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Cotidiano

SP ampliará unidades para reabilitar animais silvestres vítimas de tráfico

O objetivo do CETRAS é reabilitar esses animais para que possam ser devolvidos à natureza

Natália Brito

12/06/2023 às 10:10  atualizado em 12/06/2023 às 10:15

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Gambá e seus filhotes estão acuados antes do resgate (Foto: Divulgação/Polícia Ambiental)

Gambá e seus filhotes estão acuados antes do resgate (Foto: Divulgação/Polícia Ambiental) | Divulgação/Polícia Ambiental/Arquivo

Quem passa pelo Parque Ecológico do Tietê, na zona leste de São Paulo, às vezes nem imagina que dentro dele funciona um importante centro de triagem e recuperação de animais silvestres. Atualmente, ele é o único núcleo estadual que realiza esse trabalho. Mas, até 2026, o Estado de São Paulo vai ampliar suas unidades para receber animais silvestres provenientes do tráfico ilegal, resgatados ou ainda aqueles que foram entregues pela população.

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O objetivo do CETRAS é reabilitar esses animais para que possam ser devolvidos à natureza. Por ano, o centro recebe até 10 mil animais. E quase todo momento, uma viatura da Polícia Militar Ambiental do Estado de São Paulo chega com uma nova apreensão. O centro recebe indivíduos aprendidos pela corporação, pelas fiscalizações do IBAMA, Polícia Civil, Municipal e Federal. Além dos resgatados vítimas de acidentes, pelas Prefeituras, Corpo de Bombeiros, Parques Urbanos e tem também aqueles que foram entregues de maneira voluntária.

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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Todos os animais passam por avaliação clínica, biológica e exames para definição do melhor tratamento e ingresso no processo de reabilitação, que envolvem estímulos e correção física, nutricional e comportamental. A taxa dos animais devolvidos para a natureza chega ser de 70%. Os indivíduos que não conseguem se adequar são encaminhados para zoológicos e outros empreendimentos.

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A diretora do CETRAS, Sayuri Fitorra, ressalta a importância de devolver esses animais para os habitats naturais: “Esses animais têm um papel muito importante no ecossistema. Então devolvendo, a gente faz com que eles voltem para seus ciclos, como de dispersor de semente ou predador. Cada um tem sua função”.

Cerca de 80% dos animais recebidos são aves e quase metade apresentam algum grau de ameaça de extinção, seja pela destruição de habitat, tráfico de animais silvestres ou introdução de espécies invasoras. São espécies como curió (Sporophila angolensis), pixoxó (Sporophila frontalis), arara canindé (Ara ararauna), além dos mamíferos como bugio ruivo (Alouatta guariba) e sagui da serra (Callithrix aurita).

A bióloga Sayuri Fitorra explica que, apesar de todas as campanhas de conscientização, o comércio ilegal de aves ainda é muito comum. “A maioria do interesse é pela vocalização dos animais, pelo canto deles em cativeiro”, explica. “Já algumas espécies, como as Araras, não tem tanta essa habilidade de fala, mas elas são grandes e bonitas, então o interesse é tanto pela beleza, quanto também pelo canto ou habilidades específicas da ave”.

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Ampliação dos CETRAS

Até 2026, o Estado de São Paulo vai contabilizar seis centros de triagem e recuperação de animais silvestres. O investimento é de R$ 38,8 milhões. O primeiro que deve ser inaugurado na cidade de Registro, na região norte do estado. Outra unidade será construída em Presidente Prudente, na região oeste. Outros três CETRAS serão criados, em parceria com as universidades, para o atendimento regionalizado da fauna silvestre resgatada.

O Centro de Animais Silvestres do Estado de São Paulo, localizado dentro do Parque Ecológico do Tietê, na zona leste da cidade de São Paulo, foi inaugurado em 1986. A unidade conta com 22 profissionais entre biólogos, veterinários e tratadores de animais silvestres. O CETRAS tem parceria com áreas de soltura cadastradas no Estado de São Paulo e com os órgãos ambientais de outros estados para destinação de animais reabilitados para devolução para a natureza.

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Animais resgatados

Além de receber muitos animais vítimas do comércio ilegal, o CETRAS recebe também muitos indivíduos que sofreram algum tipo de acidente, como atropelamento, colisão ou queda de ninhos.

Um dado alarmante: durante as férias escolares aumenta muito os acidentes envolvendo as aves com as pipas. A diretora do CETRAS, Sayuri Fitorra, explica que a linha enroscada nas árvores é muito prejudicial, principalmente às espécies de rapina, como os gaviões e as corujas. “Acabam se enroscando nas linhas que estão nas árvores, em alguns casos chega a amputar as asas do animal.”

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Além das apreensões e dos resgates, o CETRAS recebe de maneira voluntária a entrega de muitos animais silvestres feita pela população. A maioria dos casos são animais de estimação de origem ilegal, mas a entrega voluntária isenta o tutor de uma ação penal.

Antes de ir ao CETRAS, é necessário entrar em contato por telefone para saber se há vagas. O número é (11) 2829-2272.

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