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Cotidiano

Marco Vinholi: 'Quero ser o próximo prefeito de São Paulo'

Presidente estadual do PSDB revela que vai lançar o próprio nome em busca da Prefeitura de SP: 'Pretendo fazer um trabalho de renovação na cidade'

Bruno Hoffmann

29/07/2023 às 18:00

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O presidente estadual do PSDB de São Paulo, Marco Vinholi, anunciou que vai buscar a prefeitura da Capital em 2024

O presidente estadual do PSDB de São Paulo, Marco Vinholi, anunciou que vai buscar a prefeitura da Capital em 2024 | Ettore Chiereguini/Gazeta de S. Paulo

O presidente do diretório estadual do PSDB de São Paulo, Marco Vinholi, decidiu deixar claro nesta semana que apoia uma candidatura própria do partido à prefeitura da Capital em 2024. E foi além. Em entrevista exclusiva à Gazeta, feita nesta quinta (27), a liderança tucana afirmou com todas as letras: “Quero ser o próximo prefeito de São Paulo”.

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A ideia vai em colisão a alas do partido que desejam apoiar um novo mandato a Ricardo Nunes (MDB), eleito como vice de Bruno Covas (PSDB) e ascendido ao cargo após a morte do titular, em maio de 2021. Vinholi disse respeitar o emedebista, mas pontuou que sua gestão não é uma continuidade à do tucano. “O Bruno era um político mais de centro. O Ricardo é um político mais de centro-direita. Para mim isso é claro. Não vejo uma ruptura [à gestão Covas], mas com certeza não é o mesmo governo”, afirmou.

Ex-deputado estadual, ex-líder do PSDB na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) e ex-secretário da Coordenação Regional, Vinholi disse se sentir preparado para encarar uma campanha ao Executivo na maior cidade do País ainda sem ter chegado aos 40 anos de idade. Para ele, o PSDB (que formou uma federação com o Cidadania recentemente), apesar de estar enfraquecido, tem tradição e a sociedade espera um candidato da legenda na Capital, onde já fez 3 prefeitos: José Serra, João Doria e Bruno Covas.

O tucano também garantiu que superou as rusgas com o atual presidente nacional do PSDB, o governador gaúcho Eduardo Leite, e que o vê como candidato natural da sigla para a presidência em 2026: “Confio que o Eduardo vai ser bem sucedido na tarefa de reconstruir o partido”.

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O PSDB perdeu força em São Paulo e no Brasil nos últimos anos. Como reposicionar o partido?

O PSDB tem uma grande oportunidade: a de se firmar como o partido de centro no Brasil. O partido tem tradição e trajetória para isso, e tem o atual momento de posicionamento político. Ele não integra o governo federal. É um partido independente, com boa parte dos seus membros fazendo oposição [ao governo do presidente Lula], mas que também não se nega a temas importantes do País. Na conjuntura dos partidos políticos no Brasil, o PSDB é desse “centro radical”, como defendia [o ex-prefeito] Bruno Covas ou o [ex-presidente] Fernando Henrique. Do ponto de vista ideológico, está bem posicionado para o futuro. É óbvio que está em um período de reconstrução, perdeu o Governo de São Paulo, e diminuiu o número de deputados em outros estados, mas isso é comum na política.

Então a legenda confia chegar mais forte nas próximas eleições?

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As eleições vem e vão. Há eleição em que a população tem uma tendência mais à direita, há eleição em que tem uma tendência mais de esquerda e tem eleição em que tem uma tendência mais de centro. Temos que seguir no nosso rumo, porque essa tendência [de centro] vai chegar.

Marco VinholiEttore Chiereguini/Gazeta de S. Paulo

Os anos de polaridade com o PT fizeram parte da população ver o PSDB como um partido mais à centro-direita. O bolsonarismo ajudou a posicionar a sigla no “centro radical”?

Acredito que sim. Na formação, era um partido de centro, e teve desde então gente mais à direita e gente mais à esquerda. Esse debate interno era algo comum. Mas como o PSDB saiu da polarização, conseguiu se posicionar agora no centro do debate político do Brasil.

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Ao tomar posse, Ricardo Nunes afirmou que sua gestão seria uma continuidade de Bruno Covas. Conseguiu, ou o emedebista é diferente?

Ele é diferente. Convivi com o Bruno desde a juventude, no partido, e ele tinha uma relação com movimentos sociais, por exemplo. Chegou a ir comigo a um congresso da União Estadual dos Estudantes, em Serra Negra.  O Bruno era um político mais de centro. O Ricardo é um político mais de centro-direita. Para mim isso é claro. Acho até que ele busca dar continuidade a uma série de questões que vinham do Bruno, não vejo uma ruptura, mas com certeza não é o mesmo governo.

Bruno Covas se opunha ao governo Bolsonaro. A aproximação de Nunes a Bolsonaro não constrange, então?

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O Nunes vai buscar dentro da sua composição de reeleição os apoios que forem necessários para isso, e aí vai se posicionar dentro desse campo. Enxergo ele como um político mais de centro-direita mesmo.

O sr. pretende apoiar Ricardo Nunes ou apoiar o lançamento de uma candidatura própria na Capital em 2024?

