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Cotidiano

Guto Zacarias, do MBL: 'Bolsonaro e Lula deveriam estar na mesma cela'

Único membro do MBL eleito à Alesp, Guto Zacarias revela frustração com Moro, anuncia voto nulo e dispara contra Felipe Neto, Zema e Partido Novo

Bruno Hoffmann

25/10/2022 às 14:05  atualizado em 25/10/2022 às 14:52

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Guto Zacarias, deputado estadual eleito em São Paulo e membro do MBL

Guto Zacarias, deputado estadual eleito em São Paulo e membro do MBL | Ettore Chiereguini/Gazeta de S. Paulo

O MBL (Movimento Brasil Livre) chega ao fim de 2022 desgastado com a perda de mandato de Arthur do Val na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), após enviar áudios sexistas em relação a refugiadas ucranianas em março deste ano, mas também com um novo eleito à Alesp: Guto Zacarias (União Brasil). O outro que conseguiu um cargo pelo movimento foi Kim Kataguiri, à Câmara dos Deputados.

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O jovem de 23 anos ganhou notoriedade pelas redes sociais, e disputou uma vaga na assembleia paulista ao lado de outros dois nomes do MBL, mas foi o único que conseguiu se eleger como deputado estadual. Nascido e criado em Santo Amaro, na zona sul da Capital, disse ter tido uma educação liberal da família de classe média, o que ajudou a formar seu interesse pela política, e foi ganhando espaço aos poucos dentro do movimento.

Em entrevista à Gazeta, na sede do MBL, em São Paulo, Zacarias afirma que a direita brasileira tem dificuldade de discutir o racismo, e que pretende enfrentar o tema sob uma visão liberal: "Existe racismo, sim, só que a solução não é ficar com histeria de gente totalmente fora da realidade, seja Sérgio Camargo, seja Jones Manoel", afirma.

O deputado estadual eleito também revela decepção com Sergio Moro, garante que vai anular o voto no segundo turno ("Lula e Bolsonaro são dois ladrões") e também dispara, ao estilo MBL, contra nomes como Felipe Neto, Romeu Zema e o partido Novo, considerada a sigla mais liberal do País. "O partido Novo traiu o liberalismo", sentencia.

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Parte do União Brasil declarou apoio a Bolsonaro no segundo turno. O MBL continua como oposição ao atual presidente?

Com certeza. A gente sempre disse que a nossa escolha pelo União Brasil não era por ser o melhor ou o pior partido do mundo. Era simplesmente porque foi o primeiro partido após a nossa saída do Podemos que nos deu autonomia para fazer o que bem entendesse com os nossos eventuais mandatos, com a nossa pré-campanha e com a nossa campanha. Se o União Brasil tomasse uma decisão que contrariasse as decisões do Movimento Brasil Livre, nós criticaríamos, como estamos criticando desta vez. Não gostamos do Bolsonaro, não gostamos do Tarcísio. Se essa aproximação fosse com Lula e com Haddad, também seríamos oposição. Nosso recado é muito simples: nosso partido é o Movimento Brasil Livre, e não Lula, Bolsonaro, Tarcísio ou Haddad.

Guto Zacarias, do MBLEttore Chiereguini/Gazeta de S. Paulo

A direita que se distanciou do bolsonarismo teve dificuldades eleitorais neste ano, e muitos se reaproximaram, como Sergio Moro. O MBL não vai mesmo se aproximar novamente de Bolsonaro?

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Eu te dou essa garantia com toda a certeza. Para mim Bolsonaro e Lula deveriam estar na cadeia, de preferência na mesma cela, porque são dois criminosos. Só restou a gente nessa direita independente, e vai ser assim até o fim, mantendo a nossa independência. Olha o Sergio Moro: o cara era da Lava Jato, Agora foi lá participar do debate com Bolsonaro e sentou do lado do Ciro Nogueira, que é líder do partido com mais investigados na Lava Jato. Eu nunca vou sentar com o Ciro Nogueira, você pode ter certeza.

