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Asteroide que atingiu lua de Júpiter era maior do que o da extinção de dinossauros

Cratera deixada em Ganimedes possuía 25% do tamanho da lua de Júpiter, que é a maior do Sistema Solar

Leonardo Sandre

06/09/2024 às 18:50  atualizado em 06/09/2024 às 19:22

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Cientistas acreditam que a lua de Júpiter, Ganimedes, teria mudado seu eixo após ser atingida por um asteroide enorme.

Cientistas acreditam que a lua de Júpiter, Ganimedes, teria mudado seu eixo após ser atingida por um asteroide enorme. | NASA/JPL-Caltech/SwRI/MSSS

Cientistas acreditam que a lua de Júpiter, Ganimedes, teria mudado seu eixo após ser atingida por um asteroide enorme.

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O astro teria um tamanho cerca de 20 vezes maior do que aquele que levou os dinossauros à extinção na Terra, 66 milhões de anos atrás, na atual península de Yucatán, em Chicxulub, México. Saiba mais abaixo.

Cratera de Ganimedes

A cratera deixada em Ganimedes possuía 25% do tamanho da lua de Júpiter, conforme o estudo. Ganimedes é o maior satélite do Sistema Solar, maior que Mercúrio e o planeta anão Plutão.

O asteroide teria acertado a lua de Júpiter aproximadamente de 4 bilhões de anos. Pesquisas anteriores localizaram evidências que sugerem que, sob a espessa crosta de gelo de Ganimedes, há um oceano salgado dez vezes mais profundo que os oceanos da Terra.

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Muitos questionamentos seguem em aberto sobre a lua. Os cientistas afirmam que precisam de mais imagens de alta resolução de sua superfície para resolver os mistérios em torno da história e evolução de Ganimedes.

Alguns astrônomos passaram a acreditar que a lua passou por evento de grande impacto em um passado distante. Isso ocorreu porque foi analisado que profundas fissuras cobrem grandes áreas de sua superfície, formando um padrão de círculos concêntricos em torno de um ponto.

"Os satélites de Júpiter — Io, Europa, Ganimedes e Calisto — têm características individuais interessantes, mas o que chamou a minha atenção foram essas fissuras em Ganimedes", disse Naoyuki Hirata, professor assistente de planetologia na Universidade de Kobe, no Japão, em uma declaração divulgada pelo portal Cnn.

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"Sabemos que essa característica foi criada por um impacto de asteroide há cerca de 4 bilhões de anos, mas não tínhamos certeza do tamanho desse evento e de qual efeito ele teve na lua", complementou.

Hirata é o autor de um novo estudo, publicado no começo de setembro de 2024, para a revista Scientific Reports, que explora o que criou o sistema de fissuras de Ganimedes e as consequências do impacto.

Esse efeito poderia ser investigado mais de perto pela espaçonave Juice (Jupiter Icy Moons Explorer) da Agência Espacial Europeia (ESA), que está atualmente a caminho de estudar Júpiter e suas luas.

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Impacto de anos atrás

O especialista afirma que Ganimedes já o intriga há muitos anos e que descobrir as respostas é algo "significativo". A superfície da lua é marcada por contrastes, com regiões brilhantes de cristas ao lado de sulcos que cortam áreas mais escuras.

O professor analisou de maneira mais próxima o sistema de fissuras em Ganimedes, que se estende a partir de um único ponto na superfície, de maneira semelhante às rachaduras concêntricas que se formam quando uma pedra atinge o para-brisa de um carro, segundo ele.

Hirata notou que o local central das fissuras estava ao longo do eixo de rotação da lua, o que sugeria que algo como um grande evento de impacto causou uma completa reorientação do satélite.

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Outras pesquisas mais antigas evidenciaram que um grande corpo planetário atingiu Plutão no início de sua história, o que reorganizou a distribuição de gelo no planeta anão e levou à criação de uma característica distinta em formato de "coração" na superfície.

Quanto a isso, Hirata afirmou acreditar que um cenário semelhante ocorreu em Ganimedes, com sua crosta de gelo e oceano subterrâneo.

Uma mudança súbita na distribuição de massa em um planeta pode alterar a localização de seu eixo, ou a linha imaginária em torno da qual os corpos planetários giram. Quando um grande asteroide colide com um planeta, ele cria uma anomalia gravitacional que modifica a rotação do corpo celeste. Assim, Hirata calculou que tipo de impacto poderia ter causado a orientação atual de Ganimedes.

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Suas equações revelaram que um asteroide com cerca de 300 quilômetros de largura criou inicialmente uma cratera de aproximadamente 1.400 a 1.600 quilômetros de diâmetro.

Missão Juice realiza investigação

O professor afirmou que ainda não está claro o quanto o eixo de Ganimedes mudou. No entanto, ainda segundo ele, futuros dados coletados pela missão Juice poderão lançar mais luz sobre a história de Ganimedes e o evento de impacto.

A espaçonave, lançada em abril de 2023, completou um sobrevoo histórico da Terra e da Lua em 21 de agosto, o que a colocou no caminho para chegar a Júpiter e suas luas em 2031.

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Os pesquisadores enfrentam grandes dificuldades para descobrir se um impacto antigo criou as fissuras em Ganimedes sem mais dados, que a missão Juice pode fornecer, disse Adeene Denton, pesquisadora de pós-doutorado no Laboratório Lunar e Planetário da Universidade do Arizona.

"Este artigo apresenta uma premissa interessante, com muito a considerar sobre a evolução de luas geladas e mundos oceânicos", disse Denton, que coassinou um estudo em abril de 2024 sobre os impactos em Plutão e sua grande bacia, chamada Sputnik Planitia.

Por terem poucas informações sobre estas formações antigas e enormes, a especialista afirmou que é difícil adquirir confiança para identificar essa característica como uma bacia, bem como que seja uma anomalia de massa.

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"Felizmente, ao contrário de Plutão e da Sputnik Planitia, estamos voltando para Ganimedes em breve e poderemos obter as informações adicionais necessárias para resolver essa questão", disse ela.

Os pesquisadores acreditam que o interior desse satélite pode ser semelhante a um "sanduíche em camadas", composto por faixas alternadas de gelo e oceano. A compreensão deste quesito deve ajudar muito no futuro da pesquisa sobre a estrutura interna.

"O choque gigante deve ter tido um impacto significativo na evolução inicial de Ganimedes, mas os efeitos térmicos e estruturais da colisão no interior da lua ainda não foram investigados. Acredito que futuras pesquisas aplicando a evolução interna de luas geladas podem ser realizadas em seguida", disse Hirata.

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