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Cotidiano
Enquanto o maior estado do Brasil fica com cerca de R$ 31 milhões, o DF, território com 93% menos habitantes, terá R$ 25 milhões
17/11/2021 às 15:46
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Polícia Militar do estado de São Paulo | Divulgação/PM
Dentre todos os estados que recebem verbas do FNSP (Fundo Nacional de Segurança Pública) São Paulo será o mais prejudicado neste ano. Serão 2,35% a menos no orçamento destinado a projetos de segurança no território mais populoso do País.
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As mudanças nos critérios de partilha do FNSP (Fundo Nacional de Segurança Pública) reduzirão as verbas transferidas a 14 estados em 2021 em relação ao primeiro ano do governo Jair Bolsonaro (sem partido).
O FNSP tem por objetivo viabilizar recursos para atividades e ações nas áreas de segurança pública e de prevenção à violência, incluindo a compra de equipamentos, viaturas e capacitação dos agentes de segurança. Quase todo o dinheiro transferido aos estados é oriundo da arrecadação das loterias administradas pela Caixa.
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De uma participação de 6,66% que tinha em 2019, o estado administrado pelo governador João Doria (PSDB), um dos principais adversários políticos de Bolsonaro, terá direito a 4,31% em 2021.
Neste ano, portanto, São Paulo receberá R$ 31,1 milhões dos R$ 722 milhões previstos pelo ministério para serem distribuídos.
É um valor bem próximo aos R$ 25,3 milhões a que terá direito o Distrito Federal, com população e extensão geográfica bem menores.
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De acordo com dados do governo, as transferências do FNSP à gestão Doria no biênio 2019-2020 somaram R$ 93,1 milhões. Ao Distrito Federal, por sua vez, foram destinados R$ 48,7 milhões no mesmo período.
Goiás, Mato Grosso, Rio de Janeiro e Roraima também estão entre os cinco que tiveram percentuais de participação reduzidos com a nova metodologia do Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Em contrapartida, Santa Catarina, Paraíba, Tocantins, Acre e Maranhão aparecem como os cinco mais beneficiados.
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A lista completa de quem ganha com a fórmula do governo tem, em sua maioria, estados do Norte e Nordeste, onde Bolsonaro busca ampliar apoio visando a reeleição. No Nordeste, por exemplo, ele é avaliado negativamente pela maioria dos eleitores dos nove estados da região.
O Distrito Federal, por onde o titular da Justiça e Segurança Pública, ministro Anderson Torres, cogita disputar uma cadeira na Câmara dos Deputados, também teve a cota ampliada.
Embora esteja prevista a revisão anual dos critérios, os percentuais atualmente em vigor deverão ser mantidos em 2022, segundo afirmou o ministério à Folha.
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Em nota à Folha, o Ministério da Justiça e Segurança afirmou que os critérios de rateio dos recursos do FNSP foram definidos após amplo debate e concordância dos representantes das secretarias de Segurança Pública das cinco regiões do país, mas não forneceu detalhes sobre como a nova metodologia foi discutida.
Em julho passado, três meses após Torres ser empossado ministro, a pasta anunciou a criação de uma porcentagem mínima a ser observada nos repasses. Nenhuma unidade da Federação pode receber menos do que 3,5% –ou seja, R$ 25,3 milhões. Para que isso fosse possível, reduziu o dinheiro dos estados que enfrentam mais desafios na área da segurança.
O piso estabelecido pelo ministério fez o Distrito Federal, por exemplo, escalar alguns décimos percentuais. Em 2019, ele tinha direito a 3,06% de participação. Neste ano, serão os 3,5%.
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Pelos novos critérios, 94,5% do dinheiro do fundo estará comprometido com a divisão igualitária, restando 5,5% a serem repartidos segundo as características locais.
De oito critérios estabelecidos ainda na gestão do ex-ministro Sergio Moro em 2019, o ministério ampliou para 24, segundo portaria assinada pelo atual titular da Justiça em julho deste ano. O texto diz que as variáveis utilizadas para definição dos critérios de rateio levam em consideração aspectos geográficos, populacionais e socioeconômicos.
Extensão territorial, número de portos e aeroportos, faixa de fronteira, efetivo policial, IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) e IVC (Índice de Violência Criminalizada) estão entre os indicadores observados pelos técnicos do governo. Eles têm pesos variados no cálculo que define quanto cada estado ou o Distrito Federal deve receber. Na fórmula, o IDH, por exemplo, responde a 10%.
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Tamanho da população da unidade federativa em relação à população total do país é o critério com maior peso individual na composição dos percentuais, representando um quinto do total (20%).
Alguns critérios como apreensão de armas e drogas devem ser também considerados. Segundo a portaria do Ministério da Justiça, esses tópicos serão regulamentados pela pasta em até dois anos, contados desde julho, quando a norma foi publicada.
O ministério, em nota, afirmou que "foi estabelecido o percentual mínimo de 3,5% dos recursos do FNSP para cada ente federado e o restante distribuído conforme o resultado de cada ente, em face às variáveis".
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"A definição de um percentual mínimo teve como objetivo fornecer aporte adequado de recursos para que os entes federativos possam dar andamento aos seus planos de segurança pública e defesa social."
R$ 722 mi
é a verba do fundo que deverá ser distribuída em 2021
R$ 31,1 mi
é o quanto deve receber São Paulo, estado mais populoso do país
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R$ 25,3 mi
é o que receberá o Distrito Federal, que tem cerca de 7% da população de SP
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