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Os Matarazzo: conheça a história de uma das famílias mais ricas de SP

Influentes até os dias atuais, membros da família foram personalidades notáveis de São Paulo a partir do século 19

Leonardo Sandre

03/12/2024 às 16:52  atualizado em 06/12/2024 às 10:01

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Família Matarazzo, uma das mais poderosas e influentes da história de São Paulo

Família Matarazzo, uma das mais poderosas e influentes da história de São Paulo | Arquivo Pessoal

Uma família de origem italiana marcou a história de São Paulo com riquezas e indústrias próprias: a famosa família Matarazzo.

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Atualmente, a família conta com membros em vários setores da elite da sociedade brasileira e italiana, como a política, as artes, a magistratura, a medicina, o empresariado ou nos meios de comunicação.

Saiba abaixo a influência da família e mais detalhes sobre seus integrantes.

Origem da família Matarazzo

Segundo os professores Horácio Costa e Maria Carmela Schisani, a família é nativa de Perúgia, cidade italiana, onde surgem no século 12.

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Uma família de origem italiana marcou a história de São Paulo com riquezas e indústrias próprias: a famosa família Matarazzo - (Arquivo Pessoal)
Uma família de origem italiana marcou a história de São Paulo com riquezas e indústrias próprias: a famosa família Matarazzo - (Arquivo Pessoal)
O Edíficio Matarazzo pertencia à família até 1972, quando foi comprado pelo banco Banespa. Atualmente é a sede da Prefeitura de São Paulo - (Guilherme Cunha / SMTUR)
O Edíficio Matarazzo pertencia à família até 1972, quando foi comprado pelo banco Banespa. Atualmente é a sede da Prefeitura de São Paulo - (Guilherme Cunha / SMTUR)
Mausoléu Matarazzo, considerado o maior mausoléu da América Latina, com 20 metros de altura e 150 m². Foi construído para o sepultamento do Conde Matarazzo, e sua família, sendo ornamentado com um conjunto escultórico de bronze e o brasão do Conde na entrada - (Maty Aletheia/Google Reviews)
Mausoléu Matarazzo, considerado o maior mausoléu da América Latina, com 20 metros de altura e 150 m². Foi construído para o sepultamento do Conde Matarazzo, e sua família, sendo ornamentado com um conjunto escultórico de bronze e o brasão do Conde na entrada - (Maty Aletheia/Google Reviews)
Algumas personalidades atuais do Brasil e de São Paulo também pertencem à família Matarazzo, como Eduardo Matarazzo Suplicy - Deputado Estadual pelo PT, ex-senador de São Paulo e ex-Primeiro-Cavalheiro de São Paulo. Seus filhos, os cantores Supla e João Suplicy também pertencem à família Matarazzo - (Moreira Mariz/Agência Senado)
Algumas personalidades atuais do Brasil e de São Paulo também pertencem à família Matarazzo, como Eduardo Matarazzo Suplicy - Deputado Estadual pelo PT, ex-senador de São Paulo e ex-Primeiro-Cavalheiro de São Paulo. Seus filhos, os cantores Supla e João Suplicy também pertencem à família Matarazzo - (Moreira Mariz/Agência Senado)

De lá lançaram ramos para outros locais do País, como Roma, Velletri e Procida, perto de Nápoles, de onde partiu um grupo para Castellabate, origem dos representanges brasileiros.

Na área napolitana o sobrenome também era escrito como Mataracio ou Mataraccio.

O pioneiro Nicolao Mataraccio, na década de 1350, apoiou o partido do rei da Hungria, que havia invadido o reino de Nápoles. Ele foi perdoado, junto com os demais, pelo papa em 1352.

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O crescimento da reputação familiar começou em 1356, quando Nicolao e Giovanni Mataracio foram listados entre os vassalos da Basílica de Santa Maria de Gulia em Castellabate. Além disso, a família adquiriu um feudo e muitas terras em Castellabate a partir do século 16.

Também estabeleceram uma base importante em Cilento, onde viveu Lucio Matarazzo, que em 1617 comprou a antiga baronia de Porcili. Foram ainda senhores da baronia de Serramezzana, e do feudo de Prignano desde 1610.

Com alguns membros utilizando-se do título de "Dons", a família seguia sendo cada vez mais reconhecida pelo seu poder e por suas terras.

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Após o fim do século 18, com o término do sistema feudal, e principalmente ao longo do século 19, quando a Itália se viu fortemente atingida pelas guerras da unificação, a família perdeu a maior parte de seus bens e sua riqueza.

Outro motivo que contribuiu para as perdas foi a crise agrícola que afetou fortemente a parte sul da península.

Chegada ao Brasil

O império brasileiro dos Matarazzo começou com Francesco Matarazzo, nascido em Castellabate em 9 de março de 1854. Ele era o primeiro dos nove filhos de Costabile Matarazzo e de Mariangela Jovane. O pai era um prestigiado advogado e proprietário terras.

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Ao longo de seu casamento com Filomena Sansivieri, teve 13 filhos: Giuseppe, Andrea, Ermelino, Teresa, Mariangela, Attilio, Carmela, Lydia, Olga, Ida, Claudia, Francisco Júnior e Luís Eduardo.

