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Descubra como o Google e o Facebook sabe tanto de você | Tânia Rego/Agência Brasil
Você já se perguntou o quanto as grandes plataformas digitais sabem sobre sua vida? Redes sociais e serviços gratuitos que usamos diariamente, como o Facebook e o Google, armazenam uma quantidade impressionante de informações pessoais — muitas vezes sem que o usuário perceba a real dimensão disso.
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O escândalo envolvendo a empresa Cambridge Analytica em 2018 jogou luz sobre essa questão.
Dados de milhões de pessoas foram usados sem consentimento para campanhas políticas, revelando a profundidade das informações coletadas e levantando um debate global sobre privacidade online.
A cada passo no ambiente digital, traços ficam registrados. O Google, por exemplo, armazena seu histórico de localização sempre que o rastreamento está ativado, registra buscas, visitas a sites, uso de aplicativos e até backups de fotos e documentos.
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Essa coleta é feita por meio de serviços vinculados à conta do Gmail — como o Google Maps, o Chrome e o YouTube.
O Facebook também mantém registros detalhados. Além das interações na rede — curtidas, comentários, check-ins e mensagens — a empresa armazena dados sobre os dispositivos que você usa, sua localização, hábitos de navegação e até detalhes técnicos de suas fotos, como coordenadas geográficas e configurações da câmera.
Em aparelhos Android, por exemplo, usuários relataram que o Facebook guardava metadados de ligações telefônicas e mensagens de texto.
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A empresa afirma que isso só ocorre com permissão explícita do usuário, mas investigações independentes apontaram que nem sempre o consentimento era claro.
Essas informações servem de base para o que é considerado o coração do negócio dessas empresas: a publicidade segmentada.
Ao entender seus interesses, localização, hábitos de consumo e conexões sociais, as plataformas conseguem oferecer anúncios altamente personalizados — o que, por sua vez, atrai anunciantes dispostos a pagar mais por essa precisão.
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Por exemplo, se você gosta de culinária asiática, tem entre 25 e 40 anos e mora em determinada cidade, isso já é o suficiente para que um restaurante local compre um anúncio direcionado a você.
Além disso, testes e jogos dentro do Facebook também podem acessar dados do seu perfil, ampliando ainda mais o leque de informações coletadas — como foi o caso da Cambridge Analytica, que usou um teste de personalidade para capturar dados de forma aparentemente inofensiva.
Tanto o Google quanto o Facebook oferecem ferramentas para visualizar, baixar e até limitar o que é armazenado.
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No Google, é possível acessar o serviço chamado Takeout para baixar todos os dados vinculados à sua conta. Já o Facebook permite o download de um arquivo com seu histórico, disponível nas configurações da conta.
Acesse o Google Takeout aqui: https://takeout.google.com/settings/takeout
Dentro desses arquivos, o usuário pode encontrar desde um "mapa facial" — que permite que o Facebook reconheça seu rosto em fotos — até listas com seus interesses publicitários, cookies de navegação e dados sobre interações em outros sites onde você usou o login do Facebook.
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Já no caso do Facebook, caso o usuário queira revelar tudo o que a rede social sabe sobre ele basta clicar em "Configuração" e depois em "Descarregar aquivo".
Especialistas recomendam revisar periodicamente as configurações de privacidade, tanto na rede social quanto em outros aplicativos vinculados. E, mais importante ainda, reservar um tempo para entender o que está sendo compartilhado, mesmo que de forma involuntária.
Afinal, como resume o advogado Thiago Tavares, especialista em direito digital, “é impossível ter 100% de privacidade usando redes sociais. A conta que você paga por esses serviços ‘gratuitos’ é paga com seus dados”.
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