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Cotidiano
A prefeitura, em nota, afirma que o homem, identificado como Adriano Paulino, teria recusado ser acolhido pelos agentes
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*Imagem meramente ilustrativa | Arquivo/Agência Brasil
Um homem morreu na madrugada deste sábado (20) na rua Conselheiro da Cunha, no bairro da Saúde, na zona sul da capital paulista. A sensação térmica na região, por volta da meia-noite, era de -1ºC, segundo o CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas) da Prefeitura de São Paulo.
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A prefeitura, em nota, afirma que o homem, identificado como Adriano Paulino, teria recusado ser acolhido pelos agentes socioeducativos do Serviço Especializado de Abordagem Social da Smads (Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social). A sua idade não foi divulgada.
Os agentes teriam entrado em contato com Paulino por volta da meia-noite e, diante da recusa, "foi entregue a ele cobertor", segundo a administração. Os funcionários da Smads não voltaram ao local durante a madrugada.
O corpo de Paulino foi encontrado por volta das 9h da manhã do sábado em um ponto de táxi, sem sinais de violência, de acordo com a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo. O caso foi registrado no 16º DP da Vila Clementino.
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Para o padre Julio Lancellotti, da Pastoral do Povo da Rua, as circunstâncias nas quais o homem foi encontrado reforçam a possibilidade de a morte ter sido causada pelo frio.
"Achei incrível a falta de sensibilidade do comunicado feito pela prefeitura. Deram apenas um cobertor para ele. Se a pessoa não aceita o acolhimento, a prefeitura deve, no mínimo, ter uma equipe que volte lá duas ou três vezes para ver como ela está evoluindo."
O padre afirma ainda que Paulino teria sido orientado a assinar um termo de recusa ao acolhimento. Questionada por email pela Folha, a prefeitura disse o homem se recusou a assinar o documento.
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A assinatura do termo não é obrigatória. A prefeitura ressalta que o acolhimento não é compulsório e que cabe às equipes de abordagem social convencer a pessoa abordada a aceitar a acolhida.
A gestão Ricardo Nunes (MDB) afirma que perícia do IML (Instituto Médico Legal) vai determinar o que levou Paulino a óbito.
Naquela madrugada, a temperatura média na cidade, segundo o CGE, foi de 9°C. Já a manhã de sábado registrou sensação térmica de 10°C.
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De acordo com a Smads, entre as 18h do sábado e as 5h deste domingo (21), mais de 220 pessoas foram acolhidas na cidade e 85 cobertores foram distribuídos na chamada Operação Baixas Temperaturas. A ação é realizada pela prefeitura para atender pessoas em situação de rua quando a temperatura está igual ou abaixo de 10°C.
Além de receber chamados pelo 156, agentes do município fazem rondas noturnas em busca de pessoas em situação de rua e as encaminham para tendas (veja endereços ao final do texto).
Em maio, um morador de rua morreu dentro do núcleo de convivência São Martinho de Lima, no bairro do Belém, na zona leste de São Paulo. Segundo pessoas que frequentavam o local, ele havia passado a noite na rua e morrido logo após entrar no centro de convivência para receber café da manhã, por volta das 8h.
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Na ocasião, o prefeito Ricardo Nunes disse que a principal hipótese era de que o homem houvesse morrido após uma convulsão relacionada ao frio.
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