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Cotidiano

Mudança de cartão Bom para Top corta integração em ônibus da Grande SP

Algumas cidades do Estado não aceitaram o novo bilhete para os ônibus municipais e os moradores que utilizam a linha perderão a integração, elevando o preço do transporte para o mesmo trajeto

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Cartão BOM

Cartão BOM | Divulgação

"O que era Bom agora é Top", diz a propaganda da EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos) sobre a mudança do cartão para pagamento de passagens de ônibus e trens. No entanto, usuários do transporte público na Grande São Paulo podem perder benefícios e pagar mais pela passagem com a mudança.

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Algumas cidades optaram por não aceitar o novo bilhete para os ônibus municipais, e moradores perderão a possibilidade de integração, elevando o preço da passagem para fazer os mesmos trajetos.

A alteração foi anunciada pelo governo estadual em 5 de novembro. A gestão João Doria (PSDB) vai substituir o Bom (Bilhete de Ônibus Metropolitano) gradativamente pelo novo cartão Top, que assume a função de bilhete metropolitano dos transportes sobre trilhos e linhas de ônibus intermunicipais gerenciadas pela EMTU na Grande São Paulo.

O Bom serve prioritariamente para atender aos coletivos intermunicipais, trens e metrô, mas em dez municípios da região metropolitana servia também para as linhas que circulavam internamente nas cidades. Metade delas não pretende seguir com o novo cartão.

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Segundo levantamento da Agência Mural, Carapicuíba, Ferraz de Vasconcelos, Poá, Ribeirão Pires e Suzano passarão a utilizar seus próprios bilhetes nos ônibus municipais. Arujá, Cotia, Rio Grande da Serra, São Caetano do Sul e Taboão da Serra aderiram ao novo cartão metropolitano. 

Com isso, os usuários de Ferraz de Vasconcelos, Poá e Suzano que têm carga no atual cartão Bom precisam gastar tudo até 24 de dezembro. Os usuários de Carapicuíba têm até o dia 17; já os de Ribeirão Pires, até março de 2022. Quem não gastar até essa data terá de utilizar o saldo do cartão apenas em linhas intermunicipais.

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A situação também deve afetar o bolso. Em Carapicuíba, na região oeste da Grande São Paulo, pelo menos nove opções de integração entre linhas de ônibus municipais e intermunicipais deixarão de existir a partir do próximo dia 17.

As empresas que operam as linhas municipais, Del Rey e ETT Carapicuíba, optaram por não aderirem ao Top, passando a utilizar somente o próprio cartão, o PEC (Passe Eletrônico de Carapicuíba), segundo a SMTT (Secretaria Municipal de Transporte e Trânsito).

A pasta também informou que "os usuários da modalidade atual Bom Comum poderão solicitar a primeira via do cartão PEC Bilhete Único, sem nenhum custo na central de atendimento". No entanto, não haverá transferência de valores para os bilhetes municipais.

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Uma das possibilidades de integração que será eliminada é a da linha municipal 13-Jardim Tonato, com a intermunicipal 840-Osasco/São Paulo (Metrô Butantã). Outra é da municipal 19-Vila Menck, com a 329-São Paulo/Pinheiros.

Moradora do Jardim Angélica, em Carapicuíba, Valdenice Maria da Silva, 48, conta que, antes da pandemia de Covid-19, frequentemente visitava as sobrinhas no Jardim Cambará, na zona oeste de São Paulo. Com o avanço da vacinação, os encontros voltaram a acontecer, porém "um aumento no custo da viagem tornaria as visitas ainda mais raras'', relata a diarista.

Para ir à casa dos familiares, Valdenise usa o Bom na linha municipal 25-Jardim Popular, depois faz uma integração com a intermunicipal 329-São Paulo/Pinheiros, via Rodovia Raposos Tavares. Com cerca de uma 1h40 de duração, o percurso custa R$ 7,80. Sem a integração, passará para R$ 11,05 -um acréscimo de 41,67%.

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Além da questão financeira, outro ponto que incomoda os usuários do sistema de ônibus no município é a praticidade.

O gerente de loja Alexander Oliveira, 25, mora no Jardim Popular, em Carapicuíba, mas trabalha em um shopping próximo ao parque do Ibirapuera, na região sul de São Paulo.

Ele explica que, como utiliza ônibus municipal, trem e metrô para chegar ao trabalho, já não era beneficiado pela tarifa integrada, mas que começar a usar dois cartões -o PEC nos ônibus e Top no transporte sobre trilhos- "não será nada prático".

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No Alto Tietê, a Radial Transporte, que administra as linhas de Ferraz de Vasconcelos, Poá e Suzano, decidiu não adotar o novo sistema, mantendo apenas os bilhetes municipais.

O processo de substituição do Bom pelo Top começou em novembro deste ano e deve ser finalizado em março de 2022, segundo a previsão da STM (Secretaria dos Transportes Metropolitanos) do governo de São Paulo. Além de bilhete de transporte, o Top terá as funções de cartão de crédito e débito.

De acordo com a STM, a implementação do cartão Top foi oferecida para todos os municípios da região metropolitana. "Importante também reforçar que o Cartão Top manterá a integração com as linhas municipais das regiões que optaram pela substituição, além das intermunicipais".

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Sobre o valor que está atualmente no cartão Bom, a pasta diz que a cota poderá ser transferida no futuro.

"Nenhum cidadão terá prejuízo no uso de seus créditos do cartão Bom, que não tem prazo para expirarem.

Os passageiros terão direito a todo o valor remanescente (residual menor que uma passagem) no cartão Bom, que poderá ser usado como complemento na compra de uma nova passagem ou como crédito em um novo cartão Top", afirma a pasta, que criou um site para falar da transição.

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As empresas Del Rey e ETT Carapicuíba não responderam sobre o motivo de não terem aderido ao cartão Top.

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