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Cotidiano
Paralisação afeta mais de 56% das linhas diurnas, que transportariam 1,5 milhão de passageiros no horário pico da manhã
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Ricardo Nunes, prefeito de São Paulo pelo MDB | Governo de São Paulo
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), classificou como irresponsável a nova greve de motoristas de ônibus que acontece nesta quarta (29). A paralisação afeta mais de 56% das linhas diurnas, que transportariam 1,5 milhão de passageiros no horário pico da manhã. Esta é a segunda greve de motoristas e cobradores em duas semanas na cidade.
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"Não teria por que fazer essa greve uma vez que depende de julgamento do Tribunal do Trabalho que está marcado hoje para 15h. Portanto, é uma irresponsabilidade muito grande do sindicato e demonstra um descumprimento da determinação judicial que obrigava a manter 80% da frota no horário de pico e 60% fora dele."
O prefeito se refere à liminar que havia sido concedida na greve anterior e mantida pelo desembargador Davi Furtado Meirelles, do TRT-2 (Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região), determinando qual deveria ser o funcionamento mínimo da frota em caso de greve até o julgamento do dissídio coletivo, sob pena de multa diária de R$ 50 mil em caso de descumprimento.
O julgamento do dissídio coletivo de motoristas e cobradores está marcado para acontecer nesta quarta, às 15h.
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São os pontos de divergência entre os sindicatos patronal e o dos trabalhadores que serão julgados nesta quarta. Entre as demandas dos motoristas e cobradores está a hora de almoço remunerada e o PLR (Participação nos Lucros e Resultados).
Ainda nesta manhã, ao ser questionado sobre se haveria um aumento no preço das passagens de ônibus, Nunes disse que manter a tarifa no valor atual de R$ 4,40 "está muito difícil". Ele cita o preço do diesel e também o reajuste salarial conquistado pelos trabalhadores como um dos fatores que dificultariam manter a passagem sem aumento.
"Só o diesel, se você comparar entre junho de 2021 e junho de 2022, aumentou 107%, né? Tem agora, também, esse aumento de 12,47%, da correção do salário e do vale refeição [dos motoristas e cobradores]. Os custos estão aumentando bastante. Todos estão fazendo seu sacrifício, menos esse sindicato irresponsável que tá colocando a população nessa situação pela segunda vez no mês."
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Em nota, o SindMotoristas (Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo) afirma que a fala de Nunes é "leviana, covarde, e infeliz". O texto indica que o presidente do sindicato, Valmir Santana da Paz (Sorriso), acusa o prefeito de "terceirizar a sua responsabilidade em dialogar com o sindicato".
Nunes disse que a negociação "é entre o sindicato dos funcionários e o sindicato patronal. A prefeitura não faz parte dela". O prefeito também afirma que as empresas que têm a concessão do transporte coletivo na cidade deveriam melhorar o dialogo com seus funcionários.
"Todo ano você tem greve ou ameaça de greve, muito por causa desse comportamento das empresas de transporte coletivo que operam na cidade. Acho que já chegou no limite do aceitável. Essas empresas precisam ter uma relação melhor com seus funcionários. Isso não quer dizer que o sindicato tenha o direito de descumprir decisão judicial", disse.
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A paralisação, prevista para durar 24 horas, foi aprovada pelo sindicato nesta terça (28) à noite. De acordo com a instituição, mais de 6 mil trabalhadores estavam presentes e a greve foi aprovada com unanimidade. Uma nova assembleia acontecerá ainda nesta quarta às 16h na sede do sindicato.
A prefeitura suspendeu o rodízio de veículos e liberou o uso, durante a greve, de faixas exclusivas e corredores de ônibus. Em nota, a SPTrans lamentou a paralisação e disse esperar que trabalhadores e empresários cheguem em breve a um acordo para que "a população de São Paulo não seja ainda mais penalizada".
As vans do serviço Atende+, que transportam pessoas com deficiência, estão circulando normalmente.
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