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Cotidiano
RECORDE NA CRISE. Segundo governo paulista, em agosto foram criados 22.825 novos CNPJs no estado de São Paulo
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Segundo o IBGE, no 2º trimestre de 2020 o número de desempregados atingiu 12,8 milhões no Brasil | /Fabrício Costa/Futura Press/Folhapress
Em plena crise, gerada pela pandemia do novo coronavírus, o governo de São Paulo está comemorando o número de novas empresas abertas no Estado. Em agosto, segundo dados da Junta Comercial do Estado de São Paulo (Jucesp), foram criados 22.825 novos CNPJs nas cidades paulistas, o que seria a maior marca alcançada desde 1998. Embora o governo considere o número positivo, na opinião de Wilson Pot, superintendente do Sebrae-SP, a alta taxa na abertura de empresas também desnuda uma face cruel da crise: o grande número de desempregados.
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Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no 2º trimestre de 2020, quando as medidas de contenção do novo coronavírus foram mais rígidas, o número de desempregados atingiu 12,8 milhões no Brasil, o que fez muitas pessoas buscarem no empreendedorismo uma saída para a falta de renda.
"A isenção de taxas de abertura é uma medida muito bem-vinda para estimular a formalização do empreendedor neste momento de pandemia. De fato, pode ter sido aquele empurrão que faltava para quem estava empreendendo e não podia ainda ter um CNPJ, emitir nota, ter benefícios previdenciários etc. Mas percebemos que o aumento se deve também ao fato de que muitas pessoas encontraram no trabalho por conta própria uma alternativa para obter renda durante a pandemia - e certamente o desemprego contribuiu para isso. Não são hipóteses excludentes", diz Pot.
Sobrevivência.
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Ainda segundo a Jucesp, a abertura de novas empresas vem crescendo em São Paulo desde maio e já soma mais de 128 mil pedidos em 2020. Para o governo paulista, os dados refletem os esforços do Estado em contornar a crise, especialmente os registros de agosto, quando entrou em vigor a medida do governo estadual de isenção da taxa para o pagamento de tarifa na abertura de novas empresas.
Entretanto, para que essas empresas obtenham sucesso e não fiquem pelo caminho, Pot diz que é preciso investir em capacitação. "Acredito que a sobrevivência dessas novas empresas vai depender de como os empreendedores se prepararem para o momento de retomada (...). Claro que prosperar é mais difícil em um cenário de crise, mas estar atento à gestão da empresa é o primeiro passo."
Negócios digitais.
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Questionado se a pandemia vai transformar o empreendedorismo em tendência, o especialista afirma que serão os negócios digitais a grande herança do período. E foi exatamente neste nicho que apostou Maria Pagioro, de 62 anos, que decidiu investirem em um brechó virtual de roupas e acessórios femininos durante a crise.
"Sou dentista, formada há 40 anos. Estou aposentada, mas ainda atendo. Contudo, como sou grupo de risco, com a pandemia, fiquei em isolamento e comecei a sentir falta de trabalhar (...). Eu já pensava em ter um brechó e, em agosto, decidi abrir a empresa. Quando as coisas normalizarem, eu pretendo, por um tempo, continuar com as duas profissões, mas o meu plano é ficar só com o brechó virtual".
(Glayds Magalhães)
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