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Cotidiano

Cantareira deve fechar ano em fase de restrição, com cerca de 20% da capacidade

Mesmo diante do cenário desafiador e previsão de poucas chuvas para o verão, Sabesp descarta racionamento

21/12/2021 às 18:06  atualizado em 21/12/2021 às 18:13

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Cantareira pode chegar a abril de 2022 com 17% de sua capacidade

Cantareira pode chegar a abril de 2022 com 17% de sua capacidade | Luis Lima Jr/Folhapress

O sistema Cantareira, que abastece grande parte da Grande São Paulo, chega ao fim de 2021 com 25,3% da capacidade, o que indica fase de restrição. Mesmo não havendo racionamento na Capital e região metropolitana, moradores reclamam da redução de pressão nas torneiras e falam em medo de um possível rodízio no verão.

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No interior do Estado, o racionamento já teve de ser implementado neste ano. As poucas chuvas e a estiagem fizeram com que os reservatórios de água ficassem com nível insuficiente para garantir o pleno abastecimento às cidades.

Os municípios de Bauru, Franca, Valinhos, entre outras cidades, foram alguns dos que sentiram o impacto da interrupção no fornecimento de água. O texto conta com informações do R7.

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Moradora do Jardim Palma, em Franca, Ana Paula Silva se diz insegura quanto ao abastecimento, mesmo com a suspensão do racionamento na Cidade.

"Cortavam água entre 11h e 12h, aí eram 36 horas sem. Voltava meia-noite do dia seguinte. Os bairros foram divididos por blocos A, B e C. Minha casa tem caixa-d'água grande e moram poucas pessoas, mas eu não lavava roupa quando tinha o rodízio e juntava louça para lavar de uma vez. Mas os condomínios ficavam sem água. Tem que se programar porque tudo depende das chuvas", contou ela ao R7.

Os sete sistemas de abastecimento que atendem o estado de São Paulo afrentam diminuição de seus níveis no momento. Juntos, eles têm 38% da capacidade total, conforme dados de dezembro. Alto Tietê, Cotia e Rio Claro estão com menos da metade de água. A situação é um pouco melhor nos sistemas Guarapiranga, Rio Grande e São Lourenço.

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Sabesp diz que não haverá racionamento

O diretor-presidente da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), Benedito Braga, afirmou em março deste ano, ao R7, que não haveria racionamento. Naquele mês, o Cantareira estava com quase metade da capacidade, cenário pior do que o registrado em 2013, quando o Estado enfrentou uma crise hídrica severa.

"Nós tivemos um inverno seco em 2020 e chuvas abaixo da média em fevereiro. Numa situação anterior à crise hídrica, poderíamos estar preocupados, mas fizemos um conjunto de obras que mudaram o papel do Cantareira. Hoje o Alto Tietê e o Guarapiranga podem atender à demanda. Há integração dos sistemas e podemos jogar com isso", declarou, na ocasião, Benedito Braga.

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Porém, em maio, os paulistas foram surpreendidos com o aumento na conta de água e esgoto, autorizado pela Arsesp (Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo). Usuários residenciais, comerciais, industriais e públicos observaram as tarifas médias atualizadas pelo IPCA (Índice de Preços para o Consumidor Amplo) anual de 7,6%. 

Sistemas de abastecimento

O Cantareira abastece as residências de 7,29 milhões de habitantes. O sistema armazena cerca de 1,2 trilhão de litros de água, dos quais 982 bilhões de litros estão acima do nível das comportas (volume útil) e o restante está abaixo das comportas (reserva técnica).

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A Sabesp responde pelo abastecimento de 21 milhões de pessoas na Grande São Paulo. No total, são sete os sistemas de reserva de água, que dispõem de 20 represas: Alto Tietê, Guarapiranga, Cantareira, Cotia, Rio Grande, São Lourenço e Rio Claro.

O cenário com baixos níveis nestes locais foi sendo agravado neste ano porque as chuvas não atingiram as médias previstas. De acordo com a Climatempo, até mesmo no verão, que teve início nesta terça-feira (21) e é a época mais chuvosa do ano, os volumes de precipitação devem ficar abaixo da média.

Durante o inverno, choveu apenas 79% do volume total esperado para o período. Segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) foram 119,2 mm de precipitação, quando a expectativa era de 150 mm. A estação foi marcada por pouca chuva recordes de frio e de altas temperaturas.

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Na capital paulista, um estudo do Inmet mostrou que novembro foi o mês com menos chuva em nove anos.

Perguntada sobre a possibilidade de racionamento, a Sabesp insistiu que, mesmo diante deste cenário, não haverá restrições de abastecimento. "A projeção aponta níveis satisfatórios dos reservatórios com as perspectivas de chuvas do verão, quando a situação será reavaliada. Não há risco de desabastecimento neste momento, mas a companhia reforça a necessidade do uso consciente da água", divulgou a empresa em nota.

Fase de restrição

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Devido ao fato de o Cantareira estar na chamada fase de restrição, ou seja, quando o volume de armazenamento fica entre 20% e 30% da capacidade, a ANA (Agência Nacional de Águas) impôs o limite de retirada de água de 23 metros cúbicos por segundo do sistema.

Mas, de acordo com a Sabesp, "a companhia vem retirando do sistema o limite máximo autorizado na faixa de restrição há um ano (desde novembro de 2020), o que é possível graças à integração com os demais sistemas".

Entretanto, moradores de diversos bairros afirmam que a água nem sempre chega às torneiras e que a redução de pressão ocorre não sõ mais na madrugada mas também em outros períodos do dia.

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Segundo eles, a diminuição da vazão, que antes começava às 23h, agora ocorre a partir das 21h ou ainda antes. Somente por volta das 5h, o fornecimento é normalizado. Em residências sem caixa-d'água, principalmente em locais mais altos e distantes, a redução acaba sendo experimentada como interrupção do abastecimento de água.

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