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Cotidiano

Polícia investiga se búfalos foram enterrados vivos em Brotas, no interior de SP

Os animais foram abandonados pelo dono, sem comida e sem água; muitos acabaram morrendo com o tempo, mas há suspeita de que alguns foram cruelmente sacrificados

01/12/2021 às 16:53

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Polícia Civil de São Paulo

Polícia Civil de São Paulo | Divulgação/Governo do Estado de São Paulo

A Polícia Civil está investigando se alguns dos cerca de mil búfalos que foram abandonados pelo dono sem comida e sem água - muitos acabaram morrendo - na fazenda Água Sumida, em Brotas, no interior de São Paulo, foram enterrados ainda vivos. 

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Para ambientalistas e ativistas da causa animal, este caso de Brotas, registrado no início de novembro, é um dos maiores episódios de maus-tratos de animais registrados no mundo. 

"A perícia foi novamente ao local e estão sendo feitos exames complementares. Estão sendo desenterradas algumas búfalas para a coleta de material para exames. O objetivo é identificar se há vestígios de areia na traqueia para constatar ou não se foram enterradas vivas", disse o investigador Mário de Barros, que trabalha no caso e é vereador na cidade. 

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Segundo ele, amostras de tecidos e órgãos dos animais foram encaminhados para o Instituto de Criminalística de Rio Claro e os resultados devem sair nos próximos dias. 

De acordo com a ONG Apab (Associação Protetora dos Animais de Brotas), que fez a primeira denúncia dos maus-tratos, perto de 200 animais já teriam morrido, mas o diretor da ONG ARA (Amor e Respeito aos Animais), que hoje tem a custódia dos animais, disse acreditar que pode ser mais que isso. 

"Nós encontramos uma caixa onde são colocados os brincos dos animais que morreram para que se possa dar baixa depois, no cadastro da fazenda. Nesta caixa, havia 380 brincos", disse Alex Parente, diretor da ARA. Essa caixa, segundo ele, já foi encaminhada à delegacia de Brotas. 

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O diretor da ARA conta que entre esta terça (30) e quarta-feira (1) 31 animais foram enterrados, dos quais 9 estavam sendo tratados no hospital de campanha montado na fazenda. 

Parente disse que a ONG começou agora a instalar piquetes para a separação dos animais e só depois desse trabalho conseguirá ter uma noção mais clara sobre o número de mortos. 

A fazenda São Luiz da Água Sumida tem 500 alqueires (o equivalente a 1.694 campos de futebol) e é de propriedade de Luiz Augusto Pinheiro de Souza. Ele chegou a ser preso, mas foi colocado em liberdade.
De acordo com a associação protetora dos animais de Brotas, os animais foram confinados numa parte da fazenda, porque o restante da área chegou a ser arrendado para o plantio de soja. 

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A defesa de Pinheiro de Souza diz que o processo está sob segredo de Justiça e que por isso, ele não vai se pronunciar. 

Cadastro do Escritório Agropecuário de Araraquara para controle de vacinação indicou a existência de 1.056 búfalos na propriedade. 

Segundo a Polícia Ambiental, os animais foram confinados num espaço pequeno da fazenda, sem comida e sem acesso a água. A maioria era de fêmeas, muitas das quais estavam prenhas. 

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No dia 6 de novembro, a Polícia Ambiental registrou em autuação que haviam sido encontrados na propriedade 335 vacas do gênero Bubalus (Búfalo-asiático) e 332 bezerros, "todos confinados em um local pequeno e inadequado comparado ao número de animais no local". 

Segundo a polícia, os animais estavam "sem alimentação, sem água, num local desprovido de vegetação, debilitados, com ferimentos, sem atendimento médico veterinário, abandonados à própria sorte". 

A Polícia Ambiental diz ter encontrado no campo carcaças de animais que haviam morrido recentemente e uma vala onde estavam depositados outros 22. Nova vistoria feita no dia 24 de novembro identificou mais 14 carcaças, além de centenas de animais desnutridos. 

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O proprietário recebeu três multas que, juntas, somam perto de R$ 4 milhões. 

O Ministério Público esteve na fazenda em vistoria na última segunda-feira (29), mas não informou o que chegou a ser constatado. 

Presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Búfalos, Caio Vinícius Di Helena Rossato disse lamentar o episódio, mas avalia que esse caso tenha sido uma exceção. 

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"A gente entende esse como sendo um caso isolado", disse Rossato. "O caso de Brotas não pode ser tomado como referência ao que acontece na cultura bubalina no Brasil." 

Segundo ele, o criador de Brotas não é associado da entidade e não há medidas que possam ser tomadas pela associação em relação ao caso. "O que nós esperamos é que os animais se recuperem o mais rápido possível", afirmou.

A estimativa é de que existam hoje no Brasil cerca de 16 mil criadores, com rebanho que chega a dois milhões de animais.

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