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Cotidiano

A cada dia, dois policiais civis desistem da carreira no estado de SP

Os números são de um levantamento da Adpesp; a entidade alega que baixos salários e falta de estrutura são os principais motivos dos desligamentos

11/11/2021 às 16:08

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Polícia Civil do estado de São Paulo

Polícia Civil do estado de São Paulo | /Divulgação/Secretaria de Segurança Pública

Segundo um levantamento realizado pela Associação dos Delegados de Polícia do estado (Adpesp) divulgado nesta quinta-feira (11), a cada dia, dois policiais civis decidiram abandonar a carreira no estado de São Paulo desde 2018.

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Os registros de desistência da carreira na polícia comprovam a estimativa. Em dezembro de 2018, a Polícia Civil era composta por 29.717 agentes na ativa; já em setembro deste ano, a corporação contava com 27.524 policiais - uma debandada de 2.193 policiais, de acordo com a associação.

Para operar com plenitude a Polícia Civil deveria contar com pelo menos mais 15 mil agentes em adição ao número já existente. A conta tem como base os números obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI). As informações são do G1.

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No mês passado, agentes da Polícia Civil e Militar de São Paulo se uniram em um ato por reajustes salariais. Eles cobravam uma promessa do governador João Doria que dizia que os agentes paulistas teriam a melhor remuneração do País paga a policiais. À época, eles reclamaram que o salário dos policiais no Estado era um dos menores para a categoria no Brasil. Veja mais abaixo o levantamento sobre salário dos delegados.

Outro lado

Em nota ao G1, a Polícia Civil fez um contraponto às afirmações da Associação dos Delegados. Segundo a entidade, "o número apontado não tem qualquer lastro com a realidade, assim como as afirmações sobre a falta de contratações e novos concursos".

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Ainda segundo a corporação, a gestão João Doria cumpriu seu papel ao contratar 2.200 novos policiais civis, incluindo remanescentes do concurso de 2017.

Por sua vez, a Associação insiste que houve redução significante no efetivo de policiais entre os anos de 2015 e 2021 e que mais de 10,8 mil agentes deixaram que trabalhar na instituição.

"Sem um planejamento estruturado e factível para recomposição do déficit e valorização dos policiais, o estado está enxugando gelo. Permanecemos formando bons profissionais e perdendo-os para os outros Estados, que remuneram melhor" (Gustavo Mesquita Galvão Bueno, delegado e presidente Adpesp)

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Questionando o levantamento realizado pela Adpesp, a Polícia Civil de São Paulo divulgou a seguinte nota:

"A Polícia Civil não comenta levantamentos cuja metodologia desconhece. Em relação ao déficit, no entanto, ressalta que o número apontado não tem qualquer lastro com a realidade, assim como as afirmações sobre a falta de contratações e novos concursos. Desde o início da atual gestão, em 2019, mais de 2.200 policiais civis, incluindo remanescentes do concurso de 2017, foram contratados. Outros 2.939 profissionais da segurança pública, sendo 2.750 para a Polícia Civil e 189 para a Polícia Técnico-Científica tiveram suas contratações autorizadas por meio de concurso público, no último mês de outubro. Paralelamente à política de recomposição dos efetivos, o Governo do Estado tem investido na modernização dos equipamentos e armamentos da Polícia Civil. Neste período foram adquiridas mais de 15 mil novas armas, entre pistolas e carabinas, 4.455 novos coletes balísticos, e mil novas viaturas, sendo 105 delas blindadas. Outras 1.600 viaturas estão em processo de compra, com previsão de entrega para 2022" (Polícia Civil de SP, sobre o eventual déficit de agentes)

Menor salário do Brasil para a categoria

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De acordo com informações da Sindicato dos Delegados da Polícia do Estado de São Paulo (Sindpesp), em janeiro de 2021 o salário pago a um delegado no estado de São Paulo era o menor, em todo o País, para a categoria. No estudo, o salário mais alto foi registrado em Mato Grosso, com R$ 24.451,11. Em São Paulo, o mesmo cargo paga a seu responsável a remuneração de R$ 10.382,48.

Problemas de infraestrutura

O Tribunal de Contas do Estado realizou em 2019 uma fiscalização em diversas delegacias do estado de São Paulo. O relatório apontou que 60% das delegacias apresentavam problemas de manutenção predial e 83% delas não tinha sequer alvará de funcionamento expedido pelo Corpo de Bombeiros. Muitas delas apresentavam problemas de infiltração e vazamentos.

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