Novo uniforme? Seleção brasileira já usou camisa vermelha em jogos oficiais

A informação do portal especializado em uniformes Footy Headlines de que a seleção brasileira vai usar um uniforme vermelho tomou conta das redes sociais.

Contudo, ao contrário do que muita gente acredita, não seria a primeira vez que a Canarinho vestiria uma camisa desta cor em jogos oficiais.

Bem antes de ganhar sequer o primeiro dos cinco títulos mundiais, o Brasil já utilizou um uniforme vermelho em duas ocasiões. Saiba mais abaixo.

Camisa vermelha na seleção brasileira não é novidade

A cor vermelha já foi usada em duas ocasiões, sendo a primeira em 1917, no Sul-Americano no Uruguai.

Na ocasião, a Argentina e o Chile já usavam os uniformes na cor branca, que também era a tonalidade da camisa brasileira. Sendo assim, o Brasil precisou utilizar uma camisa improvisada por outras equipes, que acabou sendo na cor vermelha.

Jogando dessa forma, o Brasil foi goleado pelo Uruguai por 4 a 0 e goleou o Chile por 5 a 0, terminando na terceira colocação.

A outra ocasião ocorreu em 1936, também pelo Campeonato Sul-Americano, desta vez na Argentina. Para a partida entre Brasil e Peru, as duas equipes entrariam em campo vestindo um uniforme branco. O Peru saiu vencedor no sorteio e teve o direito de manter o uniforme, sobrando para a seleção brasileira mudar sua camisa.

O tradicional Independiente, de Avellaneda, maior campeão da Copa Libertadores, tratou então de emprestar seu uniforme para o Brasil.

Foi a segunda e até então última vez que a seleção disputou uma partida oficial com um uniforme sem as cores da bandeira nacional. Em campo, o Brasil venceu o Peru por 3 a 2.

Para a Copa de 2026, um dos uniformes da seleção seria novamente uma camisa vermelha, com detalhes em outras cores. Além disso, a logo da Nike daria lugar ao da linha Air Jordan, dentro do contrato que a CBF tem com a Nike até 2038.

Estatuto proíbe uniformes de cores de fora da bandeira

Segundo o estatuto da CBF, contudo, o uso de uma cor de uniforme diferente da bandeira seria proibido, ao menos entre os dois uniformes principais. O capítulo “Dos Símbolos” prevê que a alteração só pode ser realizada em jogos festivos e não para a próxima Copa do Mundo, por exemplo.

Em junho de 2023, em combate a atitudes racistas sofridas por Vini Jr., o Brasil fez um amistoso na Espanha em que utilizou uma camisa preta. O uniforme foi utilizado apenas no primeiro tempo contra Guiné.

“Os uniformes obedecerão às cores existentes na bandeira da CBF e conterão o emblema […] podendo variar de acordo com exigências do clima, em modelos aprovados pela Diretoria, não sendo obrigatório que cada tipo de uniforme contenha todas as cores existentes na bandeira e sendo permitida a elaboração de modelos comemorativos em cores diversas, sempre mediante aprovação da Diretoria”, diz o estatuto.

Portanto, caso a camisa vermelha realmente seja real, terá que ser em um uniforme alternativo, com uma liberação especial da confederação.

Tradição do amarelo e do azul

Com os tradicionais uniformes em amarelo (primeiro uniforme) e azul (segundo uniforme), o Brasil acostumou seus torcedores com as cores de vestimentas da seleção de futebol. 

Em 2019, uma variação ocorreu, em homenagem ao ano de 1919, com a seleção usando a camisa branca, com detalhes em azul, como outro uniforme. O uniforme branco foi, por muito tempo, o único original do Brasil, sendo usado até 1952.

A cor amarela para o uniforme principal surgiu após a dolorosa perda da Copa de 1950, em casa, para o Uruguai. Em um concurso organizado pelo jornal O Correio da Manhã, surgiu o movimento para a escolha de uma nova camisa.

A principal regra era incluir as quatro cores da bandeira brasileira (azul, amarelo, branco e verde) no uniforme. O vencedor do concurso acabou sendo o gaúcho Aldyr Schlee, com o desenho que conhecemos até hoje: camisa amarelo com detalhes em verde, calção azul.

O primeiro título mundial, em 1958, foi com a camisa azul. Como a finalista Suécia também jogava de amarelo, o Brasil, que perdeu o sorteio, teria que jogar de branco. A camisa, contudo, era considerada "amaldiçoada", pela perda da Copa de 1950.

Foi assim que surgiu a camisa azul, quando um dos integrantes da delegação, ao fazer uma oração, decidiu que o Brasil teria que vestir a mesma cor do manto de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil e uma das principais figuras do catolicismo.

Foram compradas 22 camisas azuis, com os símbolos sendo bordados na noite anterior ao jogo, e o final foi feliz: título da seleção brasileira, que, até hoje, segue usando o azul como seu segundo uniforme.