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Chernobyl: Entenda o que aconteceu

Acidente nuclear em Pripyat, na Ucrânia, é um dos maiores desastres nucleares da história

Leonardo Sandre

25/04/2024 às 07:00  atualizado em 17/07/2024 às 18:28

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O desastre de Chernobyl afeto diversas nações e tirou mais de 300 mil pessoas de suas casas

O desastre de Chernobyl afeto diversas nações e tirou mais de 300 mil pessoas de suas casas | Viktor Hesse/Unsplash

No dia 26 de abril de 1986, um acidente nuclear (conhecido como acidente de Chernobyl) aconteceu em Pripyat, cidade soviética localizada na atual Ucrânia.

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A tragédia ocorreu quando o reator quatro da usina nuclear dessa cidade explodiu, deixando o reator aberto e lançando grande quantidade de material radioativo na atmosfera.

Abaixo, entenda mais sobre o acidente de Chernobyl, um dos piores da história.

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O que foi o acidente de Chernobyl?

O acidente de Chernobyl ocorreu na Central Nuclear de V. I. Lenin, usina nuclear que ficava em Pripyat, cidade localizada na União Soviética, atualmente Ucrânia. O desastre foi registrado por volta de 1h23 do 26 de abril de 1986. Neste horário, a usina passava por uma manutenção e, após uma falha humana, ocorreu uma explosão no reator 4.

O acidente ainda contribuiu para afetar severamente a saúde da população. Os casos de câncer aumentaram de forma considerável na população ucraniana e bielorrussa, além dos casos de doenças cardiovasculares também terem aumentado.

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Problemas nos reatores

Além de apenas uma falha humana, a explosão também aconteceu por conta de problemas no projeto do reator RBMK (Reactor BolshoMoshchnosty Kanalny). A linha era muito comum na União Soviética, contudo, eram considerados altamente instáveis, principalmente quando trabalhavam com potência reduzida.

Com a explosão, dois trabalhadores da usina morreram imediatamente e um incêndio se iniciou.

Radiação exposta e dificuldade de apagar incêndio

O incêndio iniciado no reator se estendeu durante dias e as autoridades locais enfrentaram dificuldades em conseguirem apagá-lo.

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Com a explosão, o reator e todo o material radioativo ficaram expostos, com isso, o material foi lançado na atmosfera. Essa radiação se espalhou e chegou até regiões próximas como a Bielorrússia e a Rússia (ambas faziam parte da União Soviética), além de outros locais como Suécia, Áustria e até o Canadá.

Os suecos, logo identificaram que o que havia acontecido na União Soviética tratava-se de um acidente radioativo e informaram a comunidade internacional. Eles descobriram o fato em razão dos níveis anormais na radioatividade na atmosfera.

A princípio, os soviéticos se negaram a reconhecer, mas, no dia 28 de abril, admitiram que um acidente havia acontecido em Pripyat.

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Ao todo, foram duas explosões. A primeira foi suficientemente forte para desprender o escudo protetor instalado logo acima do reator, que pesava mais de 1000 toneladas, lançando para o ar alguns produtos de fissão nuclear extremamente nocivos, como iodo-131, césio-137 e estrôncio-90.

A segunda fez com que mais de 300 kg de blocos de grafite, que ficavam entre as hastes de combustível, fossem lançados para fora das instalações da usina. O reator então começou a pegar fogo, e uma enorme quantidade de elementos radioativos foi lançada para a atmosfera durante cerca de 10 dias, até que o incêndio foi contido.

O que foi a falha que causou o acidente?

O acidente de Chernobyl ocorreu após falhas humanas durante um teste de segurança. O objetivo era determinar o tempo em que as turbinas seriam capazes de seguirem operando, a baixas potências, após uma queda de energia.

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Na ocasião, os operadores da usina deixaram de seguir muitos dos protocolos, causando, assim, a instabilidade de um dos reatores nucleares e, consequentemente, uma grande explosão.

Contudo, mesmo que a falha humana tenha sido a principal causa de todo o desastre, os reatores nucleares do tipo RBMK também têm responsabilidade no ocorrido. Eles eram usados em diversas usinas nucleares da União Soviética e possuíam moderadores de carbono, os quais causaram o superaquecimento da água quando a potência do reator foi reduzida.

O que ocorreu após a explosão?

De início, as autoridades soviéticas agiram de maneira lenta e cautelosa. Mesmo sem terem a certeza da extensão dos danos causados pela explosão e nem que o reator estava exposto, evitaram realizar a evacuação imediata da Pripyat. A evacuação começou apenas 36 horas depois e forçou os 50 mil habitantes da cidade a saírem do local.

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No geral, o governo soviético mobilizou mais de 1000 ônibus para retirar a população de Pripyat. A informação repassada para as pessoas era de que seria apenas uma remoção temporária e, por isso, não levaram pertences pessoais e tudo ficou abandonado na cidade. Ao longo do ano de 1986, um total de 115 mil pessoas foram evacuadas de regiões próximas da área afetada.

O total de pessoas evacuadas chegou a mais de 300 mil, visto que, regiões na Ucrânia, Bielorrússia e Rússia foram severamente afetadas pela radiação. Além disso, o governo soviético criou uma zona de exclusão na qual toda uma região no raio de 30 quilômetros da usina não poderia ter a presença humana, a não ser para casos com a devida autorização.

Quando foi conhecido que o incidente de Pripyat era grave, o governo soviético montou um comitê responsável para conter os danos. Uma das decisões desse comitê foi enviar centenas de milhares de pessoas para a região de Pripyat com o objetivo de conter os danos do acidente nuclear.

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Chamados de “liquidadores”, o grupo incluía soldados, bombeiros, cientistas, entre outros. Estima-se que de 600 mil a 800 mil pessoas tenham sido enviadas para trabalhar na contenção de danos e que muitos desses não tinham ideia dos riscos a que seriam submetidos com o seu trabalho.

A escritora bielorrussa Aleksana Aleksievitch aponta que, no caso de seu país, por exemplo, mais de 115 mil pessoas trabalharam como liquidadores e, de 1990 a 2003, cerca de 8500 morreram.

Boa parte das pessoas que foram enviadas para ajudar a conter os danos de Chernobyl foram motivadas a ir por promessas de bons salários e pelo sentimento de patriotismo.

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Até hoje, é proibida a presença humana nessa zona.

Sarcófago

O sarcófago de Chernobyl era uma estrutura de mais de 7300 toneladas e 400.000 m³ de aço e concreto. Sua construção foi para impedir que a radiação continuasse se espalhando. 

Uma vez que a radiação havia deteriorado a estrutura quase por completo, ele foi substituído por uma urna com altura de 110 metros de 25 toneladas, cuja construção começou em 2010 e foi feita para aguentar ao menos 100 anos.

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