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Cotidiano
Segundo pesquisa, no Brasil, 85% das pessoas acreditam que a pandemia afetou seus planos de carreira
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Lara se reinventou na pandemia, após um curso on-line, ela se prepara para estrear um espetáculo por meio da rede | /ARQUIVO PESSOAL
A pandemia do novo coronavírus já faz parte da rotina nacional há quase um ano e meio e, além de impactar a saúde e a economia, para 85% dos brasileiros ela afetou também os planos de carreira. Ao menos, é o que revela uma pesquisa realizada pela Mindsight, empresa especializada em ciência de dados para RH.
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No estado de São Paulo a percepção não é diferente, com muitos paulistas precisando se reinventar profissionalmente, como aconteceu com o paulistano Marcelo Fontana, de 29 anos, que saiu da cozinha de um restaurante, no qual pretendia seguir carreira, para administrar o próprio negócio, em plena pandemia.
“Quando começou a pandemia eu era cozinheiro em um restaurante, na região de Pinheiros. Ele funcionava há um ano e estava indo muito bem. Porém, conforme o número de casos foi subindo e as restrições aumentando, o restaurante não aguentou e acabou fechando, dispensando todos os funcionários. Desse episódio, contudo, nasceu a Sow Burger, pois eu, meu irmão e um amigo decidimos empreender. Vimos que era uma boa oportunidade de trabalhar para si mesmo. E mesmo a pandemia trazendo tanta adversidade, ela nos deu coragem para apostar na nossa paixão, o que, talvez, demorasse muito mais, ou nem acontecesse”, diz o empresário, que acaba de abrir a segunda unidade da hamburgueria.
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Buscando novos caminhos
A atriz e apresentadora Lara Cardoso, de 46 anos, é outra que sentiu o baque da pandemia profissionalmente. Moradora de Campinas, no interior do Estado, ela tinha vários trabalhos agendados antes do coronavírus desembarcar no Brasil e viu tudo ser cancelado, conforme a doença avançava.
“Minha rotina era muito dinâmica, todo dia eu conhecia gente nova. Quando veio a pandemia para mim foi um baque, pois tive vários trabalhos cancelados. Foi extremamente difícil. Eu gravava uma personagem infantil e tive que me reinventar, passando a filmar com celular. Eu tive muito medo de não conseguir retomar a minha carreira do mesmo patamar de antes. Para tentar contornar a ansiedade, passei a buscar vários cursos por meio de uma plataforma on-line. Em um desses cursos, conheci ouros três artistas e agora estamos ensaiando on-line e vamos estrear um espetáculo em junho. Acredito que a pandemia veio para nos reinventar, mas continuo insegura por não saber ainda o que pode acontecer”, conta Lara.
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Estagnação
O sentimento experimentado por Lara também foi verificado em 73% dos participantes da pesquisa da Mindsight, que sentem que suas carreiras estão estagnadas ou avançando lentamente.
Para 25% dos participantes, o avanço segue em um ritmo normal e apenas 2% acreditam que estão avançando profissionalmente de maneira acelerada.
"O mercado de trabalho brasileiro sofreu bastante no ano passado, deixando diversas pessoas desempregadas em busca de uma recolocação, assim como frustradas com o ritmo no qual suas carreiras estão avançando. No entanto, ao completarmos um ano de pandemia, a maioria das empresas já entendeu que muitas mudanças vieram para ficar e se adaptaram. Com isso, surgem mais oportunidades de trabalho flexível e vagas remotas", explica Thaylan Toth, CEO da Mindsight.
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Mudança de rumo
Para Rosana Daniele Marques, gerente de gestão de pessoas da Crowe, empresa especializada em auditoria e consultoria, os caminhos escolhidos por Fontana e Lara são ideais. “O momento de crise é um momento para se reinventar”, destaca.
A especialista alerta, contudo, que é preciso observar o momento com atenção e elaborar um plano para conseguir mudar os rumos da vida profissional. “Muitas construções de sonhos profissionais são pautados em situações que não são reais. Dessa forma, o profissional precisa refletir e entender o que está acontecendo, o que está prejudicando sua qualidade, dar nome a esta estagnação, pois às vezes ele está estagnado por conta da empresa, da área, da formação que não deu sequência. Depois de ter isso claro é preciso criar um plano para fazer esse movimento profissional.”
Ainda segundo Marques, aprimorar as competências técnicas e as habilidades comportamentais devem estar no radar dos profissionais. “Para reavaliarmos a nossa rota, temos que nos preparar com cursos, trabalhando habilidades de tecnologia, ferramentas de comunicação, softwares que possam facilitar a rotina e entender as soft skills, sendo que procurar a ajuda de especialistas pode ser um bom caminho.”
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