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A invasão corintiana foi o maior deslocamento de torcedores de um clube visitante em tempos de paz | Reprodução/Facebook
No dia 5 de dezembro de 1976, o futebol brasileiro viveu um momento histórico e emocionante que ficou eternizado na memória dos torcedores: a chamada Invasão Corintiana.
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Na semifinal do Campeonato Brasileiro daquele ano, cerca de 70 mil torcedores do Corinthians cruzaram os mais de 400 km que separam São Paulo do Rio de Janeiro para apoiar o time no jogo decisivo contra o Fluminense, no Estádio do Maracanã.
O feito foi tão impactante que se tornou, até hoje, o maior deslocamento de torcedores de um clube visitante em tempos de paz, segundo registros históricos.
A mobilização em massa exigiu até uma operação especial do DNER, chamada de “Operação Corinthians”, devido ao volume inédito de tráfego na Via Dutra.
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Só da torcida organizada Gaviões da Fiel, saíram oficialmente cerca de 300 ônibus, mas estimativas não oficiais falam em até mil veículos abarrotados de alvinegros rumo ao Rio.
Naquela temporada, o Corinthians já acumulava 22 anos sem conquistar um título, e o sonho de voltar a uma final nacional reacendeu o espírito da torcida.
Para incentivar a presença do público, os presidentes dos dois clubes firmaram um acordo: Francisco Horta, do Fluminense, enviou para São Paulo 70 mil ingressos, comprados antecipadamente pelo clube paulista, com aval do então presidente corintiano Vicente Matheus.
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Horta, porém, duvidou que tantos ingressos fossem utilizados e provocou: “Que os vivos saiam de casa e os mortos saiam das tumbas para torcer pelo Corinthians no Maracanã, porque o Fluminense vai ganhar a partida”.
A resposta da torcida veio em peso, ocupando parte significativa das arquibancadas do estádio e dividindo o Maracanã com os tricolores cariocas.
Dentro de campo, o duelo foi intenso desde o início. O Fluminense saiu na frente com um gol de Carlos Alberto Pintinho, mas o Corinthians reagiu ainda no primeiro tempo.
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Após escanteio de Vaguinho, Geraldão cabeceou mal, mas a bola sobrou para Ruço, que, com uma meia bicicleta, marcou um belo gol e empatou a partida.
No segundo tempo, uma tempestade caiu sobre o estádio, encharcando o gramado e dificultando o andamento do jogo. Ainda assim, o árbitro Saul Mendes manteve a partida até o fim, levando a decisão para os pênaltis.
Foi então que brilhou a estrela do goleiro Tobias, que defendeu as cobranças de Rodrigues Neto e Carlos Alberto Torres. Enquanto isso, Neca, Ruço, Moisés e Zé Maria converteram suas penalidades e garantiram a classificação do Timão para a final.
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Na grande final, o adversário foi o Internacional, que tomou medidas para evitar uma nova invasão da torcida alvinegra, restringindo o espaço reservado aos corintianos no estádio Beira-Rio.
A decisão acabou com vitória colorada por 2 a 0, mas o espírito da Fiel seguiu vivo. No ano seguinte, o jejum de títulos seria finalmente encerrado com a conquista do Paulistão de 1977. Décadas depois, o episódio de 1976 segue sendo celebrado como um marco na história do futebol brasileiro.
O Museu do Futebol, em São Paulo, chegou a homenagear a data com um evento especial, incluindo sessões do filme “1976 – O Ano da Invasão Corintiana”, distribuição de brindes e um bate-papo com o ex-lateral Zé Maria, titular do time naquela época.
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A Invasão Corinthiana não foi apenas uma demonstração de amor ao clube. Foi uma afirmação de identidade, resistência e paixão que transformou os torcedores em protagonistas.
Um capítulo inesquecível que eternizou a Fiel como uma das torcidas mais apaixonadas do mundo.
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