Arquibancada Tricolor: criador do maior portal do São Paulo conta origem do projeto

Formado na área da tecnologia e com o sonho de quase todo garoto brasileiro, o de ser jogador de futebol, Ricardo Senna se estabeleceu na internet com um dos maiores portais de clubes de futebol no Brasil: o Arquibancada Tricolor. 

Com quase 400 mil seguidores no Instagram e mais de 100 mil inscritos no YouTube, o Arquibancada Tricolor é também o maior portal dedicado ao clube. O projeto são-paulino busca proporcionar aos tricolores uma verdadeira "televisão do São Paulo", com conteúdos exclusivos durante quase todo o dia. Saiba mais abaixo.

A origem do Arquibancada Tricolor

A Gazeta entrevistou o criador do projeto são-paulino de sucesso, que deu detalhes sobre a origem da ideia. A entrevista completa está disponível no canal da Gazeta no YouTube, em mais uma edição do G+ Esportes.

Apaixonado por futebol, Ricardo Senna trabalhava na área de tecnologia quando decidiu dar o primeiro passo na realização do sonho de trabalhar com o futebol. Fã de revistas como "Placar", Senna começou escrevendo para um portal do São Paulo Futebol Clube, chamado "Tricolor Mania".

Em 2008, durante uma época de ouro para o clube, surgiu a ideia da criação do Arquibancada Tricolor, ao lado de seu amigo e sócio, Mário Pravato Junior. A ideia era informar e se aproximar dos amigos fanáticos pelo clube e que iam ao estádio com frequência.

Sobre o início da empreitada, Senna lembra de um episódio irônico. Apesar de a criação ter acontecido em uma grande fase do clube, na semana de fundação, o São Paulo havia sido eliminado da Copa Libertadores, para o Fluminense. A derrota veio com gol do atacante Washington, de cabeça, nos acréscimos. "Começamos mal", brincou.

Começo como fórum phpBB

Em sua origem, o Arquibancada existia em fórum phpBB - um popular serviço gerenciador de fóruns para a internet -, e começou com uma meta modesta. Criado no fim de maio de 2008, a ideia inicial era que, até dezembro daquele ano, o site tivesse acumulado aproximadamente 200 visitantes. Porém, a realidade foi além.

"No fim de junho já tinham 300 pessoas. Foi muito legal desde o início, a gente começou a montagem dos tópicos, falamos sobre o dia-a-dia do clube, política, reforma do Morumbi", explicou Senna, que na época comandava o projeto apenas com Mário Pravato.

Expansão de redes sociais

Conforme o projeto foi adquirindo mais público, o Arquibancada Tricolor foi se espalhando para as demais plataformas, com a necessidade de postagem cada vez mais frequentes por cobranças dos fãs.

"Criamos Twitter, Instagram, Facebook, e fomos crescendo muito com isso. O que era uma brincadeira de início, ficou séria. Quando a gente não postava, virava cobrança do público. Isso foi muito divertido, mas foi pesado, pois eu ainda trabalhava com tecnologia na época e precisar me dividir em dois", disse Senna, que é formado em Comunicação Digital.

Mesmo com essa expansão de início, a monetização quase não existia. "Quase nada [de renda gerada]. Tínhamos alguns patrocínios e publicidades pequenas. A gente achava um absurdo alguém querer pagar para anunciar com a gente".

Aumento de coberturas e o famoso 'sal grosso no Morumbi'

O projeto cresceu com o passar dos anos e, com uma equipe maior, as coberturas também cresceram. Em 2012, em celebração aos 20 anos do Mundial de Clubes de 1992, a equipe do portal foi até um navio e transmitiu o evento ao vivo para o público.

Uma popularização ainda maior veio no ano seguinte. Em 2013, o São Paulo passava por uma crise, com a equipe na zona de rebaixamento e com jejum de 12 jogos sem vencer pelo Brasileiro. Veio então a ideia de jogar sal grosso no Estádio do Morumbi para "espantar a zica".

E deu certo. Logo no jogo seguinte, contra o Fluminense, o São Paulo voltou a vencer. Após isso, comandados por Muricy Ramalho, o time conseguiu subir na tabela e permanecer na Série A até com uma certa tranquilidade. E o episódio do sal grosso trouxe mais admiradores ao Arquibancada.

Virada de chave e sucesso nas redes

Em 2023, o portal teve a virada de chave definitiva, com a chegada do jornalista Gabriel Sá para o projeto. À época, Sá havia acabado de deixar a rádio Jovem Pan e já era famoso entre a torcida tricolor por soltar diversas notícias e negociações do clube em primeira mão. 

A chegada do profissional, inclusive, foi com dinheiro do próprio bolso de Ricardo Senna, que acreditou no projeto da chegada de Gabriel Sá e bancava idas para os jogos, como os da Copa São Paulo de Futebol Júnior de 2024.

Atualmente o projeto conta com quatro sócios e cerca de 23 funcionários e colaboradores, como jornalistas, editores e uma equipe dos bastidores.

Entre eles, estão dois ex-jogadores do São Paulo: o ex-lateral e meia Ilsinho (2006-2007 e 2010-2011, bicampeão brasileiro em 2006 e 2007) e Renan Teixeira, ex-volante, (2004-2010), campeão paulista, da Libertadores e do Mundial em 2005.

O YouTube do Arquibancada Tricolor conta com cerca de nove programas diários para a torcida são-paulina e tem planos de novos conteúdos para os membros.

"Se somar todas as redes sociais, o projeto conta com 1,7 milhão de seguidores. Os três pilares [redes sociais, YouTube e site] estão em um equilíbrio bacana e de sucesso", explicou.

Com a chegada de um novo investidor, o conjunto de mídia fundada por Senna ganhou ainda mais robustez. "Nossa pretensão é criar uma televisão para os são-paulinos no YouTube, com grade diária, durante o dia inteiro", acrescentou.

Expectativas de título em 2024

Ainda na entrevista, Senna opinou sobre a qualidade do elenco atual do Tricolor Paulista, sobre a janela de transferências e sobre sua expectativa para o título desse ano.

"Acredito que a Libertadores, por todo o contexto, possa ser o título mais acessível. A derrota na ida da Copa do Brasil e o Brasileirão por se tratar de um campeonato longo, acabam tornando a conquista mais distante", finalizou.