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Cotidiano
Em março, cesta básica paulistana ficou em R$ 1.013,66, segundo o Procon-SP. Levantamento realizado pela FGV aponta que auxílio não compensará as perdas de renda na pandemia
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Em 2021, a expectativa é que o auxílio emergencial seja pago em todo o País para cerca de 45 milhões de pessoas | /Havolene Valinhos/Folhapress
Cerca de 45 milhões de pessoas devem receber a segunda rodada do auxílio emergencial. A ajuda tardia, porém, não é o suficiente para arcar com as despesas com alimentos e nem recupera as perdas de renda de boa parcela dos trabalhadores durante a pandemia.
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Para se ter uma ideia, com os novos R$ 150, valor que deve ser pago para 20 milhões de beneficiários que compõe uma família com apenas uma pessoa, o montante só paga por 14,8% da cesta básica paulistana que, em março, segundo o Procon-SP, ficou em R$ 1.013,66.
No terceiro mês do ano, 25 dos 39 produtos pesquisados apresentaram alta nos preços, sendo que os maiores acréscimos foram no sabão em pó (10,73%), biscoito de maisena (9,32%), água sanitária (6,93%), ovos brancos (6,29%) e café em pó (6,17%).
Insuficiente
Além de não ser o suficiente para comprar uma cesta básica, os R$ 150 do auxílio emergencial também não compensam a perda de renda durante a pandemia de uma boa parte dos beneficiários. Em São Paulo, 12% dos que receberão o valor estarão nesta situação, quando se olham os números nacionais, o percentual sobe para 43%, revelam os dados de um estudo da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV EAESP).
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“Temos uma situação de pandemia muito ruim, com uma vacinação que avança lentamente. Neste cenário, o auxílio emergencial tem uma importância fundamental. Entretanto, para quem vai receber os R$ 150, este valor não é suficiente e isso acontece em diversos recortes, como por gênero e estados”, explica o professor Lauro Gonzalez, responsável pelo estudo.
Ainda segundo a pesquisa, mesmo para quem receberá o valor de R$ 250, cerca de 16 milhões de famílias brasileiras, não haverá compensação para uma parte dos beneficiários em todos os estados brasileiros.
“Para os valores de R$ 250 e R$ 375 há alguma compensação, mas depende da própria pandemia e do lugar, pois existe uma desigualdade regional muito grande no Brasil. No ano passado, por exemplo, os R$ 600 eram usados em bens essenciais, em alimentação, nas grandes cidades do Sul e Sudeste, enquanto em algumas cidades do interior do Nordeste ele propiciou até pequenas melhorias no domicílio”, completa Gonzalez.
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Outras medidas
Na opinião de Gonzalez, com o auxílio emergencial sendo bem inferior ao valor pago em 2020, o poder público deveria investir em outras medidas para auxiliar a população, criando dispositivos para ajudar micro e pequenas empresas, por exemplo.
“Outras políticas que complementam o auxílio são necessárias, a principal delas é o acesso a crédito por parte de micro e pequenas empresas, sobretudo microempresas, que garantem uma parcela significativa de empregos no Brasil”, finaliza.
Auxílio em números
Em 2021, o auxílio emergencial será pago para cerca de 45 milhões de pessoas, sendo que as parcelas serão de R$ 150 (para famílias com uma pessoa), R$ 250 (para famílias com duas pessoas ou mais) e R$ 375 (para famílias chefiadas por mulheres), o valor total do pagamento ficará em torno de R$ 43 bilhões. Os números são inferiores aos registrados no ano passado, quando foram gastos R$ 293 bilhões e a ajuda chegou para 68 milhões de brasileiros.
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O Ministério da Cidadania ainda não tem os dados por estado deste ano. Mas, na rodada anterior, segundo a Pasta, 12,9 milhões de paulistas foram beneficiados pela ajuda, sendo 5,7 milhões de homens e 7,2 milhões de mulheres. Na primeira rodada, o Estado recebeu R$ 55,4 bilhões.
Assista a entrevista com o Professor Lauro Gonzales, da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV EAESP).
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