A+

A-

Alternar Contraste

Sábado, 23 Novembro 2024

Buscar no Site

x

Entre em nosso grupo

2

WhatsApp
Home Seta

Cotidiano

Dificuldade em denunciar faz registros de violência contra mulher caírem em SP

Números recuaram 42,8%, contudo, não demonstram recuo da violência, mas sim a dificuldade das vítimas para formalizar a denúncia

12/06/2020 às 19:13  atualizado em 12/06/2020 às 19:22

Continua depois da publicidade

Compartilhe:

Facebook Twitter WhatsApp Telegram
Crime aconteceu à poucos metros de uma unidade de Distrito Policial

Crime aconteceu à poucos metros de uma unidade de Distrito Policial | Marcos Santos/USP Imagens

Os números de registros de violência contra a mulher recuaram 42,8% durante a pandemia do novo coronavírus. A comparação se dá entre o mês de abril deste ano e do ano passado. De acordo com dados disponíveis na Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP), as ocorrências registradas no quarto mês de 2020 somaram 7.621, enquanto em igual período de 2019 houve 13.315 registros.

Continua depois da publicidade

Macaque in the trees
Os números de registros de violência contra a mulher recuaram 42,8% durante a pandemia do novo coronavírus no Estado de SP

Apesar da diminuição, os números não devem ser comemorados. Segundo a coordenadora das Delegacias de Defesa da Mulher (DDMs) do estado de São Paulo, delegada Jamila Jorge Ferrari, eles provavelmente indicam que as vítimas estão com dificuldades de registrar as denúncias.

“Acreditamos que as mulheres estão registrando menos denúncias por conta da pandemia, seja devido às medidas restritivas, seja pelo fato de que elas estão mais próximas do agressor (...). Provavelmente, quando a pandemia passar, pode haver um aumento de registros sobre fatos prévios”, diz Jamila.

Continua depois da publicidade

REGISTROS X DENÚNCIAS

Uma prova de que a violência contra a mulher está mais frequente durante a pandemia do que demonstram os números é um estudo realizado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). Divulgado em abril, ele aponta um aumento de 44,9% nos atendimentos da Polícia Militar a mulheres vítimas de violência no Estado, passando de 6.775 para 9.817, na comparação entre março de 2019 e 2020.

Para Jamila, a diferença se explica porque nem sempre as denúncias ocorridas se transformam em registros formais, especialmente quando se trata de dano, ameaça e calúnia.

Continua depois da publicidade

MACHISMO E FRUSTRAÇÃO

No geral, explica a delegada, a violência contra a mulher ocorre por conta da objetificação do corpo feminino. Durante a pandemia, junta-se a maior frustração devido ao isolamento, o desemprego e o aumento no consumo de álcool e drogas.

“O agressor acredita que a mulher é propriedade dele e ele pode fazer com ela o que quiser. Ela é um objeto. Dentro da pandemia, o que se verifica é que, além do machismo, ele acaba descontando nela suas frustrações.”

Continua depois da publicidade

BOLETIM VIRTUAL

Para ajudar mulheres que estejam passando por situações de violência, desde abril, o estado de São Paulo permite que a vítima preste queixa via internet, na aba “Outras ocorrências”, da Delegacia Eletrônica.

A vítima também pode recorrer ao 180, o disque-denúncia do governo federal, ao aplicativo SOS Mulher, do governo de SP, além das delegacias da mulher.

Continua depois da publicidade

“No boletim eletrônico é muito importante fazer o registro de forma detalhada (...) É importante ainda frisar que a mulher deve tentar construir uma rede de apoio, com amigos e familiares, para tentar pedir ajuda, quando não for possível recorrer às redes oficiais”, finaliza Jamila. 

Continua depois da publicidade

Continua depois da publicidade

Continua depois da publicidade

Conteúdos Recomendados