Os 100 anos da Semana de 22

Entre os dias 11 e 18 de fevereiro de 1922, o Teatro Municipal de São Paulo recebeu manifestações artísticas que marcaram o contexto artístico e cultural brasileiro. Agora, prestes a completar 100 anos, diversos equipamentos culturais preparam uma programação intensa durante todo o ano para celebrar aquela que ficou conhecida como “Semana de 22”. Confira.

Teatro Municipal
Palco principal da Semana de Arte Moderna há 100 anos, o Teatro Municipal de São Paulo terá em fevereiro uma programação especial em homenagem ao centenário da Semana Modernista.

A celebração começa com a instalação artística "Recostura", da ativista Chris Tigra, que ficará na fachada principal do Teatro até 10 de março. Na programação, há ainda um ciclo de encontros, com a mesa "Faltas, Fendas e Forças da Semana de 22", uma apresentação do Coral Paulistano, com um repertório de Música Coral Brasileira, sob a regência de Maíra Ferreira, shows, uma "Expedição Modernista", junto ao Coletivo Jornal das Miudezas e Coletivo Teatro Dodecafônico, na qual os participantes caminharão pelo centro da cidade fazendo paradas e realizando oficinas em três equipamentos culturais, que acontece no dia 12 de fevereiro.

A Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo integra a grade com duas apresentações especiais com um programa completo das Bachianas, de Heitor Villa-Lobos. Também celebrando o centenário, a Orquestra Experimental de Repertório apresenta Villa-Lobos e Radamés Gnattali. Além disso, dois espetáculos teatrais em processo serão apresentados na Cúpula do Theatro Municipal no sábado e domingo (12 e 13 de fevereiro): "Fortes e Vingativos como Jaboti", com a Bendita Trupe (SP), dramaturgia e direção geral de Johana Albuquerque, e "Infância", baseado na obra homônima de Graciliano Ramos, com Ney Piacentini e Alexandre Rosa no elenco.

A partir de 12 de fevereiro, no Teatro Municipal. Praça Ramos de Azevedo, s/n – República.

Projeto Ressonância
O projeto Ressonância, da 55SP (plataforma cultural de artistas contemporâneos) propõe uma série de manifestações em comemoração ao centenário da Semana de Arte Moderna. Na programação, no dia 19 de março, na Vila Modernista Flávio de Carvalho, nos Jardins, haverá uma instalação da artista Mônica Ventura e do Coletivo Coletores, com a curadoria de Carollina Lauriano. Além disso, o grupo realizará projeções na fachada da casa do Espaço C.A.M.A, que abriga a 55SP, para celebrar o legado do centenário da Semana de Arte Moderna de 1922 e trazer à tona a discussão sobre o apagamento histórico de artistas negros nesse período.

Dia 19 de março, das 11h às 19h, na Vila Modernista Flávio de Carvalho. Alameda Lorena 1257 -- casa 4 – Jardins.

Pinacoteca
Com 134 trabalhos de artistas ligados a Semana de Arte Moderna, a Pinacoteca de SP celebra o centenário de 1922. Batizada de “Modernismos. Destaques do acervo”, a exposição fica em cartaz até 31 de dezembro de 2022 , no edifício da Luz.

Entre os trabalhos, o público poderá conferir Amigos, de Di Cavalcanti; Antropofagia e São Paulo, de Tarsila do Amaral; e Auto-retrato, de Victor Brecheret.

Os ingressos custam a partir de R$ 10. O edifício Pina Luz fica na Praça da Luz 2.

Museu Afro Brasil
Para celebrar a Semana de 22, está em cartaz desde o dia 25 de janeiro no Museu Afro Brasil, a mostra “Padre Jesuíno do Monte Carmelo aos Olhos de Mario de Andrade”, que reúne 27 obras de grandes dimensões, muitas delas exibidas pela primeira vez, do Padre Jesuíno. A mostra tem curadoria de Maria Silvia Barsalini e Emerson Ribeiro e colaboração da equipe do Museu Afro Brasil.

A exposição fica em cartaz até 30 de junho. Os ingressos custam as partir de R$ 7,50. O Museu Afro Brasil fica no Parque Ibirapuera, Portão 10.

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Museu de Arte Moderna de São Paulo
Cartazes de exposições de artistas modernos realizadas pelo Museu de Arte Moderna de São Paulo nas últimas décadas compõem a exposição “Sete Décadas de Exposições Modernistas” na Biblioteca do MAM.

Quem for à instituição também poderá conferir o documentário “MAM São Paulo: sete décadas de exposições modernistas de 1950 a 2018”, produzido pelo museu.

Os ingressos custam R$ 25. O MAM fica no Parque Ibirapuera, portões 1 e 3.

Tarsilinha
As crianças não ficam de fora das comemorações dos 100 anos da Semana de 22. No dia 10 de fevereiro, estreia nos cinemas a animação inspirada na obra de Tarsila do Amaral, “Tarsilinha”.

Com trilha de Zezinho Mutarelli e Zeca Baleiro, a animação de Celia Catunda e Kiko Mistrorigo é uma aventura fantástica, que tem como objetivo aproximar ainda mais as crianças da obra da artista, que já é muito conhecida entre este público.

“Dos Escombros de Pagu”
A peça encenada por Thais Aguiar, com texto de Tereza Freire e direção de Roberto Lage conta a história da militante política e cultural, e uma das pioneiras do feminismo no Brasil, Pagu.

O espetáculo será encenado entre os dias 14 e 19 de fevereiro, de segunda a sexta, às 20h, e aos sábados, às 18h, na Oficina Cultural Oswald de Andrade, sala Patrícia Rehder Galvão. Rua Três Rios, 363, Bom Retiro.

Litoral e interior
Em diversas cidades do Litoral e Interior também ocorrerão homenagens à Semana de 22. Em Santos, o curso “Mulheres Modernistas”, ministrado pela professora doutora Regina Teixeira de Barros, nos dias 1, 8, 15 e 22, de fevereiro, às 19h, no Museu do Café é uma das opções.

A atividade buscará examinar o trabalho de mulheres que atuaram na área de artes visuais no País nas décadas de 1920 e 1930, indo além dos nomes mais conhecidos. O investimento é de R$ 150.

Já na cidade de São Roque, a exposição gratuita “No Gerúndio” contará com obras de artistas visuais de São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná. A exposição acontecerá na Brasital, uma das primeiras indústrias têxteis do Brasil e um dos prédios históricos mais importantes da região de São Roque.

A exposição fica em cartaz de 12 de fevereiro até 13 de março, na Brasital. Av. Aracaí, 280 - Vila Aguiar, São Roque – (SP).

A Semana de 22
Ocorrida entre os dias 11 e 18 de fevereiro de 1922, no Teatro Municipal de São Paulo, a Semana de Arte moderna, também conhecida como Semana de 22, revolucionou as artes plásticas, a música, a literatura e a arquitetura brasileira. Isso porque ela propôs um rompimento à perfeição estética admirada no século 19, em favor de uma identidade nacional.

Entre os artistas modernistas destacam-se Oswald de Andrade, na literatura, Víctor Brecheret, na escultura, e Anita Malfatti, na pintura, entre outros. Ainda que hoje, seja um movimento celebrado, na época, foi algo muito criticado, ganhando importância apenas com o passar dos anos.