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Aracy de Almeida estreou a dor feminina na música brasileira

Saiba mais sobre a trajetória da icônica cantora e jurada do programa de calouros de Silvio Santos

Leonardo Sandre

08/03/2024 às 07:00  atualizado em 17/07/2024 às 18:11

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A artista estreou a dor feminina na música brasileira e era admirada até por Carmen Miranda, que reconhecia nela a criadora de um estilo

A artista estreou a dor feminina na música brasileira e era admirada até por Carmen Miranda, que reconhecia nela a criadora de um estilo | Reprodução/TV Cultura

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Ela era a jurada mais rabugenta do programa de calouros de Silvio Santos, e não costumava dar mais do que “10 paus” (a premiação mínima) até para cantores que haviam caído nas graças da plateia. Não raro tomava uma baita vaia, que ela respondia esbravejando mais um pouco. Essa é a imagem mais disseminada no imaginário popular sobre Aracy de Almeida. Ela era, porém, muito mais do que isso. “Na verdade, tratava-se de uma personagem criada pela cantora para atrair a atenção do telespectador. Ela sempre foi mesmo a mais completa cantora do samba urbano carioca”, exaltou o crítico musical Ricardo Cravo Albin.

A intérprete definitiva de Noel Rosa gravou três discos com repertório exclusivo do Poeta da Vila e foi figura decisiva para criar a idolatria que há por Noel. Mas foi também além. A artista estreou a dor feminina na música brasileira e era admirada até por Carmen Miranda, que reconhecia nela a criadora de um estilo.

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Até Aracy, só homens sofriam nas canções. Cabiam às mulheres apenas o papel de ardilosas aproveitadoras. Quase um ser sem desejos e opinião. Isso até Aracy entoar, em 1935: Nasci no Estácio / Eu fui educada na roda de bamba/ Eu fui diplomada na escola de samba / Sou independente, conforme se vê…

Com a morte precoce de Noel, a Dama do Encantado, como ficou conhecida, continuou a gravar discos importantes para a música brasileira, mas, com o passar do tempo, deixou de ser tão respeitada pelas massas como nos tempos idos.

Ela então foi convidada para ser jurada de A Buzina do Chacrinha e, depois, para o programa de Silvio Santos, no qual terminaria de cristalizar a imagem de jurada mal-humorada. Questionada por que deixou a música de lado para ser apenas jurada, explicou, com seu jeito debochado: “Eu sou preguiçosa, malandra, não gosto de cantar. Para mim, dinheiro e glória não interessam. O meu negócio é ir levando a vida”.

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No início de 1988, foi acometida por um edema pulmonar. Recebia telefonemas diários de Silvio Santos, preocupado com sua recuperação. Lutou contra a morte até 20 de junho de 1988. Em seu velório, milhares de pessoas entoaram a canção Não me Diga Adeus, que fizera sucesso em sua voz 50 anos antes: Não vá me deixar, por favor / Que a saudade é cruel quando existe amor / Quando existe amor…

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