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Cotidiano
Depois de um ano duro, 2021 nasce com a esperança da chegada da vacina, apesar da falta de sintonia entre Doria e Bolsonaro
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Vice-presidente eleita dos EUA, Kamala Harris, foi vacinada contra a Covid-19 nesta terça-feira (29), em Washington | JACQUELYN MARTIN/ASSOCIATED PRESS
A pandemia do novo coronavírus começou a se alastrar no início de 2020 e causou dificuldades sem comparação para a humanidade nos últimos 100 anos. A doença tirou a vida de 1,7 milhão de pessoas no planeta e 193 mil só no Brasil. Há, porém, uma esperança que une os povos ao redor do mundo: o início da vacinação contra a doença.
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Quase 50 países já iniciaram a imunização de sua população em dezembro, como a União Europeia, Estados Unidos, Costa Rica, Qatar e México, além dos vizinhos Chile e Argentina. No Brasil, há uma data por enquanto: 25 de janeiro, quando o governador João Doria (PSDB) garantiu o início da vacinação no estado de São Paulo com a CoronaVac, a vacina desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac com o Instituto Butantan. O tucano foi criticado, porém, por anunciar a vacinação sem divulgar os dados que mostram a eficácia e a segurança da CoronaVac e sem a autorização da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
As autoridades paulistas garantem que a vacina tem “excelente perfil de segurança”. “Os dados corroboram o que já sabíamos, que esta é a vacina mais segura das que estão em teste”, afirmou o presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas.
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Por sua vez, o Ministério da Saúde disse que deverá começar a vacinação entre 20 de janeiro e 10 de fevereiro, mas que precisa que “os fabricantes obtenham o registro junto à Anvisa”. Segundo o plano, o governo federal já garantiu 300 milhões de doses de vacinas contra a covid-19 por meio de acordos. Até agora, nenhum imunizante está registrado e licenciado pela Anvisa.
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido), porém, deu afirmações polêmicas sobre o tema nesta semana. A simpatizantes, afirmou que os laboratórios que teriam que procurar o Brasil.” Os laboratórios não tinham que estar interessados em vender para a gente? Por que eles não apresentam documentação na Anvisa?”, indagou Bolsonaro. “Pessoal diz que eu tenho que ir atrás [da vacina]. Quem quer vender [é que tem]”, disse.
No mesmo dia, o presidente escreveu que “tão logo um laboratório apresente seu pedido de uso emergencial, ou registro junto à Anvisa, e esta proceda a sua análise completa e o acolha, a vacina será ofertada a todos e de forma gratuita e não obrigatória”.
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Além da vacinação contra a Covid-19, o País terá de enfrentar outros desafios durante 2021. Leia abaixo o que espera os brasileiros, em especial os paulistas, em um ano-novo de esperança, mas que também deve ter muitas dificuldades.
SAÚDE. João Doria anunciou o início da aplicação da CoronaVac em 25 de janeiro, com prioridade a idosos, profissionais de saúde, quilombolas e indígenas. Ele não disse, contudo, quando toda a população deve estar imunizada, e a expectativa é que demore vários meses para os mais jovens serem incluídos no plano estadual. Segundo o governo, pessoas que vivem em outros estados poderão ser vacinadas em SP. Em novembro, a Secretaria da Saúde suspendeu o agendamento de novas cirurgias eletivas em hospitais paulistas. A expectativa para o ano que vem é que as cirurgias voltem a ser marcadas após a diminuição de casos da Covid-19.
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EDUCAÇÃO. Neste ano, os estudantes precisaram se adaptar às aulas a distância. A novidade foi especialmente difícil para crianças e adolescentes de famílias pobres, com dificuldade maior em adquirir computadores e conexões satisfatórias. Para 2021, o Governo de SP anunciou que manterá o retorno gradual às aulas presenciais para o ano letivo em todas as fases do Plano São Paulo a partir de 4 de fevereiro, com rodízio de alunos. O prefeito Bruno Covas (PSDB) ainda prometeu comprar 500 mil tablets para colégios de bairros de periferia. A proposta foi barrada pelo Tribunal de Contas do Município (TCM), e aguarda decisão final.
ECONOMIA. O pagamento do Auxílio Emergencial acabou nesta semana, e não se sabe se vai continuar. Ao todo, 68 milhões de brasileiros foram socorridos desde abril com a renda, e o seu fim preocupa boa parte da população. Além disso, a expectativa é que a recuperação doméstica brasileira seja menos vigorosa do que em outros países, segundo a consultoria britânica CEBR, e o País deverá terminar o próximo ano como a 13ª maior potência econômica mundial, perdendo uma posição para a Austrália. Mas nem tudo é notícia ruim. Projeção da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra que o Produto Interno Bruto (PIB) nacional registrará expansão de 4% em 2021.
CULTURA. Este foi um ano especialmente duro para os trabalhadores da indústria cultural, com museus, cinemas, teatros e casas de espetáculos fechados por causa da pandemia. Em 2021, a expectativa é haver um açto número de atrações, para compensar o ano difícil. As lives, pelo menos, souberam manter aquecidos os corações isolados e as carreiras de artistas célebres e desconhecidos. Esse modelo veio para ficar. O Carnaval, por sua vez, deve ficar para julho. Para este novo ano, Bolsonaro pretende estender o pagamento de uma renda a trabalhadores do setor cultural por meio da Lei Aldir Blanc.
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POLÍTICA. Na política, o ano-novo deve se iniciar como acabou no estado de São Paulo: polarizado entre Jair Bolsonaro e João Doria. Com isso, os embates relacionados à vacinação devem se aprofundar em janeiro, caso eles não passem a falar a mesma língua em relação à imunização. Na capital paulista, o prefeito Bruno Covas (PSDB) iniciará o ano com desgaste, ao autorizar o aumento do próprio salário em mais de R$ 11 mil. Na Câmara Municipal de São Paulo, há expectativa de crescimento da polarização após o aumento da bancada do PSOL de um lado e de políticos ligados a bandeiras liberais do outro.
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