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Aeroporto Antonio Ribeiro Nogueira Júnior, em Itanhaém. | Divulgação/PMI
O Aeroporto Antônio Ribeiro Nogueira Júnior, em Itanhaém, foi inaugurado em 1950 e já foi um dos centros de aviação mais movimentados do estado de São Paulo.
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Localizado às margens da Rodovia Padre Manoel da Nóbrega, o aeroporto registrava até 22 mil operações de pouso e decolagem anuais na década passada.
Durante esse período, a economia local prosperava com a chegada de 1.600 novas empresas e a criação de diversos empregos.
Porém, a pergunta que não quer calar é: por que o aeroporto sofreu redução tão significativa em sua operação? O que aconteceu com o lugar que iria lucrar tanto? A Gazeta vai te explicar sobre.
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A situação do aeroporto começou a mudar drasticamente após a decisão da Petrobras de transferir todos os voos relacionados às suas operações no pré-sal para o Rio de Janeiro.
Sem a influência política necessária, a Baixada Santista foi preterida, resultando na transferência dos voos que conectavam o litoral paulista às plataformas de petróleo da Bacia de Santos.
Atualmente, o aeroporto de Itanhaém enfrenta uma queda acentuada no volume de operações, com uma redução de 66% nos pousos e decolagens e uma diminuição de mais de 90% no número de passageiros.
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No auge, o aeroporto atendia cerca de 19 mil passageiros por ano. Estimativas da Federação Nacional dos Petroleiros indicam que o potencial poderia ser de mais de 100 mil passageiros anuais, mas em 2023 o número foi de apenas 1.436.
Segundo a Gerência de Imprensa da Petrobras no Rio de Janeiro, os voos destinados à Bacia Petrolífera de Santos são agora realizados através dos aeroportos de Cabo Frio, Maricá e Jacarepaguá, todos localizados no Rio de Janeiro.
A Petrobras conta com um efetivo de aproximadamente 12.900 pessoas trabalhando diretamente na Bacia de Santos, entre funcionários próprios e terceirizados.
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No início da década passada, a Petrobras investiu R$14 milhões na melhoria da infraestrutura de segurança e operações no aeroporto de Itanhaém.
O Governo Estadual também aplicou R$9 milhões no local, antes da administração ser transferida do Departamento Aeroviário (Daesp) para a Rede Voa SP, que gerencia 15 aeroportos em várias regiões de São Paulo.
Adaedson Costa, secretário-geral da Federação Nacional dos Petroleiros, afirma que a centralização das operações no Rio de Janeiro ocorreu após 2016, com a saída de Dilma Rousseff e a presidência de Michel Temer.
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A alteração resultou no fim das exigências de conteúdo local e na diminuição da atividade da indústria naval.
Costa destaca que, sob as regras anteriores, a Petrobras tinha planos para expandir significativamente o número de plataformas no pré-sal, o que teria aumentado substancialmente o volume de operações em Itanhaém.
Hoje, os funcionários da Petrobras da Baixada Santista têm que se deslocar até o Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, para pegar voos para o Rio de Janeiro, onde seguem para as plataformas da Bacia de Santos.
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Trabalhadores terceirizados viajam para o Rio de carro ou ônibus, embarcando em Cabo Frio ou Maricá.
A Secretaria de Comunicação da Prefeitura de Itanhaém relatou que a decisão da Petrobras gerou impactos negativos para a rede hoteleira, o comércio e os serviços locais.
Além de atender às plataformas da Bacia de Santos, os aeroportos de Maricá, Cabo Frio e Jacarepaguá também dão suporte às operações na Bacia de Campos, no litoral norte do Rio de Janeiro.
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Diariamente, são realizadas entre 20 e 26 operações de pouso e decolagem de helicópteros da Petrobras a partir do Aeroporto de Jacarepaguá.
Com uma pista com dimensões semelhantes à do Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, o aeródromo de Itanhaém tem capacidade para receber aeronaves de médio porte, como os Boeings 737, que comportam até 100 passageiros.
No entanto, em 2023, o aeroporto registrou apenas 1.436 passageiros, representando apenas 6,52% do volume total de pessoas que passaram pelo aeroporto no passado.
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De janeiro a agosto deste ano, foram registrados 1.091 passageiros, com um total de 4.238 movimentos de aeronaves.
O aeroporto de Itanhaém, com seu potencial subutilizado, permanece à espera de uma nova fase de prosperidade, que pode depender da mudança nas políticas da Petrobras e na reavaliação das necessidades de conectividade para a região.
*Com informações do Diário do Litoral
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