composta apenas pelo consumo de proteínas animais, em busca de aumentar seus niveis.
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Enquanto o alimento é consumido em excesso por quem busca bons resultados na academia, pessoas trans podem ser levadas a retirar a carne vermelha da dieta, numa tentativa de abaixar os níveis do mensageiro químico.
Mas será que a alimentação realmente influencia a produção hormonal? Júlia Rezende, nutricionista especialista em nutrição esportiva e endocrinológica, explica melhor a relação entre alimentação e a produção dos hormônios sexuais.
Apesar da carne vermelha ser realmente rica em testosterona, um alimento rico em hormônios não transmite quantidades suficientes dessas moléculas para o corpo.
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“É muito difícil a alimentação interferir significativamente nos hormônios sexuais”, responde Rezende. “Felizmente ou infelizmente, é muito difícil a gente conseguir [apenas com alimentação] resultados que interfiram”.
“Na nutrição, a gente não vai ter como extrapolar a produção natural. Se a dieta já estiver toda equilibrada, não vai ser comer mais carne vermelha que vai interferir na produção de testosterona”
Antes da proteína bovina, uma outra teoria da conspiração que rondou as redes sociais era a de que a soja aumenta os hormônios estrógenos, causando uma “feminização involuntária” nos homens.
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Diversos estudos negam a hipótese, incluindo um publicado pela Journal of the National Cancer Institute que testou os efeitos da soja em 30 mulheres japonesas pós-menopausa. Nem a carne vermelha, rica em testosterona, nem a soja, rica em estrogênio, causam sozinhas alterações nos reguladores biológicos sexuais.
Rezende explica que, mesmo sem extrapolar os níveis naturais dos biocomunicantes, o consumo de carne está, sim, relacionado ao ganho de massa magra e à produção regular de testosterona e de estrógenos.
“A carne vermelha, assim como qualquer outra carne animal, é proteína animal e tem uma maior biodisponibilidade. Por ter uma maior biodisponibilidade, ela tem uma eficácia maior no ganho de massa magra e para o desenvolvimento de massa muscular” expõe Júlia Rezende.
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Além disso, as carnes vermelhas, proveniente de animais mamíferos, são ricas em colesterol quando comparadas com outros tipos de proteínas. Segundo a especialista, o corpo utiliza o colesterol para produzir os hormônios sexuais.
“Muita gente acha que colesterol é algo ruim, mas não é verdade. Se você zerar o seu colesterol, você vai zerar a sua produção de hormônios sexuais”, revela.“A gente usa o colesterol para fabricar a testosterona, então se você tiver uma dieta pobre em gordura, pode ser que você desenvolva alguma deficiência hormonal”.
Para vegetarianos e veganos, uma boa opção para o consumo das gorduras essenciais são as oleaginosas. Um pouco de amendoim, amêndoas, nozes e outras frutas secas também ajudam no colesterol bom.
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Além do colesterol, os minerais zinco e boro são essenciais para a produção da testosterona nas gônadas, os órgãos sexuais, e nas glândulas suprarrenais, localizadas bem acima dos rins.
“O zinco é essencial para a produção de testosterona. Outro mineral que é muito esquecido também é o boro. Às vezes, eu passo a suplementação de boro e, em alguns pacientes, a gente percebe um imediato aumento de testosterona ", conta a nutricionista.
Mas não é o consumo adicional de boro e zinco que aumenta a testosterona. Na realidade, a suplementação desses minerais apenas supre uma deficiência na alimentação diária do paciente.
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O zinco é encontrado em quantidades satisfatórias na carne vermelha, e em altíssimas quantidades em ostras cruas. Já o boro é encontrado principalmente nas frutas não cítricas, como banana, hortaliças e nas já citadas oleaginosas.
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