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Cotidiano

Sem auxílio emergencial, vendas do varejo paulista devem cair 2,6%

Sem o auxílio emergencial do governo federal, cuja nona e última parcela foi liberada em dezembro, o varejo paulista vai deixar de faturar, em média, R$ 4,1 bilhões por mês neste ano

Matheus Herbert

16/02/2021 às 10:09

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Segundo a FecomercioSP, o varejo paulista faturou no ano passado R$ 779,9 bilhões, com média mensal de R$ 65 bilhões – aumento de 1,6% em comparação a 2019

Segundo a FecomercioSP, o varejo paulista faturou no ano passado R$ 779,9 bilhões, com média mensal de R$ 65 bilhões – aumento de 1,6% em comparação a 2019 | /Roberto Parizotti/Fotos PúblicaS

Sem o auxílio emergencial do governo federal, cuja nona e última parcela foi liberada em dezembro, o varejo paulista vai deixar de faturar, em média, R$ 4,1 bilhões por mês neste ano, mostra estudo da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (FecomercioSP). Em outras palavras, as vendas do setor em 2021 terão retração de 2,6% na comparação com as de 2020.

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O impacto negativo se deve ao fato de que as famílias paulistas que receberam o benefício destinaram quase dois terços (65,7%) dessa renda para consumir bens e produtos do varejo, o que equivale a R$ 32,4 bilhões gastos entre maio, quando o auxílio começou a ser pago, e dezembro de 2020.

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Segundo a FecomercioSP, o varejo paulista faturou no ano passado R$ 779,9 bilhões, com média mensal de R$ 65 bilhões – aumento de 1,6% em comparação a 2019. Este ano, porém, sem o auxílio, a previsão é de que o setor venda R$ 747,5 bilhões, com média mensal de R$ 60,9 bilhões, ou seja, retração de 2,6% em comparação ao ano passado.

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O cenário é ainda pior quando se considera o varejo brasileiro. Neste caso, o final do auxílio emergencial vai representar retração de 11,7% nas vendas do setor em comparação a 2020, para R$ 1,87 trilhão, com média mensal de R$ 147,8 bilhões. No ano passado, o faturamento somou R$ 2,06 trilhões (média mensal de R$ 172,2 bilhões).

A retração se deve ao fato de que as parcelas de R$ 600 e depois R$ 300 pagas pelo governo federal às famílias mais pobres injetaram no varejo R$ 196,4 bilhões. Em outras palavras, de tudo o que foi distribuído no âmbito do auxílio, 68,3% foi destinado ao consumo varejista.

IMPACTO

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A Fecomer­cioSP informou ainda que, apesar de o faturamento do varejo paulista ter crescido 1,6% no ano passado contra 2019, as medidas ado­tadas em meio à pandemia de covid-19 impactaram sig­ni­ficativamen­te a estrutura do setor, que perdeu cerca de 60 mil empresas ao longo de 2020. “Em um contexto de normalidade, o varejo teria, hoje, 410 mil empresas, mas fechou o ano passado na marca de 350 mil, com redu­ção de 14%”, diz a entidade. No mesmo período, o pessoal ocu­pado caiu cerca de 16%, de 2,5 milhões para 2,1 milhões de postos de trabalho ativos.

Em todo o país, o contingente de trabalhadores no se­tor diminuiu de 8,7 milhões pa­ra 7,7 milhões de pessoas durante o ano passado, resultado do fechamento de cerca de 200 mil empresas no mesmo período. Hoje, o setor registra cerca de 1,1 milhão de estabe­lecimentos ativos no Brasil.

Para a Fecomercio-SP, parte dos impactos negativos sobre o varejo se deve às ações adotadas para controlar a pandemia, como as restrições à circulação de pessoas e o fechamento de lojas físicas durante o primeiro semestre.

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