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Valor médio do benefício pago por cadastro pelo programa no estado de São Paulo foi de R$ 171,26 | /Romildo de Jesus/Futura Press/Folhapress
O número de famílias paulistas beneficiárias do programa Bolsa Família chegou a 1.602.271 no mês de junho, alcançando o segundo maior patamar desde o início do programa em janeiro de 2004. Segundo dados da Secretaria Nacional de Renda de Cidadania do Ministério da Cidadania, a marca só foi superada pelo mês de maio de 2019, quando 1,604 milhão famílias do Estado foram beneficiadas.
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Na comparação com março deste ano, antes das medidas restritivas para conter a propagação da Covid-19, São Paulo tinha 1,356 milhão famílias beneficiárias no programa. Na opinião do sociólogo especializado em consumo, Fábio Mariano Borges, o acréscimo de mais de 246 mil famílias no programa em apenas três meses reflete a grave crise que atinge o País por conta do novo coronavírus.
“Sem dúvida o acréscimo se deve à crise gerada pela pandemia, pois a taxa de desemprego também aumentou e, em geral, as classes mais baixas são mais prejudicadas, pois elas estão mais associadas ao trabalho braçal, que não é possível fazer remotamente”, explica Borges.
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Valor de R$ 171
Ainda de acordo com os dados do Ministério da Cidadania, o valor médio do benefício pago por cadastro pelo programa no estado de São Paulo foi de R$ 171,26, em junho. Para Borges, a quantia não tem tido muito impacto na economia, já que foi concebida para ser uma renda extra, o que não tem acontecido no cenário atual.
“O Bolsa Família nunca foi pensado para dar uma renda para quem está sem renda e sim para ser uma renda adicional que volta para a economia, uma vez que é investida em consumo. Contudo, hoje ele está cumprindo uma lacuna que foi deixada pela renda do emprego, que não existe mais, já que um número muito grande de pessoas está em desemprego”, diz.
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Brasileiros mais pobres
De modo geral, a crise do coronavírus deve deixar os brasileiros mais pobres. De acordo com o IPC Maps 2020, o consumo brasileiro este ano deve se igualar a índices de 2010 e 2012, com uma retração estimada em 5,39%, a maior desde 1995. O levantamento aponta ainda uma redução na quantidade de domicílios nas classes A e B1, o que elevará o número de residências nos demais estratos sociais.
O estado de São Paulo não foge à tendência, visto que a pesquisa verificou uma diminuição significativa no potencial de consumo paulista, que representará menos R$ 62,3 bilhões no bolso da população do Estado. Por aqui, o número de domicílios na classe A recuou 11,3%, enquanto mais famílias se viram nas classes C e DE, que tiveram alta de 2,1% e 0,7%, respectivamente.
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Para Borges a tendência é piorar, já que pandemia fechou muitos postos de trabalho, que não devem retomar o ritmo anterior à crise, deixando muita gente desamparada. Para ele, sobretudo para auxiliar os mais pobres, “é preciso investir em um programa de renda mínima e em uma política pública de empregabilidade.”
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