Vocês se sentiram frustados com Moro?

Sim, com certeza. A primeira frustração inicia quando ele começa a dar sinais de que não seria mais candidato à Presidência da República pelo Podemos, o que foi horrível, porque ele era o principal nome da terceria via. Tanto que com a saída do Sergio Moro não houve nenhuma terceira via. Depois ele vai para o Paraná e coloca a mulher dele pra disputar em São Paulo, e essa é uma das premissas do que a gente não quer, do que a gente sempre criticou na política brasileira. Depois ele vira candidato ao Senado e usa fundão eleitoral. E agora se reaproxima não só com o Bolsonaro, mas com o Valdemar Costa Neto e com Ciro Nogueira...

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O sr. votará em quem neste segundo turno?

Nulo. Igual já fiz no primeiro turno.

Mas o Bolsonaro não é mais próximo do que vocês acreditam, pelo menos na pauta econômica?

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Não. Por exemplo, o Bolsonaro iniciou o governo de 2018 falando em uma agenda liberal para a economia, privatizar as estatais etc. Ele flertou com essa ideia, mas a gente não pode esquecer que o Bolsonaro governou o País, e não privatizou nenhuma estatal, o Paulo Guedes não cortou impostos nenhum, pelo contrário. Ele tentou aumentar e criar um novo imposto. Não dá para continuar com um cara que só flerta com o liberalismo econômico na hora da eleição, e no dia seguinte chuta a sua bunda, como o Bolsonaro fez.

Guto ZacariasEttore Chiereguini/Gazeta de S. Paulo

Os paulistas devem esperar um comportamento mais "purista" seu na Alesp, ou o sr. deve negociar com a direita ou com a esquerda na Casa?

Existe uma diferenciação entre discurso político, valores e teses com a articulação para aprovar projetos. Por exemplo, o meu principal projeto é o Programa Jovem Capitalista, para colocar a educação financeira, noção básica de direito e política econômica na sala de aula, que criei junto com Arthur do Val. Se o PT quiser votar a favor desse projeto, para mim tudo bem, como a gente já passou esse projeto em Santo André, com o PT e PSOL votando a favor. Ensinar educação financeira para gente pobre não tem ideologia, não tem ser de esquerda ou de direita. Vou sentar com todo mundo para aprovar os projetos. Quem quiser aprovar, aprova. Quem não quiser aprovar, não aprova. Assim como se o PT quiser privatizar uma estatal, eu vou votar a favor.

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Por falar nisso, o sr. é a favor da privatização da Sabesp?

Não só a da Sabesp. Sou a favor da privatização de todas as estatais, sem exceção. Tenho certeza que assim acaba diminuindo os preços e aumentando a qualidade dos produtos. Via de regra, a iniciativa privada tem incentivos muito melhores para dar melhores preços e melhor qualidade de produtos e serviços do que a iniciativa pública, então toda a privatização com um bom projeto vou votar a favor. Mas se for privatização ruim, que na realidade vai criar monopólio privado, aí não dá.

Em 2018 o Brasil viveu uma onda liberal, mas agora o MST elegeu mais nomes do que o MBL pelo País, o MTST também conseguiu uma cadeira na Alesp. Por que a onda liberal deu uma retraída?

