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Cotidiano
O estado de São Paulo é o que registra maior número de ocorrências, onde 7,3 mil famílias foram despejadas e outras 65,6 mil sofreram ameaça de despejo
16/02/2023 às 17:05 atualizado em 16/02/2023 às 17:39
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Policiais militares da Tropa de Choque cumprem reintegração de posse da ocupação Colonial, na zona leste da capital paulista (arquivo) | Rovena Rosa/Agência Brasil
O número de famílias que foram despejadas ou que tiveram de abandonar um espaço por ações de reintegração de posse chegou a mais de 41 mil ao longo da pandemia de Covid-19 no Brasil. As informações são do Mapeamento Nacional de Conflitos pela Terra e Moradia, organizado pela campanha Despejo Zero.
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O levantamento é feito pela entidade desde o início das políticas de isolamento social e engloba os 26 estados e também o Distrito Federal. A plataforma é alimentada de forma colaborativa e contém informações que foram compiladas até fevereiro deste ano.
O estado de São Paulo é o que registra maior número de ocorrências, onde 7,3 mil famílias foram despejadas e outras 65,6 mil sofreram ameaça de despejo. Em seguida vêm Rio de Janeiro (com 6 mil despejadas e 5,5 ameaçadas) e Amazonas (com 4,8 mil famílias retiradas de suas casas, 32,7 em risco de perder o lar).
Para Raquel Ludermir, gerente de Incidência Polícia da Habitat Brasil, uma das 170 entidades envolvidas com a campanha Despejo Zero, a falta de políticas públicas voltadas para casas populares nos últimos anos intensificou o problema.
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"Tem a ver com desmonte de políticas habitacionais, empobrecimento das famílias, queda de renda, custo de vida aumentando, e ao mesmo tempo governo desmontando aparato de programas de moradia de baixa renda. Tem um problema estrutural do Brasil com um desmonte recente", afirma Raquel ao portal g1.
Durante a pandemia, o Supremo Tribunal Federal proibiu que despejos fossem executados no Brasil, mas isso não impediu que famílias perdessem seus lares.
Registros de despejos e ameaças no Brasil, segundo o mapeamento
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Estado | Famílias despejadas | Famílias ameaçadas |
SP | 7.376 | 65.600 |
RJ | 6.041 | 5.513 |
AM | 4.879 | 32.719 |
MA | 3.583 | 635 |
GO | 1.833 | 4.570 |
CE | 1.740 | 11.285 |
PR | 1.712 | 5.311 |
PE | 1.535 | 21.661 |
DF | 1.329 | 5.584 |
MT | 1.300 | 1.343 |
SE | 1.263 | 622 |
RO | 1.170 | 14.512 |
BA | 870 | 4.048 |
RS | 734 | 8.844 |
PB | 723 | 11.556 |
MG | 704 | 3.449 |
RN | 652 | 841 |
PA | 629 | 5.784 |
RR | 603 | 200 |
TO | 505 | 180 |
AC | 482 | 209 |
MS | 310 | 2.840 |
AL | 308 | 770 |
AP | 230 | 3.550 |
SC | 201 | 1.269 |
PI | 150 | 3.845 |
ES | 144 | 1.241 |
Fonte: Campanha Despejo Zero
Crianças e idosos
O mapeamento detalhou também o número de despejos que afeta diretamente crianças e idosos. Em todo o País, 177,6 mil crianças foram atingidas pela falta de lar ou o risco de perder moradia. Já entre os idosos, o cenário atingiu 174,5 mil pessoas.
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No detalhamento, o estudo também identificou que 623,2 mil mulheres e 685,5 mil pessoas negras foram vítimas de conflito por terra e moradia, como o Despejo Zero define a situação.
O mapeamento revelou ainda que os casos de remoção total ou parcial ocorrem principalmente nas regiões Sudeste (mais de 16 mil), Nordeste (mais de 10 mil), Norte (mais de 8 mil), Centro-Oeste (mais de 5 mil) e Sul (mais de 4 mil).
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