Embarcaram para o Brasil em outubro de 1881. Quatro dos seus irmãos o acompanhariam pouco depois.

Começo dos negócios

Sua vida profissional em território brasileiro começou em Sorocaba, onde foi tropeiro e abriu um comércio de alimentos. Mais tarde montou uma pequena fábrica para processar banha de porco.

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Abriu uma segunda fábrica em Capão Bonito, passando a acumular uma fortuna notável também com o comércio de suínos e a produção de latas para embalar a banha produzida, uma novidade no Brasil.

Chegada a São Paulo

Se mudou para São Paulo em 1889. Seu sucesso empresarial levou à fundação em 1890 da Matarazzo & Irmãos, em sociedade com Giuseppe e Luigi, que foi a origem das Indústrias Reunidas Fábricas Matarazzo. Em 1900 a empresa já faturava 2 mil contos de réis.

O império Matarazzo cresceu cada vez mais investindo em diversos setores, como o bancário, madeireiro, petrolífero, alimentício, têxtil, naval, siderúrgico, ferroviário e hidrelétrico.

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Francisco foi também um dos fundadores e primeiro presidente do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo.

Andrea Matarazzo foi nomeado senador do Reino em 9 de abril de 1939. Era apoiador do fascismo de Mussolini, mas, segundo a produtora Sônia Dias, recusou-se a envolver-se em campanhas e partidos no Brasil.

Contudo, fez uma doação de um milhão de liras à Opera Nazionale Balila, órgão da Juventude Fascista italiana. Em reconhecimento, Mussolini outorgou-lhe em 1929 a Medalha de Ouro da Benemerência da Opera Nazionale e a Tabuleta de Honra Fascista.

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Francisco Matarazzo faleceu em 10 de fevereiro de 1937, deixando uma fortuna estimada em 10 bilhões de dólares.

Seu filho Ermelino havia sido preparado para sucedê-lo na direção do conglomerado empresarial, mas morreu antes do pai, deixando o comando para Francisco Júnior. A divisão da herança deu origem a muitas disputas na família.

Negócios e mais negócios

Francisco Matarazzo fundou, em 1896, o maior grupo empresarial da América Latina, chegando a englobar em torno de 350 empresas de diversos ramos, como têxtil, químico, comercial, bancário e alimentício. A empresa era chamada de Indústrias Reunidas Fábricas Matarazzo.

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Este empreendimento chegou a empregar cerca de 6% da população da Grande São Paulo e possuía a quarta maior renda bruta do Brasil.

Em 1900 veio a construção do Moinho Matarazzo e em 1920, foi inaugurado o complexo industrial da Água Branca, na Zona Oeste de São Paulo, em uma área com 100 mil metros quadrados.

A Casa do Eletricista e a Casa das Caldeiras são os únicos edifícios remanescentes do negócio.

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Houve ainda também o Hospital Matarazzo, construído em 1904, por Francesco Matarazzo, em um terreno de 27,4 mil metros quadrados no bairro Bela Vista, em São Paulo. Porém, faliu em 1993 e fechou as portas.

Outras construções foram:

  • Fazenda Amália, mansão construída em 1931 pelo conde Francisco Matarazzo Jr. para a ser a residência oficial da sua família, situada em Santa Rosa de Viterbo na região de Ribeirão Preto;
  • Mausoléu Matarazzo, considerado o maior mausoléu da América Latina, com 20 metros de altura e 150 m². Foi construído para o sepultamento do Conde Matarazzo, e sua família, sendo ornamentado com um conjunto escultórico de bronze e o brasão do Conde na entrada.
  • Mansão Matarazzo, um casarão construído em 1896, na Avenida Paulista, em São Paulo, pelo conde Francesco Matarazzo. Foi demolida em 1996 e o terreno foi vendido à Cyrela Commercial Properties e a uma empresa do grupo Camargo Corrêa (atual Mover Participações), por 125 milhões de reais, que no local construiu o Shopping Cidade São Paulo.

O Edíficio Matarazzo pertencia à família até 1972, quando foi comprado pelo banco Banespa. Atualmente é a sede da Prefeitura de São Paulo, em que Ricardo Nunes é o atual prefeito.

Famosos atuais que são da família Matarazzo

Alguns políticos, artistas e personalidades atuais do Brasil e de São Paulo também pertencem à família Matarazzo, como:

  • Eduardo Matarazzo Suplicy - Deputado Estadual pelo PT, ex-senador de São Paulo e ex-Primeiro-Cavalheiro de São Paulo. Foi casado com a ex-Prefeita de São Paulo: Marta Suplicy. Pai dos cantores Supla e João Suplicy;
  • Supla (Eduardo Smith Suplicy) - Cantor de Rock Brasileiro. Filho do ex-senador: Eduardo Matarazzo Suplicy;
  • João Suplicy - Cantor de MPB Brasileiro. Filho do ex-senador: Eduardo Matarazzo Suplicy;
  • Claudia Matarazzo - Jornalista. Foi apresentadora na TV Cultura e Gazeta;
  • Jayme Matarazzo - ator brasileiro e filho do diretor Jayme Monjardim;
  • Andrea Matarazzo - político candidato à prefeitura de São Paulo em 2020 e ao senado na Itália em 2022.

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