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Cotidiano
Além da entidade, os conselhos de Enfermagem e de Farmácia também foram alertados sobre os desvios da empresa de planos de saúde
28/09/2021 às 18:49 atualizado em 28/09/2021 às 18:52
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A empresa de planos de saúde Prevent Senior está sendo investigada na CPI da Covid-19 | Divulgação
Preocupado com as denúncias de negligência contra a empresa de planos de saúde Prevent Senior, o secretário de Saúde do estado de São Paulo, Jean Gorinchteyn, acionou o Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp), o Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo (Coren-SP) e o Conselho Regional de Farmácia São Paulo (CRF-SP) orientando sobre a adoção de medidas contra a rede investigada.
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Nos documentos, o secretário demonstra preocupação com as denúncias apresentadas junto à CPI da Covid no Senado sobre supostas práticas da rede Prevent Senior -como a de adotar o uso sistemático do chamado "kit Covid" no atendimento de seus pacientes e a de omitir a Covid-19 de atestados de óbito.
Na semana passada, em depoimento à comissão, o diretor-executivo da rede, Pedro Benedito Batista Júnior, afirmou que a operadora adotou procedimento para alterar o código de diagnóstico dos pacientes com Covid-19, fazendo com que a doença deixasse de ser mencionada após determinados dias de internação.
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"Diante da gravidade dos fatos noticiados, vimos a esse egrégio conselho, considerando suas atribuições legais de fiscalização do exercício da profissão, solicitar a adoção das medidas que julgar necessárias", afirma Gorinchteyn.
Um dossiê entregue à CPI por 15 médicos que trabalharam na rede Prevent Senior aponta que pacientes e parentes não eram consultados sobre a administração de medicamentos do "kit Covid". O documento também menciona suposta mudança nos prontuários do médico Anthony Wong e Regina Hang, mãe do empresário Luciano Hang.
De acordo com o dossiê, o prontuário médico da mãe de Hang cita a consequência de uma pneumonia bacteriana, e não a Covid-19, motivo pelo qual foi internada, como causa da sua morte.
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Além disso, o prontuário, obtido pelo jornal Folha de S.Paulo, também relata que a paciente recebeu o chamado "tratamento precoce" com medicamentos ineficazes contra a doença, como azitromicina, hidroxicloroquina, prednisona e colchicina, antes de morrer.
Houve ainda tratamento de ozonioterapia retal, prescrito por médicos particulares e não vinculados à operadora, segundo relatou a própria Prevent Senior em um processo movido contra médicos que denunciaram à empresa ao Cremesp.
A advogada Bruna Morato, que representa médicos da Prevent Senior, confirmou em depoimento à CPI da Covid nesta terça-feira (28) que os profissionais eram obrigados a prescrever o chamado Kit Covid, com medicamentos sem eficácia comprovada para o tratamento da Covid.
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A advogada ainda afirmou que os kits vinham lacrado e mesmo a receita já estava pronta.
Ela relatou que os kits tinham oito medicamentos. Os médicos então entregavam para os pacientes e passaram a alertar que eram obrigados a entregá-los, mas orientava a tomar apenas alguns dos itens.
Morato afirmou que os principais fatos que levaram ela e seus clientes a exporem as denúncias na comissão foram a falta de autonomia médica, ocultação e manipulação de dados e a falta de transparência em relação ao quatro dos pacientes.
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