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Cotidiano

Exclusivo: após caso de racismo, USP restringe alunos agressores de circularem em alojamento

Há algumas semanas, um dos muros da moradia estudantil amanheceu com a pichação 'Volta P/ África'

16/12/2022 às 16:02  atualizado em 03/01/2023 às 15:38

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Moradia estudantil da USP; local foi pichado com frase racista

Moradia estudantil da USP; local foi pichado com frase racista | Marcos Santos/USP Imagens

A Universidade de São Paulo (USP) decidiu instaurar um processo administrativo disciplinar para apurar diversas denúncias de agressões que teriam ocorrido na moradia estudantil do seu campus principal, no bairro do Butantã, na zona este de São Paulo.

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Uma nota interna à qual a Gazeta teve acesso e que foi divulgada nesta sexta-feira (16), revela que alguns estudantes, que são acusados de ser autores de agressões, foram impedidos de circular na área dos alojamentos, chamados pela universidade de CRUSP (Conjunto Residencial da Universidade de São Paulo). Veja abaixo o comunicado na íntegra:

"A USP vem recebendo seguidas denúncias de agressões ocorridas nos espaços do CRUSP, acompanhadas de vídeos, fotografias, cópias de boletins de ocorrência e depoimentos. A USP tem a responsabilidade de proteger a integridade da sua comunidade e de seus edifícios.", diz a nota da instituição destinada aos alunos.

A universidade afirmou que considera inaceitáveis os casos de agressão e diz que as provas apresentadas pelas vítimas são irrefutáveis.

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"Conversas e reuniões têm sido realizadas para enfrentar essa situação inaceitável. Em alguns casos a gravidade dos acontecimentos impuseram a instauração de processo administrativo disciplinar para averiguação dos fatos. Em dois casos, que apresentavam  provas irrefutáveis, foram determinadas medidas cautelares de restrição da circulação dos denunciados no CRUSP. Eles terão amplo direito de defesa no âmbito do processo administrativo.", conclui o comunicado.

Entenda o caso

No dia 1º de dezembro, uma frase de cunho racista foi pichada na parede do CRUSP. A mensagem "Volta p/ África" e, segundo informações preliminares, seria direcionada a estudantes que moram nos apartamentos e que são, em sua maioria, pretos e pobres. No entanto, a Reportagem apurou que a pichação visava atingir um aluno em específico.

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A vítima da manifestação racista é membro da chapa que faz a gestão da associação de moradores do CRUSP. À Gazeta, o aluno atacado afirma que a pichação ocorreu após a realização de uma assembleia que tinha como objetivo principal a destituição da atual administração da associação de moradores.

O que dizem os envolvidos

A Avante CRUSP, entidade que atualmente faz a gestão da associação de moradores do CRUSP, afirma que um grupo tem realizado assembleias não oficiais para destituir o seu mandato e que os envolvidos nesta organização tem recorrido ao episódio de racismo como argumento para atingir este objetivo.

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A Reportagem também procurou o grupo citado. Em resposta, um membro deste grupo de alunos afirma que a Avante CRUSP tem sido omissa diante deste caso de racismo, que envolve a pichação, e também perante outros casos de violência ocorridos recentemente. A fonte afirma que foi criada uma comissão de transição e que a gestão Avante CRUSP foi destituída, mas esta última chapa não aceita tal derrota e por isso, os estudantes que fazem parte da chamada comissão de transição decidiram ocupar parte da moradia.

Os membros da comissão de transição responderam à Gazeta em nota afirmando que "a chapa destituída têm se negado a reconhecer legitimidade do processo, além de ter intensificado as violências por meio de falsas acusações e ataques de cunho racista, como mostram vídeos e fotos publicadas em páginas de moradores do CRUSP nas redes sociais (@ocupacrusp, @cpmusp, @cat.usp). Diante da recusa da chapa destituída de devolver as chaves da associação, os estudantes que tentam garantir uma transição democrática para que os casos de racismo sejam devidamente apurados e punidos, decidiram ocupar parte da moradia.", escreveu um representante.

Por sua vez a USP, por meio da Pró-Reitoria de Inclusão e Pertencimento, divulgou nova nota sobre o caso informando que, com relação à restrição da circulação de alguns alunos supostamente envolvidos nos casos de violência, não está sendo feito o uso de catracas, mas apenas o registro dos nomes dos alunos e horário de entrada ou saída.

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"São muitas as denúncias de insegurança no CRUSP, arrombamentos de apartamentos, agressões verbais e físicas que não podem ter lugar na nossa universidade. Desde o início de dezembro as portarias do CRUSP vêm realizando o registro das entradas nos blocos do CRUSP. O registro das entradas é a simples anotação do nome e número de documento daqueles que entram nos blocos, e é aprovado pela grande maioria dos moradores. Não há catracas.", diz a nota da instituição.

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