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Jair Messias Bolsonaro. As pessoas votaram nessa agenda liberal e terminaram com a terceira maior inflação na América Latina, a quarta maior taxa de desemprego do mundo do G20, 100 milhões de pessoas sem saneamento básico, 30 milhões sem água tratada, 80% das famílias endividadas. As pessoas pensaram: "Pô, esse cara aí [Bolsonaro] era liberal e terminou desse jeito...". O que temos que fazer é dizer agora que esse cara não era liberal, que na realidade ele não fez o que tinha que ser feito. Ele, na realidade, fez coisas que dizia que quem ia fazer era o PT. Foi ele que colocou um petista na PGR [Procuradoria-Geral da República], que indicou para o STF ministros que não entendem nada de Direito e que quando chegaram lá votaram inclusive para soltar o Lula. Foi ele que fez R$ 150 bilhões em cargos enviados para o centrão, ele que está apoiando o Arthur Lira, Ciro Nogueira e Valdemar Costa Neto. As pessoas têm que entender que dá para votar numa agenda liberal, só que Bolsonaro traiu todas essas pautas. As pessoas que não têm essa noção política vão falar: "Ah, então não vou votar na direita mais uma vez".

Guto ZacariasEttore Chiereguini/Gazeta de S. Paulo

Após o primeiro turno Fernando Holiday [ex-MBL] saiu do Novo para apoiar Bolsonaro e João Amoêdo [fundador do Novo] declarou voto em Lula. Como viu essas movimentações?

São duas decepções. Eu conheço o João e sei que ele sabe que o Lula é um cara que devia estar na cadeia ainda, porque todos os processos deles não deveriam ter sido anulados. Ele é sim o dono do sítio de Atibaia, é o dono do Triplex no Guarujá, distribuiu milhões ou bilhões de reais pra ditaduras ao longo da América Latina, e o João sabe disso e ainda assim vai votar nesse cara? O Holiday também sabe de todas as maracutaias que o Bolsonaro fez, sabe de acordo com o centrão, sabe do petista da PGR, sabe o dano que ele fez pra direita e para a economia do Brasil, tudo de ruim que ele está fazendo com as instituições, todo mundo sabe disso e ele vai e declara voto no Bolsonaro?

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Amôedo é um liberal?

O João Amoêdo é, sim, um liberal. Já o partido Novo traiu o liberalismo.

Por quê?

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Uma das premissas do liberalismo é a de fiscalizar o poder. E o partido Novo, na Câmara dos Deputados, simplesmente não fiscalizou o governo Bolsonaro. Estávamos no meio de uma pandemia e o ex-líder da bancada do Novo na Congresso, Paulo Ganime, dizia que não tinha nenhum crime de responsabilidade do Bolsonaro. Como não tinha crime? Enquanto o governo Bolsonaro fez o que faz na pandemia, fez o que fez com a vacina, o líder do partido não estava fiscalizando? O governo Bolsonaro tentou pegar as vacinas de São Paulo por várias e várias vezes, e os paulistas da bancada do Novo fizeram absolutamente nada, e até agora estão declarando voto em Bolsonaro. O João Amoêdo é um liberal que tomou uma decisão errada, mas o partido Novo é um partido que traiu o liberalismo.

O Romeu Zema [governador reeleito de Minas] muitas vezes é exaltado como um grande símbolo liberal brasileiro. O que acha?

Zema privatizou menos estatais que o João Doria, que é um governo que considero ruim. Eu não acho que ele seja um grande símbolo liberal. Ele é um grande símbolo do partido Novo. Se o Zema fosse um grande símbolo liberal ele teria eleito deputados federais em Minas Gerais, e não elegeu nenhum. A direita de Minas Gerais não está tão aí com o Zema, não.

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O sr. é uma das exceções como deputado estadual negro na Alesp. Acredita que a direita, historicamente, tem dificuldade de discutir o racismo?

Sim, até pela direita ser uma coisa muito nova no Brasil. A direita saiu muito fragilizada da ditadura, por conta, obviamente, dos erros dos ditadores brasileiros, e após a redemocratização passou a ser algo que simplesmente recusa o que a esquerda faz ou defende. O pensamento era: "Eu sou de direita porque não gosto do PT. Então, se o PT gosta de X, Y ou Z, eu não gosto". E o PT discutia racismo de uma maneira totalmente equivocada, e a direita começou a também discutir racismo de uma maneira totalmente equivocada. A gente tem que mostrar que não é assim que funciona, que existe racismo, sim, e que a solução para o racismo obviamente são políticas públicas de qualidade, discutir os problemas reais e estruturais da população, e não ficar com histerias de gente totalmente fora da realidade, seja o Sérgio Camargo à direita, seja o Jones Manoel à esquerda.

