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Cotidiano
Na última semana, a capital paulista ganhou uma hamburgueria temática de Jurassic Park, que já possui reservas esgotadas para os próximos dois meses
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A Jurassic Park Burguer, inspirada no filme de Steven Spielberg, não era a primeira ideia de negócio do dono, que queria uma loja | /Ettore Chiereguini/Gazeta de S.Paulo
A curiosidade por conhecer um cenário arrebatador, inspirado no filme Jurassic Park – Parque dos Dinossauros, dirigido por Steven Spielberg e lançado em 1993, talvez seja a explicação mais óbvia para o sucesso da Jurassic Park Burger Restaurant, hamburgueria temática, que foi inaugurada na última quinta-feira (30), na capital paulista, e já possui reservas esgotadas para os próximos dois meses. Entretanto, para Renan Pizii, idealizador do restaurante, o sucesso ultrapassa a curiosidade.
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Pizii, que também é CEO da Iron Studios, empresa especializada em itens colecionáveis de cultura pop, e um dos sócios da Comic Con Experience (CCXP), acredita que a maior visibilidade da cultura pop nos últimos anos é uma das razões do inegável sucesso da casa, além do fato da parte gastronômica ser de responsabilidade de Fábio Moon, um dos maiores especialistas em hambúrguer do país, e sócio-operador do projeto.
“Temos um crescimento da cultura pop muito grande desde que a Comic Con se instalou por aqui (...). No caso da Jurassic Park Burger, o apoio da licença e o fato de todos os detalhes terem sido pensados de fã para fã explicam o interesse, que vai se manter no futuro ancorado por uma boa experiência e uma boa gastronomia”, disse Pizii, em entrevista à Gazeta de S. Paulo.
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De loja a restaurante
Ainda que tenha inaugurado agora, a hamburgueria começou a ser idealizada em 2017, quando a Iron Studios conseguiu uma licença para fazer um T.Rex em tamanho real para a CCXP daquele ano.
Depois do evento, Pizii decidiu que não gostaria de deixar o dinossauro em um depósito e que iria utilizá-lo em uma loja da marca. Entretanto, durante as conversas com a Universal surgiu a ideia do restaurante, que deveria ter sido inaugurado no ano passado, mas teve o cronograma alterado por conta da pandemia do novo coronavírus.
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Vacinação reabre as cortinas do teatro
Além das réplicas de dinossauros e cenas do filme, quem for ao espaço, localizado na rua Professor Atílio Innocenti, 53, na Vila Nova Conceição, irá se deparar com um cardápio cujos hambúrgueres variam de R$ 23 a R$ 37. Para conhecer o restaurante, porém, é necessário fazer uma reserva em https://www.dguests.com/jurassicparkburgerrestaurant.
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Da Ásia para o Brasil
Não são apenas os filmes de Hollywood que fazem sucesso quando o assunto é lanchonete temática, na rua Thomáz Gonzaga, 61, no icônico bairro da Liberdade, cerca de 4 mil pessoas passam por final de semana no Eat Asia, mais conhecido como restaurante da Hello Kitty.
“A Hello Kitty é uma personagem que atravessa gerações, tem fãs de todas as idades, crianças e adultos, no mundo inteiro. A unidade temática da Hello Kitty tem tido fila de espera desde sua abertura, em dezembro de 2019. Acreditamos que a procura é fruto da vontade de participar de uma experiência, não apenas ter uma refeição”, reflete Ricardo Fan, sócio diretor do Eat Asia, que também possui licença para usar a personagem em um café no bairro.
Na lanchonete, o ponto alto entre os pratos, que custam a partir de R$ 30, são os burgers com a carinha da personagem feitos com Wagyu, um gado de raça japonesa conhecido por ter a melhor carne do mundo. Doces e sorvetes personalizados, além de pratos tradicionais da culinária japonesa, também fazem sucesso na casa.
