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Cotidiano

Saiba detalhes sobre a polêmica greve na USP

A Gazeta entrevistou com exclusividade alunos e membros do Grêmio e da Poli que deram atualizações sobre a situação na universidade

Leonardo Sandre

28/09/2023 às 13:11  atualizado em 28/09/2023 às 16:20

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O movimento de greve na USP começou no último dia 18

O movimento de greve na USP começou no último dia 18 | USP Imagens/Divulgação

A greve na USP segue em alta. A Gazeta entrevistou com exclusividade alunos e membros do Grêmio e da Poli que deram atualizações sobre a situação na universidade.

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Nesta quarta (27), ocorreu uma votação do setor de Medicina, que optou por também adedirem a greve na universidade. Veja o que disse o perfil oficial de medicina em seu Instagram:

"Após a Assembleia do dia 27/09, por votação, os alunos optaram pela paralisação das aulas. Agora cabe a nós garantir que a paralisação ocorra de fato, de modo que nos unamos para impedir que as aulas aconteçam e que possamos nos juntar às mobilizações estudantis, para assegurar que sejam postas em prática as reivindicações dos alunos.

As pautas abarcadas pelo movimento estudantil são a defesa do HU [Hospital Universitário], a permanência estudantil e a contratação de titulares."


Críticas ao modelo atual de gestão ao Hospital Universitário

"O HU passa por um processo de desmantelamento, inclusive, recentemente, teve que fechar seu PS para pacientes que chegam por demanda espontânea, devido à superlotação. Desde 2013, o hospital perdeu quase 500 funcionários(seja por aposentadoria ou por demissão) o que, consequentemente, levou à redução de cerca de 38% dos leitos. Desse modo, um hospital que atendia 17 mil pacientes por mês passou a atender apenas 5 mil.

Apesar de tentativas do movimento estudantil e sindical de reverter essa situação, a reitoria e a super-intendência do HU seguem resignados e ignorando esse cenário crítico. Houve até mesmo desvio pela reitoria de emendas parlamentares destinadas ao HU para outros fins.

Como já foi apresentado pelo CAOC à superintendência, é essencial a contratação de pelo menos mais 110 funcionários para tornar a situação do HU minimamente adequada ao seu papel no ensino e na assistência",
afirmou o perfil, em nota.

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Grêmio Politécnico

O Grêmio Politécnico, no dia 26 de setembro, elaborou uma consulta direcionada a todo o corpo discente da escola, com intuito de entender melhor os diversos posicionamentos da comunidade. As votações ocorreram de forma online durante terça (26) e quarta-feira (27). As opiniões manifestadas nas respostas foram favoráveis à greve (1261 favoráveis, 90 abstenções, 939 contrários) e contrárias ao piquete (851 favoráveis, 188 abstenções, 1251 contrários).

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Gráfico dos dados obtidos na pesquisa/Reprodução/Instagram

Piquete é o ato de bloquear o acesso e interromper determinadas atividades de uma empresa ou instituição para chamar atenção para uma causa. O piquete é só em salas de aula, a intenção não é afetar corredores e laboratórios de pesquisa.

Centro Acadêmico de Letras cobra renúncia

O CAELL, o Centro Acadêmico de Letras da USP soltou um texto exigindo a renúncia do diretor da FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas), Paulo Martins. 

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"Fora Paulo Martins! Expandir a luta por contratação, permanência e contra a burocracia universitária

Nós, s estudantes da FFLCH estamos em greve e, dadas as recentes ações do Diretor da FFLCH, Paulo Martins, exigimos por meio deste abaixo-assinado sua saída imediata do cargo que ocupa. Não há qualquer possibilidade de a nossa faculdade ser dirigida por uma pessoa que mente, ofende e ameaça estudantes e reprime o Movimento Estudantil.

 Paulo Martins representa a Reitoria e seu projeto de sucateamento da Universidade na FFLCH, que é responsável pela grave falta de docentes nos nossos cursos", diz trecho do texto.

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Início da greve

Na noite desta segunda (25), pouco mais de 250 alunos da Escola Politécnica se reuniram em Assembleia para deliberar sobre uma consulta formal que seria realizada nos dias seguintes. Plebiscitos a esse molde foram, historicamente, os mecanismos acionados para garantir consultas representativas dos seis mil alunos de engenharia. Entretanto, com a pressão de grevistas da FFLCH e do DCE (Diretório Central dos Estudantes), a decisão final favorável à greve foi tomada ali mesmo – o que gerou a revolta dos alunos que não estavam presentes. 

As aulas foram suspensas temporariamente pela diretoria, enquanto o Grêmio Politécnico buscou fazer a consulta prometida aos estudantes. "Infelizmente, táticas de intimidação como essa são comuns na USP — garanto que não aconteceu apenas na Poli. Óbvio que a justificativa da greve é válida, é um problema que remonta a seis, sete anos. Mas com certeza poderia ter sido conduzida de maneira mais democrática.", disse Mateus Nascimento (20), aluno de engenharia.

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Na Faculdade de Direito, a decisão também foi tomada em assembleia, com a presença de 630 estudantes. Segundo o Centro Acadêmico XI de Agosto, 606 alunos votaram a favor da paralisação. Na terça-feira (26), outros institutos também aderiram ao movimento, como a Farmácia-Bioquímica.

Um perfil no Instagram explica detalhadamente sua versão na motivação da greve, que você pode acessar clicando no link

*Assistente de redação, sob supervisão

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