A+

A-

Alternar Contraste

Segunda, 16 Setembro 2024

Buscar no Site

x

Entre em nosso grupo

2

WhatsApp
Home Seta

Cotidiano

Por que São Paulo chegou a 100 mil mortes pela Covid-19

Mesmo com avanço da vacinação, que já chegou a todos os idosos, o Estado atinge a marca de 100 mil vítimas fatais pela pandemia neste fim de semana

Bruno Hoffmann

07/05/2021 às 17:03

Continua depois da publicidade

Compartilhe:

Facebook Twitter WhatsApp Telegram
João Doria, durante entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes

João Doria, durante entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes | Divulgação/Governo do Estado

O estado de São Paulo chegou neste fim de semana à chocante marca de 100 mil mortes causadas pela pandemia da Covid-19. A marca impressiona porque só oito países têm mais de 100 mil vítimas fatais pela doença: Estados Unidos (580 mil), Brasil (417 mil), Índia (234 mil), México (218 mil), Reino Unido (128 mil), Itália (122 mil), Rússia (110 mil) e França (106 mil). Ou seja, se fosse uma nação, o estado de São Paulo seria a nona mais letal pela doença no planeta em números absolutos.

Continua depois da publicidade

De acordo com outro levantamento, feito em abril, São Paulo seria o 11º país com pelo menos um milhão de habitantes mais arriscado para se viver durante a pandemia por 100 mil habitantes, com 177 mortes a cada 100 mil moradores. Há risco maior de morrer por Covid morando em São Paulo do que países como Estados Unidos, Peru e Portugal. O Estado também é mais mortal que a média brasileira, que é de 165 mortes por 100 mil habitantes.

Os especialistas dizem que vários motivos levaram São Paulo a ser tão letal. Segundo Domingos Alves, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) de Ribeirão Preto, há uma série de falhas do governo federal e estadual que explicam o grande número de casos em território paulista.

Continua depois da publicidade

No caso de Doria, ele criticou o Plano São Paulo, que entrou em vigor em 1º de junho como um plano de retomada heterogênea das atividades econômicas e sociais no Estado. “Não existe nos anais da ciência e da medicina uma quarentena heterogênea. Ou é quarentena ou não é”.

Ele também criticou, em conversa com a Gazeta no ano passado, o tom que Doria costuma dar a várias entrevistas de que a pandemia está sob controle. “Essa é uma verdadeira enganação da população”, disse.

A Gazeta também procurou deputados estaduais, da situação e da oposição, para entender por que São Paulo chegou a 100 mil mortes pela doença, se tornando um dos “países” mais mortais pela doença.

Continua depois da publicidade

Para Carlos Giannazi (PSOL), há uma grande parcela de culpa do governo estadual no aumento da pandemia do Estado, e listou as ações que teriam causado o número.

“Aberturas das escolas para as aulas presenciais que não são seguras e aumentam a contaminação e flexibilização da abertura do comércio para atender os interesses de setores econômicos em detrimento da saúde pública e da vida”. Ele também destacou a falta de renda emergencial e ajuda financeira aos comerciantes e pequenos empreendimentos do Estado.

Por outro lado, a deputada estadual Analice Fernandes (PSDB) tirou a culpa de Doria, ao citar que o Estado chegou à marca “devido à incompetência de quem foi contra a vacina, contra o uso de máscaras, contra o distanciamento social”.

Continua depois da publicidade

Para a parlamentar, Doria desempenhou um importante papel para a superação da pandemia ao liderar a busca pela vacina. “São Paulo, graças a iniciativa e a ousadia do governador João Doria, conseguiu produzir a Coronavac e hoje 80% das pessoas imunizadas no Brasil, tomaram a Coronavac. Eu lhe pergunto: e se essas vacinas pudessem ter ficado no Estado de SP ? Se o Brasil tivesse mais vacinas?”, questionou.

Ela também destacou que o Estado triplicou o número de leitos, e destacou que há características de São Paulo que fazem os casos ter sido maiores. “O Estado de São Paulo é o mais populoso, e também o que possui as cidades mais adensadas do País. O Brasil e o mundo se encontram aqui. Nossos aeroportos são os mais movimentados do Brasil, fomos expostos a toda sorte de perigos por incompetência do governo federal”.

O deputado Cezar (PSDB) destacou que o mundo inteiro sofre as consequências da pandemia, e também destacou o papel de Doria para atrair vacinas para São Paulo.

Continua depois da publicidade

“Iniciativas importantes para imunização foram adotadas pelo governador João Doria como, a exemplo, a produção de doses da Butanvac, primeira vacina nacional contra o coronavírus, no Instituto Butantan. Graças ao governador, o Brasil deu início à vacinação através da Coronavac. Até o momento, São Paulo entregou 43 milhões de vacinas do Butantan ao País”.

Questionado qual ponto poderia ser melhorado no combate à pandemia, o parlamentar citou o transporte público. “Com relação aos pontos a serem melhorados, considero importante dar atenção ao transporte público, pois é o principal meio de locomoção para os trabalhadores e um fator de risco de contaminação nessa pandemia”.

Nesta sexta-feira (7), o Governo de São Paulo flexibilizou as medidas de combate à pandemia, ao ampliar o horário de funcionamento de restaurantes e do comércio em todo o Estado.

Continua depois da publicidade

Apesar de relaxar ainda mais as regras, a gestão Doria manteve o Estado por mais duas semanas no que nomeou de "fase de transição" da quarentena contra a disseminação do coronavírus.

Continua depois da publicidade

Continua depois da publicidade

Continua depois da publicidade

Conteúdos Recomendados