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Cotidiano
A informação foi dada pela pela responsável pelo Programa Estadual de Imunização, Regiane de Paula, ao governador João Doria (PSDB)
10/01/2022 às 15:14
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A gestão estadual conta com a vacinação em escolas para atingir esse público | Reprodução/EPTV
O governo de São Paulo afirmou que possui a capacidade estimada de vacinar todas as crianças de 3 a 11 anos no estado contra o novo coronavírus em cerca de dez dias.
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A informação foi dada pela responsável pelo Programa Estadual de Imunização, Regiane de Paula, em reunião do secretariado com o governador João Doria (PSDB) nesta segunda (10).
Esse público poderá ser atendido pela Coronavac, o imunizante de origem chinesa que é produzido no Instituto Butantan, que tem 12 milhões das 15 milhões de doses disponíveis separadas para uso pediátrico no estado.
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Também nesta manhã, o diretor da entidade, Dimas Covas, reuniu-se virtualmente com representantes do laboratório que criou a vacina, o Sinovac, e especialistas do governo chileno e da Universidade Católica do país andino, que já imunizou 1,4 milhão de pessoas entre 3 e 17 anos.
Foram repassados dados acerca da segurança e da eficácia da Coronavac nesse segmento populacional, segundo Covas muito bons. Os dados serão enviados ao painel de médicos que será consultado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), que analisa o pedido do Butantan para liberar a Coronavac de 3 a 11 anos.
Hoje, a agência só autoriza o uso da vacina da Pfizer-BioNTech de 5 a 11 anos. O governo Jair Bolsonaro (PL) fez o possível para protelar o início da imunização desse grupo, criando uma consulta pública inaudita no Ministério da Saúde sobre o tema.
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O presidente em si ataca a vacinação de crianças sempre que pode, levantando dúvidas sobre sua necessidade. Morreram oficialmente pouco mais de 300 crianças nessa faixa etária na pandemia, e a emergência da altamente transmissível variante ômicron colocou o debate sobre a vacinação do grupo em evidência.
Afinal de contas, as aulas estão para voltar e, mesmo que cause sintomas menos severos, a ômicron tem alto potencial de se espalhar ainda mais, sobrecarregando o sistema de saúde. Em alguns países, 90% dos internados são pessoas sem vacinação alguma –caso das crianças.
A Anvisa deve receber os novos dados do Butantan ainda nesta tarde.
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No governo paulista, há uma expectativa de que a agência irá ser célere na liberação, até pelo estado das relações entre ela e o governo federal. O presidente do órgão, o almirante Antonio Barra Torres, divulgou uma dura nota no fim de semana cobrando o presidente a ou provar suas insinuações de que haveria na Anvisa "interesses" na liberação da vacina para o público infantil, ou a se retratar.
O Ministério da Saúde já encomendou as doses suplementares da Pfizer para este mês, e diz que pedirá à Anvisa a liberação da vacinação de 0 a 4 anos com a vacina americana-europeia. A vantagem da Coronavac é a disponibilidade de doses, devido ao fato de que o imunizante parou de ser usado pelo governo federal.
Primeira vacina contra Covid-19 aplicada no Brasil, por insistência de Doria ante a relutância de seu adversário Bolsonaro, a Coronavac acabou substituída principalmente pela da Pfizer. O tema vacinação é um dos que deverá pontificar a campanha do tucano ao Planalto neste ano.
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O uso pediátrico poderá dar uma nova vida ao fármaco, que segundo os dados chilenos e chineses é melhor tolerado e proporciona boa resposta imune em crianças.
Se for liberada, como o governo paulista espera, também manterá a Coronavac na linha de produção da fábrica multivacinas que está sendo levantada com dinheiro de doações privadas no Butantan, cerca de R$ 200 milhões.
Prevista para funcionar no ano passado, ela está atrasada. A estrutura física, afirmou Covas, deverá estar pronta nos próximos dias. Desde novembro, equipamentos importados para a fabricação de imunizantes, não só Covid-19, estão sendo montados. O diretor crê que a planta estará entregue para ser qualificada para operação em abril.
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