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Cotidiano
Impedidos de viajar para o exterior ou lugares mais longe, paulistas estão redescobrindo o Estado
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Em 2019 o faturamento do setor de turismo do Estado ficou em R$ 90 bilhões | /Ettore Chiereguini/Gazeta de S.Paulo
O setor de turismo foi um dos mais impactados pela crise gerada pela pandemia do novo coronavírus. Somente o estado de São Paulo perdeu 16 milhões de viagens em 2020, o que corresponde a cerca de R$ 45 bilhões. Em termos de emprego, o saldo foi negativo em 128 mil, sendo 18,6 mil na Capital. De acordo com entidades do setor, o Estado só deve recuperar os índices pré-pandemia no segundo semestre de 2022.
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“Em 2019 o faturamento do setor de turismo do Estado ficou em R$ 90 bilhões, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo. Em 2021 está prevista uma queda de 16,7%, devendo fechar em R$ 74,9 bilhões. Seguindo orientação da Organização Mundial do Turismo (OMT), temos evitado comparar com 2020, já que foi um ano atípico (...). Os empregos foram o resultado negativo mais dramático. Para este ano nossa expectativa é ficar novamente positivo, apesar de um primeiro semestre ruim. A evolução da vacinação fará com que as atividades profissionais voltem e, junto com elas, os empregos. Nossa expectativa é que o retorno do setor se dê, pleno, a partir do segundo semestre de 2022, já com alguns bons resultados no primeiro trimestre do ano que vem”, avalia o secretário de turismo e viagens do Estado de São Paulo, Vinícius Lummertz.
O presidente da Associação das Agências de Viagens do Interior do Estado de São Paulo (Aviesp), Marcos Lucas, concorda. “Tivemos uma queda expressiva em 2020, na comparação com 2019. Contudo, a nossa expectativa é que com o avanço da vacinação, o turismo se recupere. Já estamos sentindo um pouco isso agora, de abril para cá, verificamos um aumento de quatro vezes, em relação ao ano passado. Assim, é fundamental que as pessoas se vacinem e continuem seguindo os protocolos para que nas próximas férias de verão já tenhamos um aumento significativo nas viagens.”
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Capital
Assim como observado por Lummertz e Lucas, o avanço da vacinação também já tem tido efeitos positivos no turismo na cidade de São Paulo.
Segundo dados da Prefeitura, em maio de 2020, foram arrecadados por meio do ISS do Grupo dos 13, onde são contabilizadas as atividades inerentes ao turismo, R$ 5,3 milhões e, em 2021, no mesmo mês, já foram registrados R$ 6,9 milhões, uma variação positiva de 30%.
Na cidade, a estimativa é que a pandemia tenha gerado queda de 39,6% no turismo nacional e 58,5% no turismo internacional, entre 2019 e 2020, com uma queda de R$ 193,7 milhões na arrecadação do Grupo 13 do ISS, no período.
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'Resort office' vira tendência no setor de turismo durante pandemia
São Paulo redescoberta
De modo geral, os paulistas sempre foram os principais turistas do Estado, respondendo por 65% dos 44 milhões de viajantes que os municípios receberam em 2019. A Capital, os litorais sul e norte, a Mantiqueira Paulista e o Circuito das Águas costumavam ser os locais mais visitados, enquanto eventos como a Fórmula 1, o carnaval de rua, a Parada LGBTQIA+ atraiam muitos turistas, bem como a Festa do Peão de Barretos, a Semana da Vela de Ilhabela, o Festival de Inverno de Campos do Jordão e a Agrishow de Ribeirão Preto.
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Agora, com o impedimento das pessoas de viajarem ao exterior, ou mesmo a dificuldade para fazer viagens longas, a tendência é a opção por viagens mais próximas, dentro do próprio estado.
“São Paulo está sendo redescoberta pelos paulistas. E esta é uma excelente notícia. Os moradores estão descobrindo os encantos que sempre estiveram à disposição, em viagens de carro pelas melhores estradas do país, em roteiros de poucos dias e num raio de 200, 300 quilômetros da residência. Essa é uma tendência que, bem aproveitada pelos empresários, fará com que as viagens e o turismo tenham um retorno inédito”, destaca Lummertz.
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Negócios ou lazer?
De acordo com o estudo “Passaporte Gloob”, disponível na Plataforma Gente, as viagens a lazer devem ser o carro chefe para a retomada do setor de turismo. Isso porque a pandemia acelerou a trabalho remoto, permitindo a interação de várias pessoas de diversos lugares sem a necessidade de estarem presentes no mesmo lugar.
Entretanto, mesmo a lazer, o turismo não ocorrerá como antigamente, com a preocupação com a saúde passando a ocupar lugar de destaque no planejamento do consumidor. Atitude que já é observada por aqueles que estão fazendo as primeiras viagens depois que o Sars-Cov-2 desembarcou por aqui.
“Esse ano retomamos parcialmente nossa rotina de viagens e um ponto que passou a influenciar nossa escolha são os protocolos de segurança e a capacidade do hotel. No feriado de maio, procuramos um hotel que estava recebendo 40% de sua capacidade. Além disso, também procuramos lugares mais próximos, já que ainda estamos com medo de utilizar transporte aéreo, e escolhemos destinos que oferecem pensão completa, para evitarmos nos movimentarmos em diferentes restaurantes”, conta a pedagoga Fabiana Vigo de Azevedo Borges, 40 anos, moradora de Barretos, que costumava viajar bastante por outros estados do Brasil antes da pandemia e esteve em Avaré-SP em sua última viagem.
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