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A luta do antirracismo é fundamental para a evolução da sociedade | Luis Quintero/Unsplash
Para o dia 21 de março, Dia Internacional do Combate à Discriminação Racial, a Gazeta conversou com Rodrigo Martins, professor de história e geografia e coordenador nacional da Educafro, que explicou o que é, como praticar e a importância do antirracismo; veja mais abaixo.
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A filósofa e ativista estadunidense Angela Davis disse “numa sociedade racista, não basta não ser racista. É necessário ser antirracista”, ou seja, é preciso muito mais que apenas não concordar com atos de discriminação racial, é necessário combater.
"Não basta você dizer 'eu não sou racista, pra mim todos são iguais'. É preciso lutar pela causa, pela inclusão. É ai que surge a importância da educação. Só a educação tem o poder de transformar as pessoas através ou além da cor da pele", disse o coordenador nacional do Educafro.
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E como se tornar um aliado da luta antirracista? A Gazeta trouxe algumas formas de combater a discriminação racial e ajudar os aliados a não reproduzirem falas e/ou ações de racismo estrutural
Para quem não conhece ou não teve contato com pautas sociais atreladas a gênero, a melhor forma de começar a se tornar um aliado é estudando. Leia livros antirracistas, de autores negros, além de livros sobre história e relatos que mostram como a sociedade trata as pessoas negras.
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"Nós só conseguiremos entender que nós vivemos em uma sociedade igualitária quando nós tivermos todas as mesmas oportunidades e nós sabemos que hoje o espaço de oportunidade, não é o mesmo para as pessoas de etnias diferentes", complementou.
Ter contato com pessoas que atuam ativamente em causas sociais poderá ajudar a entender como funcionam as pautas antirracistas.
Devido ao racismo estrutural, muitas vezes não há referências de pessoas negras em cargos de poder, no ambiente de trabalho etc. Por isso, sempre que possível traga profissionais negros para sua rotina
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Cargos altos e de protagonismo é onde essa disparidade mais se evidência.
"Vou te dar um exemplo bem simples disso: os desembargadores do estado de São Paulo [que são 360 em sua totalidade] apenas três são negros. O número de pessoas que fazem medicina nas universidades públicas, temos uma média de 5% que são negros. Nas empresas multinacionais, os presidentes apenas de 3 a 6% são negros", iniciou Rodrigo Martins.
A luta do antirracismo é fundamental para a evolução da sociedade. Mesmo em 2024, ainda ocorrem atos e situações que evidenciam o racismo estrutural e enraizado presente no cotidiano.
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"Por todos esses dados, pela falta de espaço para o povo negro, é preciso a luta do antirracismo. As pessoas precisam entender que não basta dizer 'não sou racista', é preciso defender para que o outro também não seja", finalizou.
O racismo estrutural acontece quando a sociedade vive de uma maneira que menospreza o povo negro "naturalmente" para posições de menos destaque.
"O racismo estrutural é quando uma pessoa negra, mexendo na estrutura de poder do País, possa ser vista como um cidadão comum ou até como uma pessoa que more em situação de rua, mas o contrário não ser dessa forma", explicou o especialista.
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Para casos que não são, necessariamente, posições de destaque positivo, o número muda.
"Nas escolas públicas, há uma demanda de 73% de pessoas consideradas pardas e negras. Quando falamos das Fundações Casa 76% das pessoas, em média, são pardas e negras. Ou seja, quando falamos do racismo estrutural, estamos falando de uma sociedade que entende que o espaço de poder não é para as pessoas negras. É como se você tivesse tirado alguém do seu espaço, do seu habitat natural", completou.
Para finalizar, o especialista citou um trecho da canção "Capítulo 4, Versículo 3" dos Racionais MC's, que diz:
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"A cada 4 pessoas mortas pela polícia, 3 são negras
Nas universidades brasileiras, apenas 2% dos alunos são negros
A cada 4 horas, um jovem negro morre violentamente em São Paulo".
Na luta para pôr um fim aos crimes contra a população negra, é preciso praticar o antirracismo.
* Texto sob supervisão de Matheus Herbert
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