A+

A-

Alternar Contraste

Quarta, 18 Setembro 2024

Buscar no Site

x

Entre em nosso grupo

2

WhatsApp
Home Seta

Cotidiano

Unicamp revoga título de doutor de Jarbas Passarinho por apoio ao AI-5

A decisão ocorre porque o político foi um dos proponentes do Ato Institucional nº 5, em 1968, durante o período do regime militar no Brasil

28/09/2021 às 21:21  atualizado em 28/09/2021 às 21:23

Continua depois da publicidade

Compartilhe:

Facebook Twitter WhatsApp Telegram
Universidade Estadual de Campinas

Universidade Estadual de Campinas | Divulgação/Governo de SP

A Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) decidiu revogar nesta terça-feira (28) o título de doutor honoris causa do ex-ministro da ditadura Jarbas Passarinho. A decisão foi tomada pela instituição porque o político foi um dos idealizadores do Ato Institucional nº 5, em 1968, no período do regime militar no Brasil. 

Continua depois da publicidade

Conhecido como AI-5, o mecanismo deu início a um período de censura e acirramento da repressão no país. A decisão pela cassação foi unânime no Conselho Universitário da instituição. 

Jarbas Passarinho (1920-2016) recebeu o título em 30 de novembro de 1973 quando era ministro da Educação. 

Continua depois da publicidade

Segundo a Unicamp, os principais argumentos para a decisão foram as indicações da Comissão da Verdade Nacional e da Comissão da Verdade da Unicamp para que sejam revogadas homenagens a defensores do regime ditatorial no Brasil. 

"Nesta sessão, o Consu, interpretando a vontade política de sua comunidade acadêmica, repara um equívoco que dura 48 anos", afirmou Caio Navarro de Toledo, membro da Comissão da Verdade da universidade. 

A Unicamp é a segunda instituição pública de ensino superior do Brasil a revogar o título de doutor honoris causa concedido a Jarbas Passarinho. Em abril deste ano, a UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) tomou a mesma decisão. 

Continua depois da publicidade

Passarinho nasceu em Xapuri (AC), em 1920. Na juventude, foi admitido na Escola Preparatória de Cadetes de Porto Alegre e depois na Escola Militar do Realengo, no Rio de Janeiro. 

Envolveu-se em conspirações militares desde os anos 1950. Contribuiu para o êxito do golpe de 1964, sendo um dos principais quadros políticos do novo regime (1964-1985) . Logo após o golpe, foi nomeado governador do Pará, cargo que ocupou até janeiro de 1966. 

Em 1966, foi eleito senador pelo Pará. Apoiou a candidatura presidencial indireta do general Costa e Silva, que o nomeou ministro do Trabalho e Previdência Social logo que tomou posse, em março de 1967. 

Continua depois da publicidade

Ele atuou contra a proposta de eleições diretas para a Presidência da República, no final da ditadura. Seu nome chegou a ser cogitado para a sucessão indireta do presidente João Figueiredo. 

Foi senador constituinte, ministro da Justiça do governo de Fernando Collor de Mello (de 1990-1992) e presidente da CPI que investigou a "máfia do orçamento". 

Jarbas Passarinho morreu em 2016, aos 96 anos, em sua residência em Brasília, em decorrência de problemas de saúde causados pela idade avançada. 

Continua depois da publicidade

Em 1968, durante a reunião que decidiu a criação do AI-5, Passarinho, então ministro do Trabalho, disse uma frase que se tornou célebre. "Às favas, senhor presidente, neste momento, todos os escrúpulos de consciência". 

O ato aumentou substancialmente os poderes do governo militar e marcou o endurecimento da ditadura no país. 

Em pleno século 21, seguiu no debate público como um dos defensores mais ardorosos do regime instaurado em 1964 e também dos militares acusados de violação aos direitos humanos. Mas dizia que a tortura não era uma política de Estado e sim uma "deformação profissional".

Continua depois da publicidade

Continua depois da publicidade

Continua depois da publicidade

Conteúdos Recomendados