Guto ZacariasEttore Chiereguini/Gazeta de S. Paulo

Dê exemplos do que considera equívocos ou histerias da esquerda sobre o racismo

Entre as principais histerias está descolar dos problemas reais da população negra e ficar discutindo abstrações. Oitenta por cento das famílias brasileira estão endividadas, e as mais afetadas são as mais pobres, e as mais pobres são negras. Temos 100 milhões de pessoas sem saneamento básico, e esse número é muito maior da população negra. E a esquerda está falando de lugar de fala.

Por que o sr. é contra as cotas raciais, se é uma medida que permite que parte da população negra se forme na universidade e possa criar a própria renda?

O ponto é perfeito, a questão é que a conta racial não é para isso. Por que os negros não estão conseguindo ingressar no ensino superior? Não é porque a cota é muito baixa ou muita alta, mas porque o ensino básico é ruim. Enquanto não melhorar a qualidade de ensino básico não vai ser a cota racial que vai resolver, porque o principal problema não está no gatilho do cara sair do ensino médio e entrar no ensino superior, está no gatilho da qualidade do ensino básico. Se você só muda esse gatilho, o que vai acontecer é que vão entrar apenas negros de classe média. 

É o que acontece hoje, na sua visão?

Com certeza. Um cara que estuda numa periferia, como no Capão Redondo ou no Grajaú, não vai entrar na universidade independentemente da cota. O cara que está tendo aula em uma escola em que o professor falta várias vezes, com uma infraestrutura totalmente precária, sem saneamento básico em casa, vai entrar na universidade só por conta da cota? Ele vai continuar fora da universidade. Enquanto não se resolver o verdadeiro problema, que é a qualidade do ensino básico, não vai ter negro na universidade. Lembrando que defendo a cota social, seja para brancos ou negros pobres, o que obviamente vai acabar beneficiando mais os negros, já que a maioria dos pobres são negros.

Muitos negros dizem que começaram a pensar na questão racial no Brasil ao ouvir rap nacional. O que pensa sobre Mano Brown e outras figuras que discutem o racismo dentro do rap?

As críticas que o rap faz ao racismo no geral está correta. Só que ao criticar o sistema eles miram no sistema capitalista, o que considero um erro. Esse sistema [que os oprime] é o patrimonialismo brasileiro. Estão sendo oprimidos por uma elite do poder público, não pelo sistema capitalista. Não é o Mises, é o Renan Calheiros [o problema]. É um cara do Poder Judiciário que está aumentando impostos para gastar com privilégios e com supersalários. A gente tem que entender que a crítica está correta, só que a figura criticada é totalmente errônea. E quando falam de prosperidade, de ganhar dinheiro, eu concordo. Mas querem prosperidade e batem palma para gente que está defendendo ditadura socialista?

Guto ZacariasEttore Chiereguini/Gazeta de S. Paulo

Há regimes e regimes capitalistas. No Japão, por exemplo, esse modelo inclui a maioria das pessoas. Como fazer esse sistema ser mais eficiente no Brasil?

Há regimes e regimes capitalistas, mas só um regime de livre mercardo. O que defendo é o capitalismo de livre mercado. O capitalismo de estado não defendo, que é o regime do Brasil, onde os empresários são quase funcionários públicos. Pega os grandes ricos brasileiros: é uma gente que depende muito do governo. Não é um empreendedor que acorda cedo e vai ralar, pagar impostos, para viver com as dificuldades do mercado. Os grandes ricos brasileiros, em geral, são quase funcionários públicos, e é isso que a gente tem que combater. O liberalismo que quero é um liberalismo sem uma casta de privilégios, e sim com as pessoas tendo a liberdade para poder empreender e tomar conta das decisões da sua vida. E isso não existe no Brasil.

