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Cotidiano
'O Brasil não pode se tornar paraíso turístico de negacionistas', disse o governador de São Paulo
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'Se até 15 de dezembro o governo federal não adotar o passaporte, São Paulo vai adotar', disse Doria | /Aloisio Mauricio /Fotoarena /Folhapress
O governador João Doria (PSDB) afirmou nesta quarta-feira que, se o governo federal não aderir ao passaporte vacinal até 15 de dezembro, o documento passará a ser exigido em todo o território paulista a partir dessa data.
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Nesta terça (7), o governo Jair Bolsonaro (PL) anunciou que vai apenas exigir uma quarentena de cinco dias de viajantes não vacinados que entrarem no Brasil. Para vacinados, a apresentação do comprovante e de um teste negativo para o coronavírus dispensa o período de isolamento.
"O Brasil não pode se tornar paraíso turístico de negacionistas. O negacionismo deste país só existe na cabeça desse ministro [da Saúde, Marcelo Queiroga] e do presidente. Se até 15 de dezembro o governo federal não adotar o passaporte, São Paulo vai adotar", disse Doria.
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Segundo o governador, o documento passará a ser exigido para quem entrar no estado por qualquer via, seja por aeroportos, portos ou via rodoviária.
O presidente Bolsonaro é contrário a qualquer medida que exija a comprovação da vacina. Nesta terça, ele chegou a comparar o passaporte a uma coleira.
"Essa coleira que querem colocar no povo brasileiro. Cadê a nossa liberdade? Prefiro morrer do que perder a minha liberdade", disse Bolsonaro durante evento de assinatura dos contratos do leilão do 5G, no Palácio do Planalto.
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Mais tarde, no mesmo dia, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, praticamente repetiu a frase do presidente. "Essa questão da vacinação tem dado certo porque respeitamos as liberdades individuais. O presidente falou há pouco: às vezes é melhor perder a vida do que perder a liberdade", disse durante o anúncio das mudanças de regras sobre fronteiras.
Como revelou o jornal Folha de S.Paulo, a Anvisa sugeriu, em 12 de novembro, a cobrança da vacinação ou a imposição de quarentena de quem entra no Brasil. A pressão pelo controle mais rígido das fronteiras aumentou com a descoberta da variante ômicron.
A diretora da Anvisa disse que o Brasil pode se tornar destino turístico antivacinal se não adotar o passaporte para quem vem do exterior, como tem ocorrido em outros países.
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"O Brasil não pode oferecer um convite de entrada para quem não quer se vacinar. Isso vai ser um desastre para nós, para todo o controle que tivemos desde que a vacinação avançou no país", disse João Gabbardo, coordenador-executivo do Comitê de Contingência da Covid-19 em São Paulo.
Pela regra estadual atualmente vigente em São Paulo, o passaporte da vacina só é exigido em eventos com mais de mil pessoas.
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