Ramuth exalta aumento a policiais, mas admite defasagem da Polícia Civil

O vice-governador Felicio Ramuth (PSD) admitiu que a Polícia Civil de São Paulo ainda tem defasagem salarial em relação a outros estados do País, mas valorizou o aumento concedido pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) às forças de segurança paulistas.

“O governo em seis meses aumentou em até 34% os salários das forças de segurança, em uma média de 20%. Foi um aumento bastante ousado por parte do governador e merecido por parte desses profissionais”, disse ele em entrevista à Rádio Trianon, que contou na bancada com a reportagem da Gazeta, nesta segunda-feira (28).

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“Foi um primeiro movimento de valorização efetiva em relação às forças de segurança. Antes, muito se falava e pouco se fazia, e a gente começou fazendo. Claro, existem novas oportunidades futuras, mas o que de pronto já conseguimos fazer, e não foi pouco, foi esse aumento de até 34% para as forças de segurança”, completou o vice-governador.

Entidades paulistas se queixam de baixa valorização profissional em relação a outros estados. De acordo com o Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (Sindpesp), o Estado continua sendo um dos que oferece os piores salários aos profissionais da Segurança Pública.

“De fato”, admitiu Ramuth, “existem defasagens em relação a outros estados”, e afirmou que o pleito do sindicato é importante.

Para a presidente do Sindpesp, Jacqueline Valadares, o que acontece “é inconcebível”:

“Não há razoabilidade no fato de um estado, que está sempre entre os melhores em produtividade, remunerar tão mal aqueles que estão na linha de frente contra o crime e na proteção da sociedade”, disse a presidente do Sindpesp.

“São Paulo arrecadou R$ 1,03 trilhão no ano passado, é o segundo mais seguro do Brasil, segundo o Anuário da MySide, mas ostenta o vergonhoso 22º pior salário para delegados do País - R$ 15.037 brutos, e já contando com o reajuste do governo para agosto”, lamentou a delegada.

Segundo o sindicato, São Paulo só ganha de Minas Gerais, Amapá, Espírito Santo, Bahia e Paraíba em salário de delegados iniciantes, apesar de ter a maior arrecadação do País.

Para Ramuthh, a abertura do diálogo é importante, mas não deu data para o tema voltar a ser tratado oficialmente. “Com certeza mais diálogos vão trazer futuras melhorias, mas não existe nada na pauta ou na agenda de forma imediata”, afirmou.

*Leonardo Sandre é assistente de redação