Defendo a candidatura própria do PSDB, e é fundamental para o partido. A sociedade espera isso do PSDB. Nos apresentamos como uma opção para o município de São Paulo desde antes da nossa fundação. Já tivemos Fernando Henrique Cardoso candidato a prefeito, José Serra, João Doria, oBruno Covas. Também houve eleições em que não tínhamos liderança nas pesquisas para lançar candidatura e lançamos mesmo assim, e foi importante naquele período. As eleições são de dois turnos. Se passarmos, esperamos o apoio do campo político. Se não passarmos, sem problema nenhum, vamos ajudar o campo político construído aqui. Mas é fundamental ter candidatura, e dentro disso me coloco como uma alternativa.

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Por que o sr. quer ser candidato à Prefeitura de São Paulo? Vai ter força para convencer o partido e, depois, os eleitores nessa missão?

Em São Paulo, se tem algo que podemos afirmar é que as eleições estão abertas. A cidade já elegeu políticos de todos os campos, da [Luiza] Erundina ao João Doria. Doria ganhou no primeiro turno, por exemplo, e ninguém discutia o nome dele um ano antes das eleições. E, na minha visão, a população não definiu ainda quem será o próximo prefeito.

Marco VinholiEttore Chiereguini/Gazeta de S. Paulo

E como pretende se mostrar à cidade?

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Tenho em vista minha trajetória: fui líder do PSDB na Alesp e, depois, fui secretário de Estado [Desenvolvimento Regional]. Recebi no período mais de 200 títulos de cidadão [municipal], com um trabalho muito reconhecido, tendo ajudado a modernizar várias questões do municipalismo. Fizemos o ICMS Ambiental e a evolução na área dos investimentos em desenvolvimento sustentável, que são questões modernas que temos que implementar em São Paulo. Com tudo isso, creio que posso e quero fazer um trabalho de renovação e resolver uma série de problemas antigos na Capital. É uma cidade que demanda uma atenção grande e um olhar constante para a periferia e para as questões dos problemas iminentes, como a cracolândia. A cidade de São Paulo é a síntese do Brasil. Por essas e outras razões eu quero ser o próximo prefeito de São Paulo.

Marco VinholiEttore Chiereguini/Gazeta de S. Paulo

Já é possível dizer quais devem ser seus adversários dentro do partido para esse intento? O Fernando Alfredo [presidente municipal do PSDB de São Paulo] já defendeu publicamente o apoio a Nunes, por exemplo.

Sempre tivemos um modelo de prévia do partido, e esse modelo é muito positivo. O Fernando Alfredo tem todo meu respeito, minha admiração, e é meu amigo desde o movimento estudantil. Estávamos eu, ele e o Bruno Covas no congresso de Serra Negra que citei há pouco. Ele deve defender o apoio ao Ricardo Nunes, já manifestou isso publicamente. No processo aberto de prévias podem surgir outros nomes. Posso disputar, por exemplo, talvez, com Zé Aníbal, que já foi candidato nas duas últimas prévias, e com Ricardo Tripoli, que já foi também. Ou com algum vereador que tenha a pretensão de ser [pré-candidato à prefeitura]. Isso é positivo. Conseguimos rodar dentro da base do partido, fazer a discussão programática, e quem vencer leva os outros juntos. É salutar que tenham outras ideias. O que não pode ter é a falta de debates.

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Se Guilherme Boulos e Ricardo Nunes [atuais líderes das pesquisas] passarem para o segundo turno, a tendência do PSDB é apoiar Nunes, correto?

É natural. Nunes era vice do Bruno e muita gente [do PSDB] seguiu na prefeitura. Mas o condizente com a nossa história seria ter uma candidatura própria.

O sr. é um social-democrata, como está no nome do partido?

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Sou um social-democrata. Na nossa formação tivemos cabeças mais liberais, mais sociais-democratas e o pessoal ligado à democracia cristã. Me defino mais como um social-democrata, por entender ser importante essa mão social do estado e essa relação com os movimentos sociais, mas também acredito que uma economia liberal é importante. Essa medida entre os dois é que forma a nossa social-democracia. Uma síntese desse processo era o Fernando Henrique, ele aliava tudo isso.

Doria entrou na política se dizendo apenas liberal e saiu se dizendo um social-liberal. É por aí?

Exatamente. A política mudou a concepção dele no que tange as questões sociais. Ele entrou muito liberal, continuou liberal nas questões da economia, mas saiu dizendo que a política o mudou nas questões sociais.

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Marco VinholiEttore Chiereguini/Gazeta de S. Paulo

A “Folha” indicou que o sr. tem desavenças com o atual presidente nacional do PSDB, Eduardo Leite, e que o grupo dele vem pressionando para sua saída como presidente do PSDB-SP. O que aconteceu?

Tivemos as disputas das prévias do partido entre os dois grupos, do Doria e do Eduardo. Sempre vai ter gente do entorno que não vai superar isso, mas não é o caso do Eduardo e não é o meu caso. Isso está superado. Ele tem condição de ser um grande protagonista da política nacional, é um governador que representa muita coisa para seu estado e para o Brasil, mesmo muito jovem. Confio que o Eduardo vai ser bem sucedido na tarefa de reconstruir o partido e de unir as partes como um todo. E vai se tornar, lá na frente, em 2026, um player fundamental da política. Vai ser o cara do centro.

Ele é o candidato natural à presidência pelo partido?

É o candidato natural à presidência pelo PSDB e representante desse centro político. Durante este ano me reaproximei dele, tenho feito toda a construção para que ele seja bem sucedido nesse processo.

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