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Vista aérea da Casa das Rosas, casarão localizado na Avenida Paulista. (Foto de 03.1985) | Sérgio Tomisaki/Folhapress
Conhecida como a avenida mais famosa do País, a Paulista guarda curiosidades pouco conhecidas sobre sua história. O próprio processo de formação da via já chama a atenção devido ao perfil sonhador de seu projetista. Conheça a seguir um pouco mais sobre esses fatos inusitados.
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Muitas pessoas almejam deixar um legado a suas cidades. Era o caso de Mariano Antônio Vieira, que conseguiu, nada mais, nada menos do que criar a principal avenida do Brasil.
Nascido em 1826 em Portugal, ele veio a São Paulo com o sonho de criar uma grande cidade, inspirado pela modernidade de Paris.
Mariano não era rico e nem urbanista. Uma das metas para o seu projeto de metrópole era uma avenida de 50 metros de largura.
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Seu sonho acabou sendo viabilizado pela atividade de comerciante, na rua Direita, empreendida com sua esposa, Maria Isabel Paim. O casal vendeu o negócio e comprou uma propriedade rural, à época chamada de sítio Capão, onde mais tarde surgiria a avenida Paulista.
A área era tão grande que ia da praça Roosevelt até a av. Brigadeiro Luis Antonio. Pela área, ele pagou 57 contos cuja escritura foi lavrada no 2º Tabelião no dia 5 de abril de 1880. Não demorou para que ele colocasse seus planos em prática.
Na parte central do sítio, no ponto mais alto, ele abriu uma longa via e a batizou de avenida Real Grandeza. A via criada em 1880 seria mais tarde rebatizada de avenida Paulista.
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Mariano chegou a tentar, sem sucesso, preservar a floresta que existia na região da atual Paulista. Mas após a recusa da prefeitura, passou a vender os terrenos. Só o que sobrou da mata foi a área correspondente ao Parque Trianon.
Os registros históricos provam que o nome Real Grandeza foi inspirado por outra avenida que já existia no Rio de Janeiro desde 1826. Assim, como no caso da Paulista, essa via também ficava em uma chácara que depois virou o bairro do Botafogo.
A Real Grandeza carioca era uma das ruas mais importantes do Rio, por onde passava o bonde movido a tração animal. Foi criada por outro português, Joaquim Batista Marques Leão, um rico proprietário de terras que a batizou em homenagem a D. João VI.
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Na área onde hoje é a alameda Franca havia uma floresta de Jabuticabeiras. Segundo os registros históricos, era tão famosa que até o Imperador Dom Pedro II foi visitar.
Na época de jabuticaba, Dona Veridiana mandava buscar frutas todos os dias. Gostava tanto que chegou a comprar árvores inteiras e transplantar para seu jardim em Higienópolis. Pagou em cada jabuticabeira 1 contos de réis.
O Bairro da Bela Vista era chamado de Bela Cintra. Em documentos oficiais era possível encontrar o nome Cintra escrito com S e com C, dependendo da época, em função das revisões ortográficas portuguesas. O nome era homenagem a Serra de Sintra que segundo Mariano eram muito parecidas.
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O sítio do capão foi loteado. Anúncios de terrenos da época que diziam “Terrenos a preço de charuto”. O metro quadrado de um terreno na avenida Real Grandeza (av. Paulista) custava 1 vintém.
A Paróquia Divino Espírito Santo funcionou, em seus primórdios, na antiga casa de José Paim. Ele era um engenheiro, antiescravista e ambientalista nascido em Açores, Portugal.
Na sua casa foram rezadas as primeiras novenas ao Divino Espírito Santo. Quando faleceu em 1893, o terreno foi doado para construção de uma capela e hoje é a Paróquia Divino Espírito Santo.
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Um artigo publicado por Antônio Vieira Paim, filho de Marino Vieira, na revista do Arquivo Histórico, revela que o pai foi um dos Caifazes e que ajudava Antônio Bento a esconder escravizados em seu sítio. Mariano era contra a escravidão e nunca usou mão de obra escravizada, sempre teve trabalhadores assalariados em seus negócios.
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