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Cotidiano

Universitária e outros 50 afegãos acampam no aeroporto de Guarulhos

Crise humanitária: Só com cobertores, água e comida, afegãos sonham com vida nova no Brasil, mas não sabem para onde ir

Bruno Hoffmann

14/09/2022 às 02:53  atualizado em 14/09/2022 às 15:13

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Jovem deixou o último ano de faculdade em Cabul para tentar uma vida nova no Brasil

Jovem deixou o último ano de faculdade em Cabul para tentar uma vida nova no Brasil | Ettore Chiereguini/Gazeta de S. Paulo

Nesta terça-feira (13), 51 pessoas vindas do Afeganistão acampavam no saguão do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. Essas famílias fugiram do regime do Talibã no país asiático, que voltou ao poder em agosto do ano passado, e chegaram ao Brasil, sem dinheiro ou local para se abrigar, e aguardam acolhimento.

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É o caso de uma universitária, retratada pela imagem que abre esta reportagem, que largou o último ano de faculdade em Cabul, capital afegã, para, segundo ela, "recomeçar tudo de novo no Brasil". O repórter fotográfico Ettore Chiereguini, da Gazeta, esteve no aeroporto nesta terça-feira, e foi orientado a não revelar o rosto dos refugiados.

Veja:

Fotos: Ettore Chiereguini/Gazeta de S. Paulo

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De acordo com informações oficiais, o número de afegãos que fogem do regime Talibã e chegam ao Brasil triplicou de maio para agosto. No mês passado, 153 afegãos entraram no país pelo Aeroporto de Guarulhos. O governo do Brasil publicou uma portaria estabelecendo a concessão de visto temporário, para fins humanitários, a cidadãos afegãos.

Segundo um responsável pelo acolhimento social ouvido pela reportagem, o aumento de pessoas em situação de vulnerabilidade vindas do país dificulta o acolhimento necessário.

"Aumentou bastante [o número de afegãos chegando pelo aeroporto] e o sistema de acolhimento de São Paulo não conseguiu acompanhar. Como muitos aqui são famílias, esses não se separam, e a barreira cultural atrasa o processo de integração deles no Brasil", explicou ele.

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De acordo com a Prefeitura de Guarulhos, os 51 afegãos esão sendo atendidos pelo Posto Avançado de Atendimento Humanizado ao Migrante, equipamento da Prefeitura de Guarulhos instalado no mezanino do Terminal de Passageiros 2 do aeroporto.

A Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Assistência Social afirma também que está contato com o governo do Estado e com diversas instituições parceiras em busca de locais para acolhimento.

"Os que já estavam no aeroporto até ontem, 25 pessoas, já estão referenciados, recebendo alimentação, água, cobertores e atendimento social. Os que chegaram entre ontem no final da tarde e hoje, cerca de 26 pessoas, também já estão sendo referenciadas também receberão alimentos, água e cobertores", informa a nota da gestão municipal.

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"Por conta desta demanda, no último dia 10 de agosto, inauguramos a Residência Transitória para Migrantes e Refugiados. O equipamento tem capacidade para 27 pessoas e é um serviço de acolhimento que oferece apoio e moradia para migrantes e estrangeiros em situação de vulnerabilidades e risco pessoal e social. No momento, o local está lotado", completa a Prefeitura de Guarulhos.

Em nota, a GRU Airport, concessionária responsável pela operação do aeroporto, diz que "vem acompanhando a ação para acolhimento de famílias afegãs que chegam ao Brasil, por parte da Secretaria de Desenvolvimento e Assistência Social da Prefeitura de Guarulhos, por meio do Posto Avançado de Atendimento Humanizado, e do Estado de São Paulo".

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