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Cotidiano
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Busca por freelancer cresce 43% em SP | Goodluz
Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), divulgados na última sexta-feira (27), mostram que, diante da pandemia do novo coronavírus, o Brasil atingiu um novo recorde nos números do desemprego, com 14,1 milhões de brasileiros sem trabalho. Um grupo, contudo, vai na contramão desse cenário, são os freelancers que, somente no estado de São Paulo viram a oferta de trabalho crescer 43%.
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“Desde o início da pandemia, foram mais de 293 mil novos freelancers registrados na Workana no Brasil, 40% desse montante - ou seja, 117,2 mil profissionais - são do estado de São Paulo. De acordo com nossos cálculos, o crescimento no número de freelancers no Estado é de 43,41%, em comparação ao ano passado”, explica Daniel Schwebel, country manager da Workana no Brasil, plataforma que faz a ponte entre freelancers e contratantes.
Segundo Shwebel, há tempos, o freelance deixou de ser visto como um bico, com 57,2% dos trabalhadores entrevistados pela plataforma apontando exercer a modalidade full time. Entre as vantagens apontadas estão a flexibilidade de horários, o gerenciamento da rotina e a possibilidade de escolher quais trabalhos fazer. Estas, aliás, foram algumas das razões que levaram a tradutora e revisora Kátia Cristina Fernandes, de 52 anos, a deixar um emprego em uma multinacional anos atrás e passar a trabalhar por conta própria.
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“Eu era compradora internacional e ao me tornar mãe de gêmeos, precisei deixar a empresa e comecei a trabalhar como freelancer, por meio de plataformas. Dentre as vantagens, está o fato de que, hoje, eu posso me considerar uma nômade digital, pois posso trabalhar de qualquer lugar, além de estar próxima aos meus filhos. Por outro lado, não é fácil conciliar todos os compromissos. Eu mesma achava que ser freelancer era você decidir quando vai trabalhar ou não. Mas, a realidade é que você não tem mais final de semana, pois dependendo do volume de trabalho, é necessário trabalhar aos sábados, domingos e até de madrugada.”
Nem tudo são flores
Para a professora da FGV EAESP Vanessa Cepellos, apesar de muitas pessoas escolherem trabalhar como freelancer, a modalidade reflete também uma deterioração do mercado de trabalho, já que estes profissionais não contam com qualquer garantia. Além disso, durante a pandemia, a modalidade deixou de ser escolha para se tornar alternativa. “A questão do freelancer surgiu como uma opção de renda, sobretudo neste momento bastante caótico”, ressalta.
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A percepção da professora é confirmada pelo levantamento da Workana, visto que 20,4% dos profissionais que se registraram na plataforma este ano, o fizeram como uma alternativa ao desemprego, percentual 15% maior do que o registrado em 2019.
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Futuro
Tanto Cepellos como Schwebel acreditam que o mercado deve continuar aquecido para os freelancers depois da pandemia, já que as empresas e mesmo pessoas físicas viram que é vantajoso contratar este tipo de profissional.
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O psicólogo clínico Daniel Mattioli Magnocavallo, de 29 anos também tem esta percepção e pretende não voltar a trabalhar em hospitais ou empresas, quando a pandemia passar. “A área clínica é autônoma por natureza e no início os ganhos são baixos, especialmente via convênios. A pandemia, entretanto, mudou meu cenário na clínica. Antes dela eu permanecia com muitos pacientes de convênio e, depois, o número de pacientes particulares aumentou significativamente. Após esse período, eu pretendo alugar uma sala e continuar com atendimentos online.”
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Trabalho temporário
Diante da alta do desemprego, além do trabalho como freelancer, o trabalho temporário se torna uma alternativa de renda, especialmente no final do ano. Segundo a FCDLESP (Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado de São Paulo), neste ano, devem ser abertas 30 mil vagas no setor varejista em todo o estado de São Paulo. O número, contudo, indica um declínio de 5% nas vagas temporárias em comparação ao ano de 2019.
“O ano de 2020, trouxe novos desafios para o cenário varejista. Após meses fechados, esperamos um aquecimento nas vendas e um impacto positivo nas vendas de final de ano, para que as contratações temporárias se tornem efetivas e gerem mais empregos para o estado”, explica o presidente da FCDLESP, Maurício Stainoff.
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