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Arte feita em 2013, em homenagem aos 100 do Diamante Negro | Divulgação saopaulofc.net
Leônidas da Silva, o eterno "Diamante Negro", o primeiro grande craque do futebol brasileiro - nas décadas de 1930 e 1940 -, morreu em 24 janeiro de 2004, aos 90 anos, muito debilitado pelo Alzheimer.
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Centroavante de elasticidade e velocidade invejável, Leônidas foi destaque defendendo o Flamengo, São Paulo e Seleção Brasileira. Para muitos, o Diamante Negro pode ser considerado o "primeiro Pelé do futebol", já que foi o primeiro jogador brasileiro a ter um destaque fora na curva - sendo depois superado pelo eterno Rei Pelé.
Ele também leva consigo outro apelido: "Homem-Borracha", recebido após ele inventar simplesmente a "bicicleta" - segundo afirmam os jornalistas da época - no futebol. Se hoje os jogadores e torcedores podem vibrar com golaços assim, agradeçam ao Leônidas por ter inventado. A jogada foi feita pela primeira vez em 1932, ao disputar a chamada Copa Rio Branco, no Uruguai, quando ocorreu o primeiro gol de bicicleta.
Carreira
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Nascido no Rio de Janeiro no dia 6 de setembro de 1913, o atacante ingressou no São Cristóvão, tornando-se profissional aos 16 anos, estreando no clube Sírio-Libanês, a única equipe formada por negros do subúrbio. Já pelo Bonsucesso, outro clube carioca, jogou em 1931 pela seleção carioca, começando assim a ter mais fama no mundo da bola.
Após passagem de menos de um ano pelo Peñarol, do Uruguai, ele chegou ao Vasco da Gama, onde foi campeão carioca em 1934. Foi nesse ano que ele disputou sua primeira Copa do Mundo. Em 1935, no Botafogo, novamente campeão carioca.
Em 1936, Leônidas chegava ao Flamengo, clube no qual foi campeão carioca em 1939. Pelo Rubro-Negro carioca, ele marcou impressionantes 150 gols em 179 jogos, sendo ídolo do clube. Em 1938, como jogador do Flamengo, foi convocado para sua segunda Copa do Mundo pelo Brasil. A seleção brasileira foi terceira colocada no torneio, e Leônidas foi eleito o melhor jogador daquele Mundial. Ele foi também o artilheiro da Copa com sete gols.
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Ao todo, com a camisa da seleção, o centroavante disputou 37 partidas, e marcou 37 gols, o atleta com melhor média de gols da história da história da Canarinho.
Em 1942, na transferência mais cara da história do futebol sul-americano até então, o Diamante Negro deixava o Rio de Janeiro e se transferia para o São Paulo, passagem ainda mais relevante para sua carreira.
O fato curioso é que ele foi anunciado no dia 1º de abril, o famoso "dia da mentira", muitos jornalistas e torcedores custaram a acreditar que a negociação era verídica.
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"A transação seria concretizada, ao todo, por 200 contos de réis. Uma verdadeira fortuna. Para se ter ideia do valor, a loteria federal do dia 4 de abril de 1942 era no montante de 300 contos – e a maioria dos prêmios eram na faixa dos 200 contos. Ou seja, da mesma forma que ninguém acredita ser possível ganhar na loteria, ninguém acreditou que Leônidas havia sido contratado de fato", diz trecho do site do São Paulo FC sobre o ídolo.
O jogador chegou ao Tricolor Paulista sem jogar há quase um ano. Por problemas legais com a junta de serviço militar, o atleta ficou afastado do Flamengo. Boa parte da imprensa já classificava o craque como "ex-jogador" e criticou o São Paulo pelo alto valor pago. Era quase um consenso dos jornalistas da época que a contratação teria sido um péssimo negócio ao clube.
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Se hoje o Tricolor do Morumbi é um dos maiores clubes do mundo, podem ter certeza que é graças ao Leônidas. A famosa história do "dia em que a moeda caiu em pé" também tem o protagonismo do ídolo.
Em sete paulistas disputados, conquistou cinco. Em 214 jogos pela equipe, totalizou 144 gols, sendo assim até hoje o 8º maior artilheiro da história do São Paulo, segundo dados do próprio clube. É justo considerar Leônidas como o protagonista da época do agigantamento da equipe, afinal depois que ele chegou, os títulos vieram de monte.
Não à toa, Leônidas é até hoje um dos cinco maiores ídolos da história do clube, como apontou matéria da Gazeta.
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Email recebido pelo Terceiro Tempo, divulgado em matéria no site:
Vinculado no Rio de Janeiro e tido como acabado para o futebol, Leônidas veio para São Paulo numa aposta de Paulo Machado de Carvalho, que como dirigente do São Paulo pagou 200 mil reis pelo seu passe. Ao chegar em São Paulo ele teve o dissabor de ouvir que não passava de um bonde no valor de 200 mil reis. Doutor Paulo Machado de Carvalho o trouxe para cá com a promessa dele, de que se regenaría, após ser preso como estelionatário por adulterar o certificado militar. E foi no São Paulo um cidadão que não deu problemas. Leônidas se limitou a jogar futebol. E como jogou!
Sua estreia no São Paulo foi na metade dos anos 40. Nunca o estádio do Pacaembu teve tanta gente como naquele dia (72 mil pessoas). Os alto-falantes do estádio pediam as pessoas que ficassem de pé para poder abrigar a todos. E assim foi para se chegar a esse publico record, que nunca foi quebrado, mesmo tendo o estádio sido aumentado com a demolição da concha acústica e a construção do tobogã, em 1969.
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Foi no Pacaembu que o público viu o lance antológico que até hoje não se esquece. Quando ele Leônidas, sentindo que não alcançaria a bola jogou o corpo para o ar e com as duas pernas como se estivesse se esperneando conseguiu alcançar a bola indo ela para as redes. Geraldo José de Almeida em sua narração apelidou de gol de bicicleta. E ainda citou com irônia que, quem tinha feito tal façanha, era o "bonde" de 200 mil reis".
Curiosidades
Leônidas foi o primeiro atleta brasileira a virar garoto propaganda, tendo ilustrado publicidades da Goiabada Peixe, dos cigarros Sudan, do televisor Philco e, claro, do famoso chocolate Diamante Negro, dentre tantas outras peças do mercado.
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