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Um mundo de oportunidades
O sucesso das lanchonetes temáticas atravessam as fronteiras da capital paulista. A cidade de Campinas, mais exatamente na rua Dr. Otávio Mendes, 46, no bairro de Botafogo, foi o local escolhido para a implantação da segunda unidade da Mundo Animal no estado de São Paulo.
A rede, que surgiu em 2011, em Capão da Canoa, no Rio Grande do Sul, resolveu desembarcar no estado de São Paulo no final do ano passado, em plena pandemia. Hoje, além da unidade campineira há duas lojas na capital paulista e outras sete devem abrir as portas no Estado até o final do ano.
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Com faturamento anual entre R$ 8 e R$ 12 milhões em apenas uma unidade no Estado, a diretora de Marketing da M&A Franchising, Gisele Vam Beck, atribui o sucesso das casas, mesmo durante a atual crise financeira, também ao fato das pessoas procurarem por experiência.
“Focamos sempre na experiência dos desbravadores (como são chamados os frequentadores da casa), proporcionando a todos um ambiente onde a magia esteja sempre presente. O propósito da marca é estimular, fortalecer e valorizar os laços familiares, unindo conscientização, entretenimento e gastronomia em um ambiente temático e lúdico, proporcionando assim uma experiência enriquecedora.”
O tíquete médio da casa gira em torno de R$ 50, sendo que uma das mais desejadas especialidades da lanchonete é a torre de batatas, conhecida como “Batatão”, composta por batatas. Os pratos para compartilhar também costumam fazer sucesso com as famílias, que além da experiência temática inspirada na selva, podem desfrutar de pocket shows e espaço kids.
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Espaço seguro
No litoral paulista é o complexo Save Point!, no número 117 da avenida Epitácio Pessoa, que reúne gastronomia e serviços inspirados na cultura pop, o espaço temático que mais atrai os olhares dos consumidores nos últimos meses.
Aberto em maio, o nome do espaço, que reúne cerca de 18 marcas, faz uma analogia aos jogos de vídeo game, precisamente ao ambiente onde o jogador salva jogadas anteriores. A ideia, segundo Felipe Ferreira, o Fell, criador do local, era ter um espaço seguro para as marcas com DNA nerd, em meio aos problemas gerados pela pandemia.
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“A história da casa se confunde com a história da minha primeira lanchonete, a HP Geek Bar, que foi a primeira hamburgueria nerd do Brasil, em 2015, que sofreu muito com a crise gerada pela Covid-19. Como eu não queria que essa história terminasse, procurei outras pessoas que estavam passando por algo parecido e fundei o Save Point!”, conta Fell.
Apesar dos poucos meses, a colab já é sucesso e o empresário pretende expandir os negócios e abrir um novo espaço ainda este ano, dessa vez, em São Paulo. Para ele, o sucesso dos espaços temáticos se explica pelo vínculo criado com o consumidor.
“As pessoas procuram por terem identificação com o negócio. No nosso caso, por exemplo, a pessoa consegue ir fantasiada ao espaço sem temer qualquer julgamento”, diz.
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A chave do sucesso
De acordo com a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel-SP), desde o início da pandemia, em março de 2020, no Brasil, aproximadamente 50 mil bares e restaurantes fecharam as portas no estado de São Paulo.
Por outro lado, é reconhecido o sucesso dos estabelecimentos temáticos, que driblaram a crise, por conta da identificação com o tema. “Em determinadas situações, o público procura novidades, como agora na volta da alimentação fora de casa (...). Evidentemente que o tema tem que ter razoável número de aficionados e ajuda o fato dos temáticos aparecerem com mais facilidade em guias e roteiros”, explica Percival Maricato, presidente do conselho estadual da Abrasel-SP.
O professor José Maurício Conrado, do curso de Publicidade e Propaganda da Universidade Presbiteriana Mackenzie acredita que a força do fã ajudou esses espaços a sobreviverem durante os piores momentos da crise. “Eles conseguiram criar empatia, conversar com o público, o que é algo importante no mundo do marketing.”
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