O sr. critica muito o Felipe Neto. Por quê?

Uma das principais coisas que a direita tem que fazer, até para continuar viva, é entrar no debate cultural com os principais influenciadores. E o Felipe Neto é o principal influenciador brasileiro, inclusive eleito pela revista Times nessa função. Eu costumo dizer que ele é o rei da hipocrisia. Ele criticava o Lula, e agora está com o Lula, sem o Lula ter mudado nada. É o mesmo Lula quando ele vai falar do Daniel Ortega, é o mesmo Lula quando vai falar do Hugo Chaves. Quem mudou foi o Felipe Neto.

Felipe Neto pediu perdão para a Dilma. Como viu isso?

Ele disse que o impeachment da Dilma Rousseff foi por conta de machismo. Não foi por causa de machismo, foi por pedalada fiscal, todo mundo sabe disso. Ela fez um acordo com o centrão e criou quase 40 ministérios. E boa parte desses ministros votaram contra ela por falta de articulação política e pelo mal que ela fez ao Brasil. A gente pode lembrar que Bolsonaro colocou o brasil com mais de 10% de inflação, mas o recorde de inflação ainda é do governo Dilma. As escolas cada vez piores. O Lula deveria estar na cadeia e o Felipe Neto deveria estar numa grande banheira de Nutella, de onde nunca deveria ter saído.

O MBL já fez um mea culpa por usar linguagem muito agressiva e por atrapalhar o debate pública, não?

O MBL e a direita em geral lá para 2015 ou 2016 usavam um modelo de comunicação que realmente atrapalhou um pouco o debate público. Não que o debate público brasileiro fosse grandes coisas. Era capitaneado por uma direita totalmente estridente, um centrão que queria roubar todo mundo e o PSOL e o politicamente correto querendo enganar todo mundo, em prol do PT, que também queria roubar todo mundo. Esse debate público estava totalmente nojento. E o MBL não fez parte dessa nojeira mas cometeu alguns erros de comunicação. A gente fez esse mea culpa e parou de fazer esse tipo de comunicação. Hoje a gente faz um modelo de comunicação totalmente diferente. É igual a Simone Tebet, que fala 10 minutos e você não consegue tirar um corte? Não, não é. É um modelo de comunicação que você fala com a indignação que as coisas do Brasil merece, mas não é uma volta ao estilo do passado. O mea culpa está mantido.

Guto ZacariasGuto Zacarias durante entrevista aos repórteres da Gazeta, na sede do MBL/Ettore Chiereguini/Gazeta de S. Paulo

O MBL viveu muitos desgastes, com o auge na perda de mandato de Arthur do Val na Alesp. O movimento vai se reorganizar ou manter a mesma linha?

Os desgastes que rolaram foram mais por fatores externos, uma viagem para Ucrânia que acabou tendo um áudio, do que a gente ter defendido alguma bobagem. A gente continua defendendo valores e princípios que são quase todos muito parecidos desde a fundação do MBL. É o mesmo projeto de país, o mesmo projeto de poder e o mesmo projeto político, com alguns deslizes humanos que a gente espera que ninguém cometa mais.

Arthur do Val continua sendo uma das caras principais do MBL?

Uma das principais caras, um dos principais articuladores políticos, e mandou um áudio idiota.

Em quem o sr. quer votar para presidente daqui a quatro anos?

Não tem essa figura ainda, e temos quatro anos para construir. Sei o perfil que eu quero: um cara combativo, que defenda privatização de estatal e reformas econômicas, que combata de fato o politicamente correta, que não seja petista e nem bolsonarista, que não queira fazer acordo com o centrão, que queira responsabilidade fiscal e combata todos os privilégios. Eu quero um cara assim.

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