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Caramujo africano ameaça biodiversidade e saúde no Brasil | J.M.Garg CC BY-SA 4.0 Wikipedia
O caramujo africano é uma espécie invasora que tem causado sérios danos à biodiversidade brasileira. Desde sua chegada ao país na década de 1990, esse molusco se espalhou por diversas regiões, incluindo o litoral e áreas do interior. Originalmente introduzido como alternativa ao escargot, ele rapidamente se tornou uma praga ambiental e de saúde pública.
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Segundo o professor Luiz Ricardo Simone, do Museu de Zoologia da USP, o caramujo africano foi rejeitado pela culinária devido ao sabor muito diferente do escargot europeu. Porém, o problema começou quando os animais foram descartados e começaram a se proliferar de maneira descontrolada.
Outro exemplo de animal invasor que está ameaçando o ecossistema no litoral brasileiro é o peixe-leão.
O caramujo africano é mais do que uma ameaça ao equilíbrio ambiental. Ele pode transmitir um tipo grave de meningite por meio de seu muco, o que o torna um problema de saúde pública. O professor Simone alerta para o cuidado ao manusear o animal: é essencial usar luvas para evitar contato direto.
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Além disso, esse molusco tem uma capacidade impressionante de adaptação. Ele sobrevive em diferentes ambientes, desde florestas até regiões semiáridas, e já foi visto se alimentando em áreas costeiras durante a maré baixa. Sua dieta variada e agressiva coloca em risco as espécies nativas e as plantações, agravando ainda mais os danos ao ecossistema.
A reprodução do caramujo africano é hermafrodita, o que significa que cada indivíduo pode gerar descendentes sozinho. Enquanto caracóis nativos produzem cerca de quatro ovos, os africanos podem botar até 400 ovos por ciclo, aumentando rapidamente sua população.
O controle dessa espécie é extremamente difícil uma vez que ela se estabelece em um local. “O ser humano consegue exterminar qualquer coisa, mas enterrar, pisar ou esmagar não mata o caracol africano”, explica Simone.
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O método mais eficaz de extermínio é a incineração, mas esse processo é caro e pouco acessível. Uma alternativa mais prática é o afogamento: colocar os caramujos em sacos e jogá-los em alto-mar. Após cerca de seis horas, eles se tornam alimento para peixes.
Simone ressalta que a coleta do animal deve ser feita com cuidado para evitar confusões com caracóis nativos, que não oferecem os mesmos riscos. O descarte deve seguir as orientações da Vigilância Sanitária ou de centros especializados.
Embora o caramujo africano esteja presente em quase todo o Brasil, ele prefere climas quentes. Os estados do Sul têm menor infestação devido ao clima frio, que dificulta a sobrevivência do animal no inverno. No entanto, do estado de São Paulo para o Norte, ele se espalhou amplamente, incluindo áreas de floresta, restinga e até catinga.
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Essa resistência e adaptabilidade colocam o caramujo africano como uma ameaça significativa à biodiversidade e à segurança alimentar, uma vez que ataca todos os tipos de plantação.
O caramujo africano representa um grande desafio para o meio ambiente brasileiro. Sua capacidade de adaptação, reprodução em larga escala e ameaça à saúde humana exigem ações coordenadas e eficazes para minimizar seus impactos.
A conscientização da população e o cumprimento das orientações de especialistas são fundamentais para combater essa praga. Com métodos adequados de coleta e descarte, é possível reduzir a presença desse invasor e proteger a biodiversidade brasileira.
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* Com informações do Jornal da USP.
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